sábado, 30 de janeiro de 2010

ESTRATÉGIAS PARA VENCER O INIMIGO

Nos dois primeiros versículos do texto de referência da lição desta semana está escrito: “Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel: Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós...” No último diz: “Então as águas altivas teriam passado sobre a nossa alma”.
Nesta passagem o salmista apresenta de forma metafórica a situação de perseguição pela qual Israel vinha sofrendo, e como Deus com sua mão forte o livrou de todos os seus inimigos.
Ao citar Israel como exemplo de sofrimento, perseguição e vitória, o faço apenas para deixar claro que assim como esse povo vem no decorrer da história, sofrendo várias perseguições, mas, ao mesmo tempo, obtendo vitórias sobre seus inimigos, os cristãos também sofrem várias perseguições. Mas como disse o Apóstolo Paulo, em todas elas somos mais do que vencedores. E isso, não por nossas próprias forças, mas por Jesus Cristo nosso Senhor.
É certo que muito embora Israel tenha se tornado imbatível a partir de sua emancipação política ocorrida em 1.948 sabe-se que junto à mão de Deus está a sabedoria de seus comandantes militares ao elaborarem e colocarem em prática suas estratégias de guerra. Assim é o cristão. Estamos na linha de frente no campo da batalha espiritual e conosco está o nosso comandante Jesus que nos garante a vitória, contudo, Ele nos ensina as estratégias eficazes para que possamos vencer o inimigo. Como comandante Jesus nos dá instruções sábias de como sermos vencedores. Porém, espera que sejamos fiéis em suas execuções; pois o impossível Ele faz, mas, o possível é para nós realizarmos, caso contrário poderemos ser abatidos pelo inimigo.
CONHECENDO NOSSOS INIMIGOS
Uma das estratégias mais importantes para quem está na batalha é o reconhecimento da potencialidade bélica do inimigo. E isso se faz através de um apanhado bastante minucioso dos pontos fortes e fracos do adversário, como: conhecer suas estratégias, contingente e tipo de armas utilizadas. No campo de batalha espiritual não é diferente. O cristão precisa conhecer os vários inimigos que podem atacá-lo, suas estratégias, bem como as armas que eles utilizam no combate. Como nosso objetivo é tratar de assuntos espirituais, peguemos como exemplo a vida de personagens bíblicos que nos legaram verdadeiros exemplos de vidas vitoriosas, como Davi e Neemias, e conselhos importantíssimos deixados por Jesus e os Apóstolos. Entretanto, o mais importante neste primeiro passo é conhecer nossos principais inimigos, que são: Satanás, natureza adâmica e o mundo. Dentre estes, o maior e mais cruel é Satanás. Ele é: Astuto, caluniador, mau e impiedoso. Seu exército é numeroso, pois é constituído da terça parte dos anjos criados por Deus, mas que foi precipitada do céu a terra ao se rebelar contra Deus. Seus locais de permanência são o espaço sideral e as prisões no inferno. Como Satanás e seus anjos agem? O campo de batalha é em primeiro lugar, a mente do ser humano. Ao apossar da mente do homem, ele causa sérios problemas como depressões e graves problemas psicológicos, além de induzi-lo à violência, prostituições e todas as formas de corrupções. Outra forma de trabalhar na mente humana é influenciá-la para o mal ao infiltrar suas heresias com o propósito maligno de fazer o homem se afastar de Deus, bem como influenciar estudiosos a desenvolverem estudos com o objetivo de negar a existência de Deus e inventar armas e instrumentos para a destruição da própria humanidade.
Ao falar do que nosso maior inimigo veio fazer, disse Jesus: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir...” Jo. 10:10ª; a natureza adâmica (CARNE) é uma inimiga perigosa e traiçoeira e constitui-se em uma ameaça constante para o cristão. Pois além de ser parte inerente do ser humano, suas inclinações são contrárias a Lei de Deus. O Apóstolo Paulo ao escrever aos irmãos da Galácia disse: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” Gal. 5:19-21. O terceiro maior inimigo é o mundo, - um termo que é definido por Donald C. Stamps, como: “(gr. Kosmos) freqüentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação” (B.E.P. pág.1957). O Apóstolo João ao escrever sua primeira carta advertiu-nos: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” I Jo.2:15. Ele ainda acrescentou: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno” I Jo.5:19.
