“Bíblia” e “Igreja” são inseparáveis. A primeira se trata de uma carta de amor destinada ao homem, na qual Deus revela os seus atributos e a verdadeira história da criação - como tudo começou e como há de terminar. Nela se encontra as respostas para as questões mais impressionantes, que às vezes intrigam intelectuais e cientistas. É por meio dela que tomamos conhecimento da história da queda do homem e dos planos traçados e executados por Deus com objetivo de oferecer a humanidade caída a oportunidade de retorno ao seu estado original, sem pecado; por meio do sacrifício de Cristo no Calvário.
A segunda (Igreja) diria que é o feedbek, ou seja, é o resultado da mensagem contida na carta de amor enviada por Deus. Pois foi por meio do conhecimento de sua vontade e propósitos, que homens santos que viveram até a dispensação atual, conseguiram obedecê-lo e deixar com que a obra de redenção do homem se concretizasse. Pois como o autor dessa magnífica obra se humanizaria se não fossem os grandes homens do passado que ao receberem a revelação divina se dispuseram em obedecê-la? Como Sete, Enoque, Noé, Heber, Abraão, Isaque, Jacó, José, Judá, David, e muitos outros?
A BÍBLIA SAGRADA
Etimologicamente o vocábulo “Bíblia” significa uma coleção de livros pequenos, isso porque a folha do papiro (Industrializada no Egito a 3000 a.C.), material primitivo usado na confecção dos primeiros escritos sagrados era chamada na língua grega de “biblos” e a um rolo (Livro) pequeno de “biblion” (singular) e “bíblia” (plural), ou seja: Bíblia, num sentido lato significa “uma coleção de livros pequenos”. Por isso, João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla, no IV século a.D. a denominou de Bíblia, já que esta é composta de 66 pequenos livros. Como o termo “Bíblia” pode ser atribuído a qualquer coleção de livros pequenos, mesmo que esses sejam de categoria profana, o mais correto é chamá-la de “Bíblia sagrada” para que fique claro que se trata do cânon sagrado.
A existência da Bíblia sagrada até os dias de hoje tem sido um dos grandes milagres realizado por Deus, pois o maior alvo do diabo desde o Édem tem sido o de deturpar a mensagem divina. Lá ele a deu um sentido que ela não tinha, e com isso ele conseguiu o seu objetivo, fazendo com que Eva menosprezasse e desobedecesse a recomendação divina e conseqüentemente perdesse a comunhão com o seu Criador.
Essa antiga prática de tentar desvirtuar a palavra de Deus sempre foi o método mais usado por satanás com o objetivo de procurar se vingar de Deus. Além disso, suas investidas violentas a Bíblia sempre fez parte de suas estratégias. Começou pela ocasião do estabelecimento da Igreja (Quando havia apenas o Antigo Testamento escrito), quando as autoridades judaicas tentaram impedir a propagação do Evangelho (Quando era exposto apenas de forma verbal), e depois de passar por várias perseguições durante o domínio imperial de Roma e o poder exercido pelos papas na Idade Média, sobrevive até hoje, em países orientais e de maneira mais sorrateira nos países ocidentais. Contudo, ela tem se mostrado invencível diante de tantas perseguições e se manterá vitoriosa até que seja recolhida ao céu para que sirva de testemunha e instrumento jurídico no julgamento dos cristãos (No tribunal de Cristo) e dos ímpios no juízo final.
Por ser uma carta de amor, nela podemos encontrar mensagens de vida, felicidade, paz, bondade, amor verdadeiro e tudo do que o homem precisa para ter a mesma felicidade experimentada pelo primeiro casal antes da queda. Ela é portadora da maior demonstração de amor, a qual não consiste apenas de palavras, mas na maior demonstração que uma pessoa poderia fazer a outra, quando Deus entregou o seu próprio Filho para morrer no lugar de pessoas indignas, marcadas pela maldade e pecados.
Porém, como tudo neste mundo existe um preço a ser pago o acesso ao reino dos céus e a vida eterna com Deus não é diferente. Ela tem um preço – e esse preço é a obediência as sagradas Escrituras. Sem esta, jamais o homem sairá da sua condição de perdido para ser recebido como filho de Deus, jamais sairá da condição de pobre e miserável para obter uma vida de prosperidade espiritual; jamais sairá do fundo do poço da imoralidade e da opressão para uma vida digna e liberta. Portanto, ela é o único manual do cristão e a única regra de fé e prática.
