sábado, 28 de agosto de 2010

JESUS, SEU MINISTÉRIO E VIDA SOCIAL

Podemos comparar a vinda de Jesus a este mundo, a um pescador que foi ao rio pescar peixes. Com base nesta comparação, pergunto: Quais são as exigências necessárias para que o pescador possa ser bem sucedido em sua pescaria? Talvez você entenda bastante sobre esse assunto, mas quero destacar alguns pontos importantes. Além de bons equipamentos, o pescador precisa ter iscas apropriadas para os vários tipos de peixes; ter a habilidade para manusear iscas e equipamentos; saber os locais onde os peixes mais se concentram e principalmente ter a perícia de se aproximar deles de maneira que não os espante.

Como bom pescador de almas Jesus, com sua inigualável sabedoria procurou se infiltrar justamente onde havia maiores concentrações de pessoas, com a finalidade de buscá-las para o seu reino. Por isso vemos em sua biografia escrita pelos quatro Evangelistas, registros de sua presença nos eventos de maior magnitude, como festa da Páscoa (Jo. 2:23), festa dos pães ázimos (Mt.26:17), festa de casamento em Caná da Galiléia (Jo. 2:11), banquetes em casas de publicanos e pecadores como o que aconteceu na casa de Levi (Lc.5:29).

Nesses eventos o Mestre encontrava uma boa oportunidade para anunciar a boa notícia de salvação, pois o número de pessoas alcançadas por sua mensagem era significativamente maior que quaisquer outras disponíveis naqueles tempos. Sabemos que exceto as reuniões sociais, Jesus com sua pregação e milagres conseguia reunir grandes multidões a sua volta, mas, como em todas as sociedades existiam aqueles que não O seguia; quem sabe pela sua posição social ou por ocupar um cargo político e até mesmo religioso; fora necessário que Ele fosse até essas pessoas, que não deixavam de marcar presença nessas reuniões.

Em todas essas visitas a esses eventos Jesus tinha sempre um objetivo principal em mente – a divulgação do Evangelho. E, ao contrário do que muitos imaginam, nunca fez essas visitas apenas com o objetivo de se deliciar das bebidas e iguarias que se ofereciam nesses locais.

Ao se infiltrar nas grandes reuniões sociais do seu tempo Jesus estaria nos legando um exemplo maravilhoso de que o povo de Deus deve não apenas fazer parte da sociedade como um indivíduo isolado dentro das quatro paredes da sua congregação. Pois como homens e mulheres de Deus devem achar nesses acontecimentos uma boa ocasião para testemunhar de Jesus. Observe que Jesus não ia apenas para ouvir, mas principalmente para falar, como assim escreveu o Apóstolo João (7:37: “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba”.

A LUZ E AS TREVAS

Em seu ministério terreno Jesus fez questão de se tornar um homem público (A partir dos 30 anos de idade), contatando-se com pessoas de todas as classes sociais e níveis culturais; dos mais pobres e ignorantes aos mais nobres e cultos, pois tinha consciência de suas reais necessidades espirituais. Ele era a Luz que precisa brilhar no meio de um povo que vivia em densas trevas, como Ele próprio disse: “...Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”Jo. 8:12. A luz foi feita para brilhar por isso Jesus fez resplandecer a sua luz neste mundo de trevas e deseja que todos nós brilhemos por onde andarmos; por isso, disse Ele: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” Mat. 5:14-16.

Veja que nas palavras do Mestre, transcritas logo acima Ele deixou bastante claro sobre a necessidade de fazermos com que a nossa luz brilhe neste mundo; ou seja, por onde quer que possamos andar. Seja numa festa de casamento, numa reunião política, ou em qualquer evento social; precisamos mostrar que somos diferentes. Pois quem sabe a sua presença naquele local foi planejada por Jesus, para que o seu nome fosse manifestado e glorificado. Se você foi convidado para fazer parte daquele grupo social, é porque alguém que é trevas precisa da luz que você irradia. Porque digo isso? Porque dificilmente alguém convida um cristão verdadeiro para suas reuniões; pois geralmente eles convidam aquelas pessoas que falam a mesma língua, que bebem da mesma bebida, que comem da comida, etc.

Portanto, não tenha a sua posição no reino de Deus como um obstáculo para recusar fazer parte da sociedade, pelo contrário, use desta prerrogativa para fazer com que as pessoas vejam a luz de Cristo refletir em sua vida.



P. A. B. J. TO. 28/08/10

sábado, 21 de agosto de 2010

O CRISTÃO E A PRATICA DO AMOR FRATERNAL

o tema acima possui duas palavras de grande impacto: A primeira é o vocábulo “cristão”, e a segunda “amor”. A primeira possui grande peso por significar uma pessoa seguidora de Cristo, e a segunda, por ser um sentimento indispensável na vida dos filhos de Deus. Na lição desta semana temos o estudo da prática do amor fraternal que é o amor entre os irmãos.

Para nosso comentário de hoje, vamos refletir em primeiro lugar sobre o que é ser cristão. Os discípulos de Cristo foram chamados de cristãos pela primeira vez na cidade de Antioquia, como assim descreveu Lucas: “E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” At. 11:26. Esse codinome nasceu na infância da Igreja e perdurou até agora, no entanto, vemo-lo perdendo espaço para o termo “evangélico”, que pouco significa para o contexto espiritual, já que qualquer pessoa pode se intitular evangélica, basta dizer que pertence a uma determinada denominação religiosa que fala da pessoa de Cristo Jesus. Porém, para intitularmos alguém de cristão precisamos saber se essa pessoa é alguém que professa o nome de Cristo como seu Mestre, Senhor, e único Salvador de sua vida; ou se ela carrega esse título apenas para obter algum benefício por parte do seu semelhante. Existem também aquelas seitas heréticas que se intitulam de cristãs, mas, ao mesmo tempo em que ensinam que Cristo é o seu modelo de vida, e a pessoa que se deve prestar adoração; apresentam outros deuses como mediadores e segundo eles, merecedores de adoração ou “veneração” como estrategicamente instruem a seus adeptos. Esses são cristãos a quem podemos denominá-los de “cristãos pagãos”.