COMO VENCÊ-LOS
O nosso maior inimigo é um ser espiritual vencido, porém forte e jamais desiste de lutar contra Deus e o seu povo. Suas investidas, no entanto podem ser resistidas. O Apóstolo Tiago escreveu: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”(Tg. 4:7). Diante deste versículo chegamos a conclusão que estamos diante da primeira estratégia que nos garante mantê-lo afastado por um período de tempo. A primeira parte da estratégia é a submissão aos mandamentos divinos e a segunda, a resistência as insinuações diabólicas.
Muitos imaginam Satanás um ser muito forte e invencível e por isso desistem da luta como fez Israel diante de Golias. Outros, porém fazem como Davi que não olhou para o tamanho do gigante, mas para o poder do Deus dos exércitos. Fisicamente Davi se tornou algo insignificante em comparação ao seu oponente, contudo, usou pelo menos duas estratégias que garantiram sua vitória. A primeira foi recusar lutar com a armadura do rei Saul. Sua atitude muito embora tenha sido motivada pela sua fragilidade em relação ao peso do equipamento; ensina-nos que nesta luta não devemos confiar em nossos próprios méritos ou recursos, mas em Deus que pode nos garantir a vitória. Salomão escreveu: “Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do SENHOR vem a vitória” Pv.21:31. Sabedor de que a vitória seria garantida por Deus Davi não ousou afrontar o gigante levando o seu próprio nome; mas, disse: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” I Sam. 17:45.
É no nome de Deus que o cristão obtém vitória em seu enfrentamento com o inimigo. Disse Jesus: “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em MEU NOME expulsarão os demônios; falarão novas línguas...” Mc. 16:17.
Neemias foi outro servo de Deus que deixou-nos grandes lições de coragem e sabedoria. Ao iniciar a reconstrução dos muros de Jerusalém ele teve que se valer de várias estratégias para conseguir concluir a obra; pois tão logo seus inimigos (Sambalate, Tobias, árabes, amonitas e asdoditas) souberam do bom andamento da reconstrução dos muros; se uniram com o propósito de guerrear contra Jerusalém (Ne. 4:7e8) afim de que os construtores desistissem do trabalho.
Ao saber do intento dos seus inimigos, Neemias buscou a direção divina em oração, e depois colocou guarda (v.9) contra eles durante o dia e a noite. Ao observar com atenção esta passagem percebemos que o que ele fez foi justamente o que posteriormente Jesus recomendaria a seus discípulos quando disse: “Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo” Mc.13:33. Ao fazer esta advertência Jesus estava se referindo ao fato do dia de sua volta ser imprevisível, o que necessitaria dos discípulos estarem olhando para desenrolar dos eventos escatológicos, e sempre vigiando (Alertas) e orando, pois ao cumprir tais recomendações eles estariam prontos para se livrarem das astúcias do inimigo, e preparados para resisti-lo.
Quando seus inimigos intentaram infiltrar no meio deles para o matarem, e fazerem a obra parar, Neemias armou todas as famílias e colocou pessoas armadas em todas as partes vulneráveis aos ataques. Além disso, os trabalhadores, com uma das mãos empunhavam a ferramenta, e com a outra segurava a espada (vv. 16-18). Essa medida preventiva tomada por Neemias está associada aos princípios ensinados pelo Apóstolo Paulo aos cristãos de Éfeso, ao instruí-lo sobre a necessidade de se equiparem com a armadura de Deus (Ef. 6:13) para que pudessem resistir às várias formas de ataques do inimigo.
Ao terminar a obra de reconstrução dos muros de Jerusalém, Neemias teve que enfrentar uma das últimas estratégias inimigas. Veja o que eles intentaram fazer: “Sambalate e Gesem mandaram dizer-me: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal” Ne. 6:2. Porém, como Neemias possuía a sabedoria divina e a experiência de guerreiro experiente, disse: “E enviei-lhes mensageiros a dizer: Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco?” v.3.
Diante desta última tentativa de fazê-lo recuar, Neemias os fez recuarem, ao alegar que devido à grande importância da obra que estava realizando, não podia atendê-los.