Muito embora a Bíblia seja um livro escrito por homens fracos e sujeitos as mesmas paixões que nós, contudo, santos - ela não apenas contém a palavra de Deus, ela é a própria palavra de Deus escrita, e nela está expressa à soberana vontade de Deus para com a humanidade, e isso se justifica pelo fato de toda ela ser inspirada pelo próprio Deus; como assim afirmou o Apóstolo Paulo ao escrever a Timóteo, quando diz: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” II Tm. 3:16. E por expressar a própria vontade de Deus, desobedecê-la é desobedecer ao próprio Deus. E isso é o que é biblicamente é conhecido como pecado, transgressão, iniqüidade, errar o alvo, etc.
A BÍBLIA E SUA INFLUENCIA
Segundo o Escritor aos Hebreus, a Bíblia sagrada possui uma característica peculiar que a torna diferente de todos os livros existentes no mundo, quando diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Heb. 4:12. A sua diferença está no fato dela ser uma palavra viva - tão viva, que é capaz de produzir efeito superior a uma espada de dois fios, e tem o poder de penetrar as partes mais íntimas e abstratas do homem que é o espírito e a alma, e tem a capacidade de descobrir e julgar o que há de mais escondido no coração do homem. Por isso ela é livro incomparavelmente poderoso para influenciar as pessoas e mudar completamente o curso da vida daqueles que dão crédito as suas palavras e as recebem de coração. Ela é a arma (Instrumento) do Espírito de Deus realizar a obra de regeneração e santificação no coração do homem, como assim afirmou Paulo ao escrever a Igreja em Éfeso: “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” Ef. 6:17. Sem ela não haveria nenhuma possibilidade de mudança interior e comportamental do ser humano. Pois somente ela possui o poder de Deus inerente em suas mensagens e por isso muitos ao conhecê-la abandonaram a marginalidade e ignorância espiritual para uma nova vida, resultando em suas integrações no seio da sociedade e da família de Deus. Como ao que ocorreu: À prostituta Raabe (Js. 6:17-25), à promíscua Samaritana (Jo.4:1-29), à Maria Madalena da qual Jesus expulsara sete demônios (Mc. 16:9), à Zaqueu discriminado e rejeitado pela sociedade judaica pelo motivo do exercício do seu cargo (Lc. 19:1-10), à Saulo de Tarso (Paulo), homem cego pela religiosidade e extremamente violento pelo zelo sem sabedoria (At. 8:3; 9:1-22), à Martinho Lutero, homem extremamente zeloso de sua religião assim como Paulo, mas que ao estudar sistematicamente a palavra de Deus e ao ouvir a voz do Espírito Santo teve o rumo de sua vida completamente mudado. A sua visão do reino de Deus e de sua vontade tomou uma nova dimensão e a convicção de sua fé verdadeira foi tão grande que ao ser pressionado perante o Imperador Carlos V e o prelado, em Worms, a se retratar de tudo que havia escrito e falado contra os dogmas do catolicismo em suas 95 teses, disse: “Não me retrato de coisa alguma, a não ser que me convençam pela Escritura ou por meio de argumentos irrefutáveis. É claro como a luz do dia que tanto papas como concílios têm algumas vezes errado. A minha consciência tem que submeter-se a Palavra de Deus; proceder contra a consciência é ímpio e perigoso, não posso nem quero retratar-me. Assim Deus me ajude. Amém”. A reforma Protestante – Abraão Almeida. PP. 94 e 95
A Palavra de Deus é poderosíssima e por isso ela transformou não apenas essas pessoas citadas anteriormente, mas, milhões e milhões de vidas que viviam marginalizadas, social e espiritualmente falando, como eu e você. E isso tem proporcionado ao nosso país e ao mundo melhores condições de vida para a sociedade em geral, pois, muito embora vivamos sempre em estado de alerta pelo motivo da violência que nos aterrorizam; o que diríamos se não tivesse a Palavra de Deus para regenerar muitas vidas que no passado viviam causando arruaças e desordens de todo tipo? Talvez fosse como a violenta Nínive, Sodoma e Gomorra, ou quem sabe, pior ainda! Possivelmente os homens teriam se autodestruído ou o próprio Deus teria dado cabo da humanidade.
A BÍBLIA NO CONTEXTO DA IGREJA
A Igreja em seu sentido mais restrito, ou seja, significando apenas a Igreja invisível que é constituída apenas dos salvos, não existiria sem a Palavra de Deus.
No domingo anterior quando anunciei a classe da escola bíblica sobre o tema a ser estudado nesta semana, perguntei: A Bíblia foi criada por causa da Igreja ou a Igreja por causa da Bíblia? E depois completei – na verdade nem eu mesmo sei explicar. Contudo, examinando com carinho essa pergunta que fiz sem que eu mesmo soubesse a resposta e sobre a importância da Bíblia no contexto da Igreja, cheguei à conclusão seguinte: O apóstolo João afirmou que “no principio era o verbo” que no grego é está escrito assim: “Em principio era o palavra” (A Palavra está escrita no masculino porque no grego é escrito dessa forma) Jo.1:1. Ora, se no princípio era a “Palavra” ela surgiu primeiro do que a Igreja, portanto, quem surgiu primeiro (Palavra) foi a causa, e a “Igreja”, o efeito. Nesse caso, a Igreja surgiu por causa da Bíblia e não a Bíblia por causa da Igreja. Sem o conhecimento de Deus, dos seus projetos e de sua vontade algo que só a Bíblia contém o mundo jamais poderia retornar a Ele para se submeter aos seus ensinos.
