sábado, 17 de julho de 2010

O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL DE PAIS E FILHOS COM BASE NOS PRINCÍPIOS BÍBLICOS

A harmonia é um dos fatores mais importantes para o sucesso de uma comunidade. É com ela que se consegue traçar metas planejar ações e obter o sucesso na perseguição dos objetivos comuns. Porém, de uma coisa é necessário saber: O sucesso para um convívio social satisfatório depende da maneira como o nosso caráter foi formado com base no ambiente familiar. Por isso a Bíblia sagrada contém uma série de ensinamentos que orientam os pais em seus relacionamentos com seus filhos e vice-versa.

O DEVER DOS PAIS NO REALCIONAMENTO COM SEUS FILHOS

Antigamente quando um rapaz resolvia casar-se (Casos que ocorriam no interior, em lugares menos desenvolvidos), as primeiras coisas que preocupavam o rapaz e sua família era a necessidade de plantar uma roça, armazenar o mantimento e construir uma casa. Por outro lado, a moça se preocupava em aprender a realizar os trabalhos corriqueiros do lar, como lavar, passar, preparar a comida, etc. Dificilmente se preocupavam com o conhecimento mais técnico ou bíblico a respeito de suas responsabilidades na criação dos filhos. Os mais religiosos tradicionais, apenas reproduziam no relacionamento com seus filhos aquilo que haviam aprendido com seus pais, sem se preocuparem em conhecer a eficácia de tais tradições.

O resultado de tais negligências na questão do conhecimento para o desenvolvimento de uma educação fundada nos princípios da ética e da moral (Com grandes exceções) fazia com que pais exagerassem na aplicação da disciplina dos filhos, a fim de impor sua autoridade “a ferro e fogo”. Com tais práticas eles, sem a menor idéia do que isso pudesse causar no futuro do filho, fazia com que a violência se perpetuasse passando aos seus ascendentes. Por outro lado, olhamos para a sociedade atual e vemos justamente o oposto. Num passado não muito remoto, os filhos eram sujeitos aos pais sob imposições violentas, algo que resultava em sérios traumas físicos e psicológicos. Hoje, presenciamos um excesso de princípios legais e teorias filosóficas que afastam os filhos paulatinamente da ética e dos princípios morais apresentados pelas sagradas Escrituras. Como por exemplo, na Lei de nº 8.069, que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe castigos físicos às crianças, e mais recentemente temos o Projeto de Lei 2.654/03 da deputada federal Maria do Rosário, do PT do RS, que tramita na Câmara dos Deputados, o qual tem a finalidade de emendar o ECA, que se for aprovado, proibirá aos pais, de educarem seus filhos, se utilizando até mesmo de uma pequena palmada ou um simples beliscão.

Devido a minha inexperiência como pai de família e o desejo de mudar o comportamento dos meus dois filhos, confesso que cometi alguns exageros, quando eles eram crianças. E isso porque eu ainda possuía um pouco de ignorância do tipo aquelas já citada anteriormente. Contudo, não sou favorável a essas inovações que vem surgindo nos últimos dias. Pois são restrições que tolhem o direito dos pais educarem seus filhos da forma que a própria palavra de Deus aponta como um método teologicamente correto, como está escrito: “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe” Pv. 29:15. Observe que “vara”, ao contrário do que muitos interpretam, afirmando ser ela, uma expressão que indica uma das formas de disciplinar por meios verbais; ela na verdade, significa o castigo físico como forma de disciplinar o filho obstinado. Podemos ratificar essa interpretação através do texto seguinte que diz: “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá” Pv. 23:13. Observe que o sábio escritor valeu-se do termo “fustigar com a vara”, que significa: Azorragar, açoitar, chicotear, flagelar, etc. Algo que indica o sentido literal, e não, o figurado como acreditam alguns.

