A lição bíblica desta semana aborda um tema que nos chama bastante atenção, por se tratar de assuntos relacionados ao relacionamento entre nora e sogra. E por falar em sogra, quem, algum dia, não ouviu uma piadinha sobre a mesma? Creio que você já viu e ouviu, não somente uma anedota, mas também, alguns falatórios que incluíssem alguns adjetivos indelicados, proferidos por algumas noras ou genros que tenham sido vítimas de más atitudes de suas sogras.
Porém, tem coisas que nem sempre são como aparentam ser. Pois, por mais que façam gracejos e falem mal das sogras, jamais podemos generalizar. É normal noras e genros em algum momento, verem suas sogras como vilãs que atormentam seus relacionamentos conjugais; mas nem sempre isso acontece com todas as pessoas, pois tenho uma sogra maravilhosa que até o momento, não tenho nenhum motivo para falar mal dela. E assim acredito que existem muitas noras e sogras espalhadas pelo mundo afora que se relacionam muito bem; talvez um relacionamento melhor que o de muitas mães e filhas.
Por que existem muitos conflitos envolvendo noras ou genros e sogras ou sogros? A resposta é simples - em primeiro lugar devemos considerar como uma das principais causas, a questão das diferenças que existem entre casais e suas famílias, como por exemplo: Cultura, hábitos, costumes, poder aquisitivo, personalidade, caráter, caprichos, gostos, etc.
Com base nesses princípios, devemos considerar a questão de uma das partes, querer que a outra se submeta aquilo que ela acha ser correto; e quando isso não acontece, os conflitos começam a surgirem; e ao se instalarem, automaticamente estarão envolvendo também as mães de ambos os cônjuges.
A questão do envolvimento da sogra nos problemas do casal, de certo ponto de vista pode ser considerado normal. Pois, qual é a mãe que vê o sofrimento do filho ou da filha que não procure ajudá-la? Por outro lado devemos nos perguntar: Até que ponto, a ajuda da minha mãe pode ser útil no meu relacionamento com minha esposa? Como ela deve interferir? Será se para resolvermos esse impasse precisamos de sua ajuda?
Perguntas semelhantes deveriam ser feitas pelas sogras, no entanto, muitas delas não fazem questionamentos racionais na hora de entrar no relacionamento do casal; atendem apenas a voz da emoção, e com isso, ao invés de resolverem o problema, acabam por agravar ainda mais. Pois além dos dois, se estende também para outros membros da família, já que muitas sogras têm a fama de “línguas de gravata”. Como dizia um saudoso Pastor, com o qual me congreguei por muitos anos: “Tem gente que quando morrer precisa de dois caixões – um para o corpo e o outro para a língua”.
Quais são os principais motivos que levam as sogras se tornarem grandes vilãs no relacionamento do casal, e se tornarem odiadas por suas noras e genros? Em primeiro lugar quero deixar claro – há muitos casos em que o problema não está na sogra, mas na nora ou no genro que não aceitam conselhos por mais que eles estejam errados. Mas, na maioria dos conflitos a sogra realmente constitui-se “uma pedra no sapato” da nora ou do genro, isso porque ao fazer o papel de juíza, ela acaba cometendo injustiças ao ser cúmplice do filho ou filha, mesmo sabendo do seu erro. Muitas vezes os desentendimentos são causados porque a mulher é ociosa, desleixada e descompromissada com os deveres do lar. Quando o esposo a critica, imediatamente vem à sogra dizendo que a sua filha não é o que o marido está afirmando. Por outro lado, o marido não cumpre com suas obrigações; é preguiçoso; infiel e possuidor de outras más qualidades; obviamente ele conseguirá despertar em sua esposa, reações contrárias as suas ações. Nesse caso, quando a mãe do esposo entra em cena para acalmar os ânimos, geralmente deixa transparecer que seu filho está com a razão; e isso era apenas o que faltava para despertar intrigas e rivalidades entre nora e sogra.
UM LEGADO EXEMPLAR DE RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA
Quando vimos a figura da sogra sob o ponto de vista popular, enxergamo-la como uma “persona non grata”; mas, quando olhamos para a importância dos princípios da palavra de Deus como grande construtor do caráter e promotor da paz e harmonia; bem como do exemplo deixado por grandes nomes da história bíblica, chegamos a conclusão que podemos ver nossa sogra como uma segunda mãe que nos adotou pela ocasião do casamento com sua filha. Como prova disso temos a história de Rute e sua sogra Noemi. Segundo a Bíblia (Rute 1), as adversidades provocadas pela fome em Judá, forçara Elimeleque partir juntamente com sua esposa Noemi e seus dois filhos (Malom e Quilom), para a terra de Moabe à procura de uma vida melhor. Todavia, com pouco tempo que chegou ali, Elimeleque veio a falecer; ficando apenas sua esposa e seus dois filhos, os quais tomaram para si esposas naturais daquela terra. Passado algum tempo, para infelicidade de Noemí e suas duas noras, veio também falecer, seus dois filhos; ficando a família constituída apenas de três viúvas que pela graça de Deus viviam de forma harmoniosa.
