quinta-feira, 6 de maio de 2010

A MISSÃO DA IGREJA


Quando ouvimos falar em missões, a primeira idéia que temos é que missão começou pela ocasião do envio dos primeiros discípulos (Mc. 16), mas no grego, língua original do Novo Testamento a palavra “Missão” é escrita desta forma: “αποστολή” = Enviar. Nesse caso, se levarmos em consideração o termo original, chega-se a conclusão que, quem primeiro fez missão foi o próprio Deus, ao enviar o seu filho Jesus este mundo para salvar a humanidade pecadora.
A Igreja de Cristo (gr. Ekklesia = um povo tirado para fora) foi chamada do mundo (Sistema comandado por satanás) para cumprir a missão mais importante que possa existir sobre a face da terra – que foi a de propagar a boa noticia acerca da salvação conquistada por Jesus na cruz do Calvário e oferecida a todos os homens.
Ao formar a Igreja, ocasião em que chamou os primeiros discípulos (μαθητές = alunos), disse-lhes: “Vinde a mim e eu vos farei pescadores de homens” Mat. 4:19. A partir daquele momento, eles deixaram suas redes e sua velha profissão, e acompanharam a Jesus, para com Ele, aprenderem as lições mais preciosas que os capacitariam na conquista de almas para o reino de Deus. Depois de cerca de três anos e meio de aprendizagem teórica e prática acerca da evangelização, os discípulos de Jesus receberam do Mestre a seguinte ordem: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” Mat. 28:18 e 19. No instante do seu retorno ao céu, Ele fez questão de reiterar o mandamento quando disse: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” Atos. 1:8.
Observe que tanto em Mateus 28, Marcos 16 e Atos 1:8, Ele usa os verbos “IR” e “SER” no imperativo, o que indica a expressão de uma ordem, e não de um pedido ou sugestão apenas. Nesse caso a Igreja deve encarar a questão da evangelização como um mandamento que deve ser cumprido, e que a omissão constitui-se em desobediência. Veja o que aconteceu com alguns dos primeiros discípulos de Jesus e a Pedro, principalmente, após a morte de Jesus - ele achou que a ordem de trocar o ofício de pescar peixe por almas era algo sem muita importância, por isso retornou a antiga profissão. Olhe o texto na versão escrita pelo Evangelista João: “Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam. E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes. Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o SENHOR. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes. Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes. Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos. E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: SENHOR, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas” Jo. 21:3-17.
Nesse diálogo com Jesus onde Pedro recebeu uma dura repreensão por ter abandonado o seu novo ofício pelo antigo, Jesus deixou claro a Pedro e aos demais apóstolos que missão é questão de amor. E isso o Apóstolo João deixou claro quando escreveu dizendo: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” Jo. 3:16 e 17. Então, quem ama as almas perdidas que caminham a passos largos em direção ao inferno, sabe muito bem da sua responsabilidade, e responde ao chamado de Cristo sem questionar sobre o que vai ter que enfrentar pela frente e sem esperar lucros ou recompensas terrenas. O Senhor Jesus ao vir fazer missão a este mundo, deixou o céu com toda a sua glória para tomar a forma humana, padecer horríveis sofrimentos e por fim entregar a sua vida em uma cruz para resgatar o mundo perdido das garras de satanás.
O QUE É FAZER MISSÃO?
Evangelizar o mundo não é tarefa fácil, por isso Jesus deixou claro para os seus discípulos: “... no mundo tereis aflições...” Jo. 16:33; e (Mateus 10:16) - Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos” Mat.1016a. Pois, evangelizar é invadir o território satânico com o objetivo de resgatar as almas que satanás as tem como suas e sobre as quais carrega o jugo da escravidão e opressão.
Além das dificuldades comuns que muitos enfrentam no campo missionário, como a escassez de alimentos, e outros tipos de materiais básicos para suas subsistências, muitos cristãos tem perdido suas vidas e outros continuam sofrendo duras perseguições. Portanto, a obra missionária não deve ser vista como uma profissão, ou meio de enriquecimento próprio, como a maioria faz por aí, pelo contrário, é uma missão para servir a Deus e as almas perdidas que necessitam de Jesus. Como disse Ele, a um Escriba que se ofereceu para acompanhá-lo: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” Mat. 8:20.
