Quando se refere ao termo “Igreja” não se deve de imediato, imaginar um templo - local de realizações de cultos e outros eventos de caráter espiritual realizados pelas pessoas que ali congregam. Pelo contrário, se deve ter em mente que se trata de um organismo vivo e espiritual; o corpo (místico) de Cristo; agência do reino de Deus que cuida dos negócios dEle na terra; uma assembléia de pessoas escolhidas e resgatadas do poder de satanás e do mundo para adorar o Criador; enfim, a assembléia dos salvos de todo o mundo e de todos os tempos. Dentro desse contexto, temos a Igreja militante (Conjunto de todos os cristãos professos pertencentes a todas as denominações cristãs) e a Igreja invisível ou universal que é o grupo dos salvos desde Abel até o último a ser salvo, que são escolhidos do meio da igreja militante. Por isso quando nos referimos a Igreja, devemos ter em mente, que por se tratar de uma instituição espiritual que tem como cabeça o próprio Jesus Cristo, é ela uma agencia do reino, e por isso possui o poder outorgado pelo Rei dos Reis e Senhor dos senhores - O onipotente, que tem sob seus pés todos os poderes humanos e espirituais.
Antes de retornar ao céu Jesus Cristo disse as seguintes palavras: “...Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” Marcos 16:15-18. Com esta declaração e ordem, Jesus deixou claro aos seus discípulos que a nova instituição que acabara de formar não se tratava de um mero seguimento religioso que veio acrescentar a relação dos já existentes, mas um agencia do próprio reino de Deus que tinha como distintivo o poder emanado do próprio Cristo.
Diferentemente do farisaísmo e outros ismos do tempo de Jesus, a Igreja vem fazendo e sempre fará a diferença de outros seguimentos religiosos que não fazem parte do reino. Pois, enquanto tais religiões mantêm as pessoas presas as suas tradições e costumes, e conseqüentemente não tem o poder de livrá-las do jugo imposto pela maldade e caprichos do diabo; a Igreja, por possuir o poder emanado do próprio Filho de Deus vem fazendo, desde o seu nascimento, uma verdadeira diferença nas vidas das pessoas que aceitam a Cristo como seu Senhor e Salvador.
O poder da Igreja de Cristo como sal da terra (mat.5:13), por mais que não tenha encontrado espaço na vida da Igreja da maneira em que o Mestre deseja, contudo, tem realizado um efeito preservador muito grande. Você já imaginou o mundo sem o Evangelho de Cristo? Não existiria cristãos! E não havendo cristãos cada um teria sua conduta de acordo com a sua maneira de pensar e do desejo do seu coração e das insinuações do diabo. Se realmente não houvesse cristãos, como o governo não estaria sofrendo para acomodar os prisioneiros; e como a sociedade do lado de fora das cadeias estaria fazendo para ter uma vida normal? Mas graças a Deus que através do seu poder concedido a Igreja, muitos viciados tem sido libertos, muitos sentenciados tem sido livres da condenação e milhões de pessoas têm saída da marginalidade e se integrado à sociedade.
Não sei se por coincidência, hoje, mais ou menos pelo meio dia ao assistir um canal de TV, vi uma reportagem, na uma brasileira que trabalhava em uma loja, nos Estados Unidos (Se é que não estou enganado), teve a coragem de demonstrar o poder que possui a palavra de Deus; ao convencer o ladrão a desistir da idéia de roubá-la. Disse ela ao ladrão: “Jesus não aprovaria a sua atitude”.
Por outro lado, quando começamos a meditar na vida de muitos líderes religiosos espalhados pelo mundo ficamos realmente surpresos. Recentemente temos tele-presenciado os mais bárbaros escândalos envolvendo “religiosos”, que por não terem se integrado completamente a verdadeira Igreja de Cristo, cometem as maiores crueldades contra crianças e adolescentes. Outros, se envolvendo com crimes de todas as espécies como estelionatos, corrupções, homicídios, seqüestros, e toda espécie de maldade. Tais pessoas dizem ser religiosas, ou seja, possuem uma religião, mas não fazem parte da Igreja de Cristo. Pois a Igreja não é apenas um título, mas um povo poderoso para vencer o mal e influenciar positivamente o mundo em que vivemos.
A MÁ INTERPRETAÇÃO DO PODER DA IGREJA POR PARTE DE MUITOS LÍDERES
Nos dias atuais com a grande corrida por uma posição no âmbito político, muitos líderes da Igreja (militante) têm confundido o poder espiritual da Igreja com o poder temporal exercido pelos homens na política. Ao invés de ensinar o povo a obedecer e amar a Deus de maneira mais intensa envolve suas igrejas em campanhas políticas, resultando em divergências, confusões e discórdias no meio da congregação. O poder da Igreja de Cristo é para ser exercido contra a maldade humana e as obras do diabo, e isso através da oração, do testemunho pessoal e da pregação do Evangelho, e nunca, através dos artifícios da politicagem rasteira praticada até mesmo por aqueles que se dizem representar o povo de Deus no governo. Como cidadão cumpridor dos meus deveres cívicos, conhecedor dos direitos que a democracia me garante, e da palavra de Deus que é a resposta para todos os questionamentos; sei que não há nada de mal um cristão ocupar um cargo político. Porém, discordo por dois motivos: O primeiro é o fato da corrupção generalizada na política acabar por envolver o cristão, e isso não é apenas suposição; pois até agora, aqueles que têm se aproveitado dessa prerrogativa para se eleger (Pelo menos os que eu conheço) não tem demonstrado o testemunho de um verdadeiro servo de Deus. No lugar a onde deveria ser luz para dissipar as trevas, acaba por deixar as trevas ofuscar o pouco de luz que lhes resta.
O outro motivo é a força da filosofia maquiavélica que extingue a ética nas campanhas em busca do voto. Cristãos, que não tem o menor receio de mentir, de comprar votos em troca de favores, que burlam as leis para lhes favorecer, que traem amigos e colegas, que aproveitam da ingenuidade e miséria dos seus eleitores, etc. Tudo isso são artifícios que levam o cristão ao poder temporal (E sem eles é impossível se ganhar uma eleição), mas que tiram o seu poder espiritual. E dentre as duas coisas, penso que o cristão deveria escolher o poder espiritual outorgado por Cristo. Pois é impossível no estado de corrupção generalizada no qual vive nosso país se conciliar as duas coisas.
A IGREJA E O PODER RELACIONAL
Um dos maiores objetivos da Igreja na terra é promover a paz e a harmonia entre as pessoas. Primeiro, ela prega a Palavra, que se aceita, essa pessoa passa a ter paz com Deus, consigo mesma e conseqüentemente com ou outros. Conhecedores desta verdade o Cristão tem sobre seus ombros a grande responsabilidade de pregar o Evangelho, pois, por falta de maior conhececimento deste é que as pessoas vêm encontrando dificuldade em seus relacionamentos.
P.A.B.J-TO, 31.07.10