Ao completar quase dez anos que Noemi houvera saído de sua terra, soube que Deus havia concedido prosperidade ao seu povo; então se levantou da terra de Moabe e disse as duas noras: “Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o SENHOR use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo. O SENHOR vos dê que acheis descanso cada uma em casa de seu marido. E, beijando-as ela, levantaram a sua voz e choraram. E disseram-lhe: Certamente voltaremos contigo ao teu povo. Porém Noemi disse: Voltai, minhas filhas. Por que iríeis comigo? Tenho eu ainda no meu ventre mais filhos, para que vos sejam por maridos? Voltai, filhas minhas, ide-vos embora, que já mui velha sou para ter marido; ainda quando eu dissesse: Tenho esperança, ou ainda que esta noite tivesse marido e ainda tivesse filhos, esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Deter-vos-íeis por eles, sem tomardes marido? Não, filhas minhas, que mais amargo me é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do SENHOR se descarregou contra mim” vv. 8-13.
A insistência de Noemi para convencer suas noras a ficar em sua terra veio entristecê-las profundamente. Diante daquele impasse, elas teriam que tomar uma decisão imediata; e após terem chorado bastante, Orfa, uma de suas noras beijou-a, e ao despedir-se retornou a casa de seus pais. Rute (a outra nora), porém disse-lhe: “Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o SENHOR, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” vv. 16 e 17.
Com a decisão de Rute, a moabita, as duas - nora e sogra partiram para Belém de Judá e viveram juntas até o tempo em que Rute veio a se casar.
Diante desta história tão comovente, confesso que estou bastante emocionado, pois uma demonstração de amor como essa, dificilmente presenciamos nos dias atuais. Tal amor demonstrado por elas é como se Noemi fosse à mãe e Rute a sua filha. Como prova disso está na forma que Noemí as tratava. Ela as chamavam de “minhas filhas”.
Para um relacionamento sadio como o exemplo legado por essas duas mulheres não tem nenhum segredo, pois as Escrituras sagradas nos foram concedida para que fosse manifesta a vontade de Deus para nossas vidas; e é justamente essa vontade que muda o nosso caráter e transforma-nos de velhas serpentes em novos cordeirinhos de Cristo.
UMA CARACTERÍSTICA DOS ÚLTIMOS DIAS
O mundo está com os dias contados e creio que não resta muito tempo para que Jesus retorne a terra para buscar a sua Igreja; e como sinal que evidenciam a sua breve volta - que segundo o próprio Jesus, se tornaria uma das características dos finais dos tempos é a carência do amor nos corações, como está escrito: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará” Mat. 24:12. Contudo, nós que conhecemos as santas escrituras, devemos lutar para que essa profecia não se cumpra em nossas vidas. Pelo contrário, devemos vigiar e orar, e procurarmos nos edificar no estudo da Palavra, pois sabemos que os dias em que vivemos são maus, e pouco tempo nos resta para palmilharmos esta terra. Conscientes disso, abrir mão de alguns dos nossos interesses e caprichos, e aprendermos a reconhecer nossos erros e a perdoar as faltas de nossos familiares, são fatores que mais contribuem positivamente.
UM CONSELHO PARA UM BOM RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA
O conselho para se viver bem com as pessoas que nos cercam é muito simples: A humildade (não confunda com covardia) é o primeiro passo para quem quer ter boas relações de amizade. Com ela se consegue acalmar os ânimos dos mais exaltados e arrogantes. Em segundo lugar, não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizesse com você, e se você gosta de ser bem tratado e respeitado, faça o mesmo com as pessoas, dessa forma dificilmente você encontrará rivais em seu grupo. Quando se refere ao relacionamento entre noras e sogras, já dissemos que geralmente é um tipo de relacionamento meio conturbado. Contudo, não é impossível. As noras e genros geralmente se queixam de suas sogras, mas será se eles são os únicos possuidores da razão e suas sogras as abomináveis? Talvez o culpado é quem esteja se fazendo de vítima, não!? Conta se uma ilustração que certa dona de casa todos os dias olhava pelas vidraças de sua casa e se queixa de sua vizinha que não lavava as roupas direito; pois olhando aquelas que estavam estendidas no varal as viam todas sujas. Certo dia, depois de dar uma bela lavagem em suas vidraças, percebeu que as roupas da vizinha estavam todas limpinhas; aí ela concluiu que o problema não estava nas roupas da vizinha, mas, em suas vidraças que estavam sempre sujas.
O melhor conselho que eu poderia dar no momento para aqueles que têm dificuldades para ter um bom relacionamento com suas sogras, é o exemplo deixado por Ester e Orfa. Olhe o que sua sogra disse a elas sobre o que ela achava delas: “O SENHOR use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo”. Veja que ela desejou que Deus usasse de bondade com elas, da mesma forma que elas usaram com seus esposos, sogro e ela como sogra. Então, sejam bondosos e aqueles que os cercam serão com vocês também.
P.A.B.J - TO. 24/07/10