Fazer missão também não é um meio para buscar grandeza ou alguma forma de destaque na sociedade, pelo contrário, uma oportunidade para exercer a sua humildade. Acerca disso Jesus fez questão de dizer: “Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” Mc. 10:43-45. Olha, se Jesus sendo o Mestre, veio para servir, o que diria dos seus seguidores? Ou acham muitos, que o Evangelho de Cristo é uma oportunidade de emprego do qual se espera obter auferir grandes vantagens para seu próprio enriquecimento?
Saiba, porém, que fazer missão é se sacrificar expondo a sua própria vida ao perigo, e as adversidades que o ofício de antemão já prevê em busca das ovelhas perdidas.
QUEM DEVE FAZER MISSÃO?
Às vezes a impressão que muitos têm, é que a obra de evangelização é responsabilidade apenas do pastor de sua igreja, do evangelista, do missionário, e demais oficiais da congregação; mas quem pensa dessa forma está completamente enganado, pois quando Jesus chamou os primeiros discípulos e prometeu fazer deles pescadores de homens, indiretamente Ele estava chamando para essa missão, todos os cristãos de todos os tempos. Portanto, evangelizar o mundo é uma tarefa para obreiros e leigos, velhos e crianças, pobres e ricos, intelectuais e analfabetos, enfim, todos – sem exceção.
COMO A IGREJA PODE FAZER MISSÃO?
Levando em consideração o grande desenvolvimento na área da informação, diríamos que existem várias formas de propagação da boa notícia de salvação, contudo, podemos resumi-las em três: Orando, contribuindo e indo. Essas três maneiras de cumprir a missão de evangelizar descartam qualquer tipo de pretexto que alguém possa apresentar para justificar a sua omissão, tendo em vista ser impossível uma pessoa, física e mentalmente sadia, não poder realizar qualquer uma dessas coisas.
A eficácia da oração foi reconhecida pelo Apóstolo Tiago, que disse: “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg. 5:16). Por isso os primeiros apóstolos depois de constatar as necessidades da obra missionária em face dos desafios que iam se apresentando, decidiram instituir diáconos para cuidar da parte material da Igreja, enquanto eles perseverariam em oração e se dedicando no ministério da palavra de Deus (Atos 6:4).
Interceder em oração em favor das almas perdidas além de ser um dever do cristão é também um privilégio, pois o acesso a Deus é livre apenas para seus servos. É também uma forma de demonstrar amor pelos perdidos.
O cristão por motivo de ociosidade pode querer se acomodar apenas com a prática da oração, sendo que se trata de alguém fisicamente capaz de realizar o evangelismo pessoal. Portanto a acomodação é um sinal de negligencia no trabalho.
A outra forma de realizar a obra de missões é contribuindo financeiramente. Às vezes você não pode ir, mas o seu dinheiro vai proporcionar condições materiais e até mesmo físicas e psicológicas para que outros sejam enviados, e aqueles que já fazem missões possam ter acesso a meios mais eficientes de alcançar as pessoas.
Por fim, para aqueles que receberam uma chamada especial a melhor maneira de se fazer missões é indo para o campo missionário. Para isso, no entanto, é necessário ter uma vida desprendida e voltada inteiramente para a causa do Mestre. Entretanto, para o cristão ir pregar ele não precisa esperar apenas por aqueles que receberam uma chamada específica, mas pode realizar o evangelismo pessoal, no lugar onde mora.
O MATERIAL BÉLICO DA IGREJA
Assim como um exército precisa de equipamentos bélicos para enfrentar o inimigo, a Igreja como uma agência do reino de Deus que precisa entrar no campo de batalha espiritual, em terreno inimigo, para poder resgatar os prisioneiros de satanás; também precisa de armas espirituais. E para isso Jesus a equipou com todas as armas necessárias que lhes possam garantir a vitória. Dentre elas, estão: Dons ministeriais, dons espirituais, serviços, autoridade e o ministério da reconciliação.