Em nossa vida sempre procuramos priorizar as coisas que damos maior importância. O cristão precisa valorizar a obra de Deus e a sua salvação. Pois ao priorizá-las, seus valores estarão acima de qualquer vantagem oferecida pelo diabo. Aí é só falar para ele: Estou fazendo uma grande obra e não posso deixá-la para atendê-lo!
O segundo maior inimigo a ser vencido é a carne, e para vencê-la a regra áurea é a que deve ser utilizada em todas as investidas de todos os tipos de inimigo, - Jejum e oração.
Por que o jejum e a oração são duas armas poderosas contra os inimigos espirituais? Porque eles transportam o homem natural, com suas fraquezas e temores, em uma pessoa espiritual, forte, cheia de fé e corajosa. A respeito dessa velha natureza, disse Paulo: “Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” Rom. 7:21. Por ser algo que faz parte do nosso ser, nossa natureza adâmica é uma das inimigas que mais nos ameaçam. Nesse caso, como, e o que fazer para sermos vitoriosos? Primeiro, precisamos entender que o cristão possui duas naturezas, a “velha” e a “nova”, ou seja, o velho Adão (Natureza pecaminosa) e o novo Adão (Natureza de Cristo). Precisamos saber também que Deus, ao fazer o homem dotou-o de: Espírito, alma e corpo. Esses elementos foram criados para funcionar da seguinte forma: O espírito (Consciência, intuição e comunicação) para reinar sobre a alma (Inteligência, emoção e vontade) como serva e o corpo como escravo, que é dotado dos cinco sentidos (Olfato, paladar, tato, visão e audição). Depois da queda do homem, os papeis foram invertidos, e aí o corpo e a alma é quem reinam sobre o espírito, fazendo-o escravo. Para voltarmos ao papel inicial temos que fazer morrer a velha natureza carnal por meio do jejum, oração e abstinência dos prazeres carnais. De alimentarmos a nova natureza com a meditação nas sagradas Escrituras e uma vida de inteira santificação.
Vamos para o terceiro e último maior inimigo. – O mundo. - Como podemos obter a vitória sobre o mundo, se vivemos nele, e dele dependemos para quase tudo que fazemos? Como dito antes, o mundo que nos ameaça não é o mundo físico feito por Deus, mas o mundo espiritual do mal que com o propósito de dar continuidade à obra de rebelião contra o Criador, influencia os meios de comunicação, líderes, políticos e de instituições e todos os seguimentos da sociedade a manterem um padrão moral, social e espiritual que contrariem os princípios divinos impressos nas sagradas Escrituras. Este inimigo é muito perigoso, pois muitas coisas que nele existem e que ameaçam nossa integridade moral e espiritual; são como o fruto proibido do Édem. – Fascinam pela beleza e pelos valores que aparentemente são preciosos; além de tudo, garantem uma falsa sensação de felicidade que se pode usufruir imediatamente. São prazeres que para gozá-los o homem não precisa de se esperar por muito tempo. Basta ter dinheiro e fama, e tudo se vêem as suas mãos. Diante de tantas tentações o que se deve fazer é considerar-se morto ou crucificado. Como afirmou Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”Gl.2:20. Isso mesmo! Estar no mundo como alguém que está pendurado em uma cruz é sentir-se impossibilitado para realizar qualquer ação. Existe um perigo muito grande quando o cristão se acha numa situação em que as coisas do mundo não lhe pareçam ameaçadoras; pelo contrário, normais e lícitas. Quando isso acontece obviamente ele já se encontra em contradição com o que diz a palavra de Deus: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” Rom. 12:2.
O conselho para uma vida vitoriosa é fazer como Paulo, se colocar na cruz e jamais descer dela. Conta-se que no tempo de Paulo costumavam crucificar aqueles delinqüentes que a sociedade havia rejeitado por haverem cometido muitos crimes. Acontece que à noite, enquanto a cidade adormecia, os parentes do criminoso desciam-no da cruz e curavam suas feridas. Depois que ele se encontrava livre e sem ferimentos, voltava para o mundo do crime a praticar as mesmas coisas de antes.
Portanto, vença o mundo mantendo-se crucificado com Cristo, pois o mundo e as suas concupiscências passam, mas aquele que obedece a Palavra de Deus permanece eternamente.
Ponte Alta do Bom Jesus - TO., 29/01/2010

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