sábado, 5 de junho de 2010

IGREJA – UM PARADIGMA PARA A SOCIEDADE

A sociedade atual no contexto mundial, por pouco não transformaria em um verdadeiro caos; onde os mais fortes e poderosos imporiam suas forças sobre os mais fracos e os venceriam; um ambiente no qual os libertinos ocupariam ruas e lares e os assuntos sexuais ilícitos deixariam de ser tabu. Uma sociedade na qual os mais fracos e impotentes diante das ameaças dos que se mostrassem mais fortes, não teriam o direito de usufruir dos seus direitos, etc. Entretanto, se começarmos a fazer uma breve reflexão sobre a real situação em que se encontra o mundo atual, chegaríamos à conclusão de que nossa sociedade pouco difere dos contemporâneos de Noé e Ló.

As sociedades que povoam o nosso planeta apresentam sinais de alerta para um grave problema de alcance global. Pois as ameaças de um iminente conflito entre as nações são evidentes. Irã e Israel podem a qualquer momento deflagrar uma guerra nuclear de grandes proporções ao ponto de envolver o mundo inteiro; divergência entre Coréia do Norte e Coréia do Sul constitui outra ameaça para o mundo. E se isso não bastasse, até mesmo o nosso Presidente Lula que até pouco tempo tinha um grande conceito perante os americanos, vem a cada dia desgastando sua imagem, ao tentar tomar para si os problemas de outrem, comprometendo assim, a relação do Brasil com os Estados Unidos, a maior potencia mundial. Porém, esses são apenas assuntos internacionais; mas, o que diria dos problemas éticos e morais que afetam o nosso país; dos quais tem como principal protagonista a maioria dos políticos e grandes vultos nacionais? O que diríamos da violência que invade as ruas, lares, escolas, igrejas e demais setores da sociedade? Da imoralidade sexual, como por exemplo, da tentativa da legalização da prática da prostituição? Como por exemplo: Existe na Câmara Federal um Projeto de Lei de autoria do Deputado Federal Eduardo Valverde, que no seu cabeçalho diz: “Institui a profissão de trabalhadores da sexualidade e dá outras providências”. E no seu Art. 1º esclarece: “Consideram-se trabalhadores da sexualidade toda pessoa adulta que com habitualidade e de forma livre, submete o próprio corpo para o sexo com terceiros, mediante remuneração previamente ajustada, podendo ou não laborar em favor de outrem”. E se isso não bastasse, existe também a tentativa de legalizarem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, como acontece em outros países, e outras formas de perversões e inversão de valores, defendidos pelos próprios governantes de nossa nação. E quem não tem conhecimento de que as leis do nosso país foram feitas para favorecer o rico em detrimento ao pobre – onde a mesma lei que faz o pobre apodrecer na cadeia tira o rico da prisão no dia seguinte? Mas tudo isso é pouco para descrever a crise moral e ética pela qual vivencia o nosso país. E poderia estar pior ainda, se não fosse à ação da Igreja de Cristo que diuturnamente intercede pelas almas, prega o Evangelho de Cristo, e através da sua conduta influencia o caráter do seu semelhante.

Paradigma é um termo que segundo a língua portuguesa significa modelo, padrão, exemplo – e para isso nasceu a Igreja de Cristo, a qual tem o dever de brilhar em meio às trevas moral e espiritual com as quais está envolta a nossa sociedade; como disse o próprio Jesus: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Grifo meu) Mat. 5:14-16.

Ao se referir ao caráter e a conduta que o cristão deve ter perante a sociedade, Jesus usou a linguagem figurada; valendo-se de algo muito familiar de seus discípulos – a luz, algo que dá a idéia de contraste. Pois luz lembra trevas. Isso era o mesmo que ter-lhes dito: Vocês devem ter uma conduta que contraste com a conduta apresentada pelas demais pessoas que não conhecem a Deus, ou seja, a vida de vocês não devem ser a mesma. Se vocês roubavam não roubem mais, se vocês brigavam não briguem mais, se vocês matavam não matem mais, se vocês adulteravam não adulterem mais, se vocês prostituíam não prostituam mais. Enfim, tudo de mau que fazia parte do caráter de vocês, deve ser substituído pelos bons princípios ensinados em toda a palavra de Deus.


Ao estarmos cientes do verdadeiro papel da Igreja no sentido de servir de exemplo para o mundo, pergunto: Estamos realmente correspondendo às expectativas de Jesus? Ou estamos deixando a desejar? Eu diria que são inegáveis os benefícios provenientes da influencia positiva da Igreja. Contudo, não deixamos de salientar que grande parte do cristianismo professo tem perdido a sua verdadeira identidade, e por isso o mundo não está em melhores condições morais. Pois são muitos os casos de cristãos que por não terem sido regenerados vivem em conformidade com o mundanismo. Como se vêem – cristãos que coadunam com os corruptos para subtrair valores que não lhes pertencem e obter favorecimentos em negócios escusos. Cristãos que menosprezam a sua posição no reino de Deus por acharem que os valores terrenos são mais importantes do que os celestiais, e que o lucro e o prazer imediato devem ter a primazia em suas vidas. Tais cristãos deixaram (se é que possuíam) que o brilho do caráter de Cristo em suas vidas fosse ofuscado pelas trevas morais que entenebrecem o mundo.