Acerca dos dons ministeriais disse o Apóstolo Paulo: “Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens... E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” Ef. 4:8, 11 e 12. Assim como Jesus teve o cuidado de instruir e suprir as necessidades dos seus discípulos enquanto esteve aqui na terra com eles, após o seu retorno ao céu instituiu cargos ministeriais que pudessem ser ocupados por homens de boa reputação e cheios do Espírito Santo, para que pudessem contribuir com a edificação da Igreja, tornando-a forte e vitoriosa diante das investidas do inimigo. Porém, somente homens que ostentassem seus títulos não eram suficientes para conseguir manter a Igreja no padrão exigido por Deus; portanto, além dos dons ministeriais, concedeu a Igreja (Não apenas os líderes) os dons espirituais que são: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” I Co. 12:7-11. Os dons espirituais foram concedidos para que a Igreja pudesse ser realmente preparada para enfrentar qualquer situação ameaçadora a sua integridade como instituição divina. Edificando espiritualmente seus membros de tal forma que ela se tornasse invencível diante das árduas batalhas que enfrentaria. E isso é o que se pode comprovar por meio da história.
Desde a Roma Imperial até a Idade Média quando os papas reivindicavam para si, o poder espiritual e temporal, que a história eclesiástica vem sendo escrita com o sangue dos fiéis; e por último, em nossos dias, pelas grandes investidas de satanás que com astúcia vem infiltrando heresias no seio da igreja, e outras formas de perseguições. Como as discriminações, as tentativas de tolher nossos direitos como cidadãos e servos de Cristo.
Além dos dons espirituais que servem como instrumentos de edificação espiritual da Igreja e capacitação para o campo missionário, Jesus também distribuiu aos seus membros os dons de prestação de socorros aos mais necessitados: Como aqueles que estão debaixo das pontes e viadutos sem um agasalho que possa aquecê-lo na hora do frio, aos famintos que vivem mendigando o pão, aos presos da justiça que precisam de uma visita, aos doentes que estão nos hospitais esperando por uma palavra de esperança e conforto, aos fracos espirituais que precisam de alguém que o ajude a se erguer, etc. Deus instituiu também corpo ministerial como está escrito: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” I Co. 12:28. E tudo isso com a finalidade de edificar os santos, ou seja, para que a Igreja seja uma instituição bem organizada e imbatível diante dos desafios.
Com as dádivas do Espírito e as armas espirituais apresentadas por Paulo (Ef.6:11-15) o cristão tem a sua disposição todo o aparato bélico necessário para fazer um bom combate e no final poder cantar o hino da vitória.
POR ONDE A IGREJA DEVE INICIAR SUA MISSÃO?
A
ntes de ser assunto ao céu, Jesus recomendou aos seus servos: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” At. 1:8.
Observe que Jesus de quatro lugares de onde a evangelização deveria partir. Primeiro os discípulos teriam que evangelizar Jerusalém que era a cidade de suas residências, depois a Judéia que era o território do qual Jerusalém fazia parte, depois Samaria, cidade principal do Norte da Palestina, e por último os confins da terra que é a missão transcultural, ou seja, das outras nações.
O que Jesus quer nos ensinar com essa ordem? Que a evangelização deve começar de onde nós moramos para além das fronteiras de nosso país.
O que a evangelização de Jerusalém significa para nós hoje? Significa o nosso lar, o nosso bairro e a nossa cidade na qual moramos. Antes de alguém pensar em ser um missionário em outros países, ele precisa em primeiro lugar sentir amor pelas almas que vivem próximas dele. Quem sabe um irmão, um filho, um parente mais afastado, um amigo ou mesmo o seu vizinho. Porém, um detalhe muito importante precisa ser lembrado. O cristão pode se utilizar de vários meios para comunicar as boas novas do Evangelho de Cristo, mas nada se compara ao seu testemunho pessoal de vida. Sua maneira de se portar diante da sociedade que a cerca imprime na mente das pessoas uma mensagem que fala mais alto do que qualquer recurso que os meios de comunicação possam apresentar.
Depois de ser aprovado em Jerusalém o cristão está apto a fazer missões na Judéia (Todo o seu município ou Estado), Samaria (Outras partes do seu País) e por fim, até mesmo aos confins da terra (Outras nações).
Lembre-se! Missão é algo que está no coração de Deus e deve ocupar os corações de todos os seus servos.
P. A. B. J. TO. 07/05/10