Pelo fato da Bíblia ser o instrumento divino por meio do qual Ele se torna conhecido aos homens e revelar a sua vontade soberana, ela constitui-se para a Igreja militante a Carta Magna. Assim como cada país possui uma Constituição que rege o direito e o dever dos seus cidadãos, e todas as leis devem ser subordinadas a ela; a Bíblia para a Igreja é a autoridade máxima quando se referem às questões éticas, morais e espirituais. E quando se trata de autoridade nada pode se igualar a Bíblia, mesmo que tentam substituí-la pelas tradições e fabulas filosofias e opiniões que satisfazem a natureza adâmica e aos caprichos satânicos. O catolicismo fruto do paganismo e influenciado pelo diabo coloca a tradição em pé de igualdade com a Bíblia com a finalidade de transgredir os mandamentos de Deus. Como se vê nas decisões tomadas no Concílio de Trento no ano de 1.546 e resumidas nos Artigos do Papa Pio IV (Art. I e II), que diz: “Firmemente admito e abraço as TRADIÇÕES APOSTÓLICAS E ECLESIÁSTICAS e todas as outras observâncias e constituições da mesma Igreja. Admito também as Santas Escrituras, de acordo com O SENTIDO QUE NOSSA SANTA MÃE, A IGREJA, TEM MANTIDO, à qual pertence julgar do verdadeiro sentido e interpretação das Escrituras; NEM AS RECEBEREI E INTERPRETAREI (Grifos meus), a não ser de acordo com o consenso unânimes dos padres”. Documentário o Estado do Vaticano – Lauro de Barros Campos, p.15.
Observe que a intenção do catolicismo é colocar a tradição escrita e oral na mesma posição das Sagradas Escrituras, abrindo com isso uma válvula de escape para toda vez que a Bíblia falar algo que eles não concordem eles terem ao que apelarem. Neste caso, a tradição - assim, ao obedecerem às tradições acham poderiam ter o mesmo sentimento de que estariam agradando a Deus da mesma forma que tivessem obedecido aos seus mandamentos. É como se um comandante militar entregasse uma missão a um soldado e a um capitão, e dissesse: Olha capitão, nessa missão o soldado “X” tem toda autoridade para fazer o que quiser - a sua ordem só terá valor até ao ponto que não contrarie a vontade dele.
Diante de uma situação dessas, qual seria a vantagem do capitão com relação ao soldado? Nenhuma! Apenas por ostentar um título, mas com respeito a autoridade não passava de um soldado apenas. Foi isso que o catolicismo fez com a Bíblia, tirou a sua autoridade e a deu as suas tradições, que para mascarar e ludibriar os incautos as denominou de “tradições dos apóstolos”; mas que de apostólica não tem nada. Como disse Jesus aos fariseus: “E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição” Mc. 7:9. E mais tarde nos advertiu Paulo: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” Col. 2:8
A Igreja conhecedora da autoridade da Bíblia se preocupa em respeitá-la e dá-la a honra que lhe é merecida, tendo o cuidado de não causar nenhum tipo de violência, mantendo o respeito como livro e principalmente como a mensagem de Deus.
Líderes religiosos que se honram o seu título e sua posição no reino de Deus não se atrevem a forçar interpretações para conscientemente apoiar suas ideologias, motivadas por interesses próprios. Pois ela é o único livro que consegue preservar sua atualidade e permanecer eternamente, pois: “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” Is. 40:8. Portanto, não queira desrespeitá-la agredindo o seu verdadeiro sentido, caso contrário, um dia você terá que acertar contas com o grande Deus, que nos adverte: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” Mat. 5:18
A CENTRALIDADE DA BÍBLIA
A Bíblia tem como autor o próprio Deus, mesmo que tenha sido escrita por quarenta escritores; seu real interprete é o Espírito de Deus e o centro de suas mensagens contidas em todos os sessenta e seis livros é Jesus Cristo como o autor da salvação do homem. Por isso a igreja de Cristo como prova de sua fidelidade a vontade de Deus e amor a Jesus, que a redimiu, não pode desviar o foco do alvo principal que é levar Cristo e sua obra ao conhecimento de todos os povos.
P. B. J. TO. 22/05/10
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