Muitos líderes de igrejas hoje querem que suas igrejas se identifiquem com a Igreja primitiva da época dos apóstolos, mas nenhuma até o momento se compara a ela. A Igreja liderada pelos primeiros apóstolos possuía maior intensidade de luz moral e espiritual, por isso, o poder de Deus se manifestava e o nome de Deus era exaltado até mesmo pela sociedade que não conhecia a Deus. O poder de Deus se manifestava de uma maneira tão intensa e a comunhão entre os irmãos era tão grande... Que as pessoas sentiam-se atraídas pelo Evangelho, como bem escreveu Lucas: “Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” At. 2:47. Tal depoimento nos mostra que havia diferença entre os cristãos e os não-cristãos e isso fazia com Deus sentisse a vontade para estar no meio da congregação.

A IGREJA COMO TEMPLO DE DEUS


A Bíblia ao se referir ao Templo, em muitos lugares, desde o Antigo Testamento, fala de prédio ou construção, o Tabernáculo, o templo de Salomão, o segundo templo, o templo de Herodes, etc. Porém, o termo Igreja aparece no novo testamento em vários textos, mas em lugar algum se refere a ela como um edifício literalmente falando, esse é um termo de origem popular aplicado ao templo como uma construção. Das várias referências bíblicas, a maioria delas refere à congregação local (Cristãos de uma determinada cidade ou região) que faz parte da igreja militante, como por exemplo, em: Mat. 18:17; Atos 9:31; Atos 13:1; Ap. 3:1; etc. Em outros porém, como a congregação universal e invisível (Que é a totalidade de todos os salvos de todos os tempos, desde Abel até a última pessoa que há de aceitar a Cristo como Salvador), (Heb. 12:53; Ef. 1:22). É sobre esta última definição que queremos falar, pois o termo Igreja como templo de Deus, se refere às pessoas salvas existentes no seio da igreja militante. Como disse o Apóstolo Paulo: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” I Co. 6:19. Para Paulo, é o nosso corpo a morada do Espírito Santo – e se é morada do Espírito, é também morada do próprio Deus e o local ideal para oferecermos culto a Ele. Ao escrever aos cristãos de Roma, ele fez a seguinte recomendação: “ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” Rom. 12:1.

Ao comparar os dois textos parece haver uma contradição; pois enquanto no primeiro o nosso corpo é comparado ao templo, no segundo é comparado ao sacrifício. Contudo, não há nenhuma contradição, tendo em vista o fato de tanto o altar como sacrifício serem igualmente santos. No primeiro nosso corpo é visto como morada de Deus e local de cultuarmos a Ele; no segundo, como um sacrifício vivo. Ou seja, assim como no Antigo Pacto se exigia animais limpos, sem manchas e sem defeitos para oferecê-lo como sacrifício, hoje como sacrifício vivo e voluntário, temos que nos enquadrar nas exigências de santidade exigidas na palavra de Deus. Portanto, individualmente somos parte da Igreja de Cristo e figuradamente o templo a onde Deus habita e recebe a nossa adoração.

Considerando que o nosso corpo é o verdadeiro templo de Deus, não podemos deixar de enfatizar a importância e necessidade do templo propriamente dito construído de tijolos, areia, cimento, telhas, etc. Pois ele foi o local que Deus escolheu para que a congregação possa se reunir e juntos possam exaltar o seu nome e buscar a sua ajuda.


IGREJA COMO LOCAL DE REFÚGIO


Antes que chegasse a Canaã, Deus ordenou a Moisés que das cidades que seriam entregues aos Levitas, seis delas seriam para refugiar o homicida que sem querer, teria ferido de morte a ágüem (Núm.35:6). Tal medida tinha como causa a preocupação de Deus em evitar que injustiças fossem cometidas contra alguém que sem querer havia matado alguém, já que a lei que vigorava naquela época era a do Talião (Olho por olho e dente por dente). Tais cidades tipificavam o próprio Jesus que é o refúgio mais perfeito que o pecador possa encontrar. Nesse caso, a Igreja como parte integrante do próprio Jesus, deve igualmente servir de refúgio (abrigo) para as almas que escravizadas e ameaçadas por satanás.


A Igreja é a única que pode oferecer segurança aos oprimidos, já que ela é a única a poder falar e proceder em nome de Cristo, que é o descanso para as almas cansadas (Mat. 11:28); o Caminho do céu para os perdidos, a Verdade para aqueles que estão cansados da mentira, e a vida para os que estão mortos em seus pecados. Por isso disse Ele: “...Eu sou o caminho, e a verdade e a vida...”Jo. 14:6.


Que a Igreja da qual faço parte


Não sirva apenas para o meu benefício


Mas que seja um local de tranqüilidade


Para o miserável, que vive nesse mundo perdido.


P. A. B. J. TO. 05/06/10

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