O cristão do qual nosso tema se dedica é o verdadeiro seguidor de Cristo – aquele que Nele crê; dedica sua vida; e O tem como único Senhor e salvador; e o único mediador junto a Deus. É para esse cristão que a Bíblia está saturada de ensinamentos sobre o amor. O Apóstolo Paulo ao escrever aos cristãos de Roma disse: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” Rom. 12:10. Observe que ao usar o termo “cordialmente” ele está dizendo que devemos amar nossos irmãos de forma calorosa e sincera. – Nada de superficialismo ou que tenha alguma motivação egoísta, mas um sentimento que vem do âmago, e que nossas palavras de carinho e afeto sejam a clara expressão do nosso sentimento de amor fraternal.

ENTENDENDO O VERDADEIRO AMOR

A linguagem bíblica em sua maioria tem origem na língua grega. Por isso, para entendermos o amor em sua essência, precisamos interpretá-lo pelo menos sob os três principais aspectos mais importantes; assim saberemos se o sentimento de afeto que temos por alguém é teologicamente correto ou não.

Conforme o Dicionário Teológico Escrito pelo Pr, Claudionor Correia de Andrade (Ed. CPAD), são três as palavras usadas na língua grega para expressar o amor: “1) Ágape, amor divino; 2) Philis, amor entre amigos, sem nenhuma conotação sexual; e, 3) Eros, amor entre os cônjuges.”

O que nos interessa no momento é falarmos sobre o “Àgape” e o “Philís”. O primeiro, expressa o amor na sua essência, que é o amor que Deus tem demonstrado por suas criaturas no decorrer da história. E um amor que segundo o Apóstolo João, não temos condições de descrevê-lo; quando escreveu: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” Jo. 3:16. Da expressão de “tal maneira” nos leva a entender o quanto Deus nos ama, mas que somente em palavras não conseguiria descrevê-lo. E para demonstrar a magnitude desse amor, entregou à morte o seu próprio Filho para nos resgatar.

Ao meditarmos sobre o que Deus fizera ao entregar seu Filho pela humanidade perdida e má, concluímos que por mais que os cristãos amem o seu semelhante, e por mais afinidade que ele tenha com Deus, jamais ele pode demonstrar o amor da forma que foi expressa por Deus. Pois o amor de Deus é incondicional e é demonstrado até mesmo em favor daqueles que são considerados seus inimigos. Quando Jesus foi preso, julgado, condenado e crucificado; lá na cruz disse: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...” Lc. 23:34

Do vocábulo “Philis”, derivou-se a palavra filantropia, que significa beneficência, caridade, etc., um tipo de amor que o cristão deve demonstrar no dia a dia com o seu semelhante. Um amor diferente do amor pregado e demonstrado por aqueles que não conhecem a Deus. O ímpio de modo geral ama de forma condicional, ou seja, ama quem o ama, quem o presenteia, quem o favorece em algo de interesse pessoal, etc. Jesus, no entanto, ensinou a seus discípulos a amarem as pessoas da mesma forma que Ele amou o mundo perdido, a ponto de amar aqueles que procuravam a sua própria morte. Segundo a versão apresentada pelo biógrafo Lucas Jesus ensinou aos seus discípulos acerca do amor com as seguintes palavras: “E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também. E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” Lc. 6:31-35.

Com esse ensinamento Jesus deixou bastante claro acerca do verdadeiro amor fraternal, que não é originado de coisas exteriores e do próprio coração e natureza humana, mas do amor de Deus que passa a existir no coração daqueles que são seguidores de Cristo. Um amor que não depende de favores ou de ser amado primeiro para poder amar, mas, que ama primeiro de ser amado; pois assim foi o que Deus fez, nos amou antes mesmo que nós o conhecêssemos.

O cristão é o reflexo de Cristo, ou seja, ele precisa reproduzir na prática no dia a dia, aquilo que foi ensinado e vivido pelo próprio Cristo, caso contrário o mundo não o verá como um cristão verdadeiro. O próprio Jesus afirmou: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” Jo. 13:35. O amor que devemos ter pelo nosso semelhante, deve ser mais intenso quando se trata do relacionamento com nossos irmãos espirituais, que são aqueles que professam a mesma fé em Cristo Jesus. O mundo precisa ver a união entre os cristãos, para então reconhecê-los como verdadeiros servos de Deus e seguidores do Mestre Jesus. Mas, para minha e sua meditação deixo a seguinte pergunta: Temos demonstrado verdadeiro amor de Deus para com nossos irmãos? Ou será se temos colocado a nossa frente uma série de condições como barreiras que estão impedindo o fluir desse amor?! O apóstolo fala do verdadeiro amor de uma forma sábia quando escreve: “AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. - O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá...” I Co. 13:1-8.

Que Deus possa derramar do seu amor em nossos corações de tal forma que não venhamos encontrar barreiras para amarmos nosso semelhante, principalmente aqueles que professam conosco da mesma fé em Cristo Jesus.

P. A. B. J. TO. 21/08/10

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