Portanto, mesmo que grande parte esteja em conformidade com o pensamento de psicólogos e legisladores, de não impor castigos físicos aos filhos, eu continuo e continuarei sempre com o que ensina a irrevogável e santa palavra de Deus. Contudo é necessário que tenhamos a sensibilidade de um pai amoroso e a razão de um sábio educador para não cometermos exageros, pois além de constituir crime perante as leis do nosso país, também fere o maior mandamento bíblico, que é o amor. Pois o pai que ama seu filho, não castiga para desabafar suas mágoas – mas apenas para fazê-lo reconhecer seus erros e procurar corrigi-los.

No relacionamento dos pais com os filhos, onde é necessário aplicar certas medidas educativas de caráter disciplinar muitas vezes os pais são verdadeiros culpados pela infração da criança. Por isso Deus recomenda em sua palavra: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” Ef.6:4. Em outra carta – dessa vez destinada aos cristãos de Colossos, o Apóstolo Paulo escreve: “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo” Col. 3:21. Olhe que no primeiro texto ele recomenda para não fazermos nada contra os filhos que venha fazê-lo ficar furioso, com raiva, zangado, etc. No segundo texto, ele utiliza o termo “irriteis” que vem de irritar e significa causar aborrecimentos. Olha, tem pais que colocam apelidos em seus filhos mesmo sabendo que eles não gostam. Nesse caso, se o pai ou mãe o chama dessa alcunha e o filho fica zangado, os pais não podem castigá-lo, pois eles foram quem provocaram a reação do filho. E se porventura procurem castigá-lo, tal atitude constitui pecado e abuso de autoridade. Outros pais não respeitam seus filhos, ou seja, fazem na frente do filho o que eles não gostariam e nem admitiram que seus filhos fizessem em suas presenças – é como o provérbio popular: “faça o que eu mando e não faça o que eu faço”. Às vezes os pais dão aos filhos adjetivos vergonhosos, e não admitem o filho fazer o mesmo; mentem na vista do filho, e não admitem o filho mentir. Isso é hipocrisia e falta de sabedoria, pois a melhor lição é aquela que se ensina praticando. Não adianta nada eu dar maus exemplos aos meus filhos e exigir deles o contrário.

No trato com seus filhos o pai tem o dever de instruir os filhos nos princípios sagrados, a ser um bom cidadão cumpridor de seus deveres com o Estado bem como de orientá-lo a escolher uma profissão que melhor adéqüe a sua vocação e necessidade do campo de trabalho. Quanto à mãe, além de ensinar os deveres domésticos, deve também dar bons exemplos e amar seus filhos (Tt.2:4).

O DEVER DOS FILHOS PARA COM OS PAIS

É preocupante o comportamento da juventude atual, aonde os valores morais, sociais e cristãos vêm a cada dia, sofrendo significativos detrimentos; e isso porque os papéis dos pais também vêem perdendo espaço para os meios de comunicação atual como a televisão, por exemplo; e a preocupação destes, com o trabalho e outros interesses comuns. O resultado é uma geração de jovens rebeldes que tem como professores os artistas das novelas, filmes, cantores, etc. O resultado não se pode esperar outro, a não ser o comportamento desrespeitoso de filhos para com seus pais; e conseqüentemente, para com a sociedade em geral.

A delinqüência tem se agravado tanto em nossos dias, que chegamos à conclusão de que mesmo com a ignorância do passado se conseguiria melhores qualidades de vida social do que mesmo com a cultura moderna. E a tendência é piorar cada vez mais, se os pais que conhecem os princípios bíblicos não se valerem deles para educarem seus filhos. Por outro lado, os filhos precisam honrar seus pais, pois este é um mandamento que garante bênçãos.

Os filhos que querem ser respeitados e honrados futuramente por seus filhos precisam agir com seus pais da mesma forma, pois a lei da semeadura é a coisa mais certa que temos nesta vida. Ninguém planta uvas e colhe milho. Muitos pais estão colhendo frutos amargos hoje com seus filhos, porque no passado plantaram decepção para os pais.



P.A.B.J. To. 17.07.10

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