quarta-feira, 28 de abril de 2010

FIRMANDO O ALICERCE DA FAMILIA

Quando alguém projeta construir um edifício, as primeiras coisas que ele deve estudar são as condições geológicas para constatar se o terreno possui condições favoráveis e o material a ser utilizado, para saber se os mesmos possuem qualidades que ofereçam sustentabilidade a construção. Falhar nesses detalhes é colocar em risco todo seu trabalho e a vida de quem mora dentro. O que justifica a causa das grandes calamidades ocorridas no Rio de Janeiro e outros estados brasileiros, causadas por desmoronamentos de casas e edifícios, em conseqüência das fortes chuvas nessas regiões. Essas tragédias poderiam ser evitadas se essas construções tivessem sido erguidas de acordo com as exigências técnicas.

Conhecedor de todas as ciências Jesus fez associação à vida espiritual do homem a duas condições geológicas para a construção de sua casa, quando disse: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda” Mat. 7:24-27. Segundo Jesus, o homem prudente é aquele que ao tomar conhecimento dos seus mandamentos tem o cuidado de observá-los, tornando-se assim, resistente aos ataques do inimigo, tendo em vista possuir uma base com materiais de primeira, e ter sido construída sobre um material rochoso de grande resistência. No entanto, resultados contrários obterão quem não os colocam em prática – vêm às tormentas e ele não suporta, pois sua estrutura está erguida sobre um material frágil, tornando-o exposto aos perigos.

Para não fugirmos do nosso tema desta semana, queremos associar os textos acima descritos à família em todo o seu contexto, e não apenas a uma pessoa como indivíduo. Pois embora um dos membros da família possa influenciar todos os outros, ela não será bem estruturada, até que todos os seus membros tenham suas vidas moldadas nas sagradas Escrituras que numa linguagem figurada representam a rocha mencionada por Jesus.

Dentre os tipos de terrenos mencionados por Jesus, pergunto: Sobre qual desses tipos de materiais sua família está edificada? A resposta que você dará a si próprio vai tirar suas dúvidas a respeito dos vários questionamentos que até agora você não conseguiu encontrar uma explicação. Se você não sabe em que tipo de terreno sua família está firmada, veja o que diz a Bíblia sobre o assunto:

UM EDIFICIO SOBRE A AREIA

Talvez você queira questionar o fato de Jesus ter se referido ao terreno arenoso como impróprio para construção de casas e edifícios ao saber que em Dubai nos Emirados Árabes Unidos, existe a
Burj Khalifa (Torre de Khalifa) com 160 andares habitáveis e 828 m de altura, construída sobre um terreno completamente arenoso e desértico e que até o momento nenhum problema relacionado à sua estrutura foi apresentado. Acontece que no tempo de Jesus não havia uma engenharia civil com recursos técnicos como em nossos dias; ou quem sabe ele não quisesse entrar em pormenores e por isso se referiu a uma construção simples, construída a qualquer modo. Mas a respeito desses detalhes não nos importa muito, o que precisamos associar a família é uma construção simples, sem o uso de nenhum material adequado e a aplicação de conhecimentos técnicos exigidos.

Para entendermos melhor o que Jesus queria dizer sobre a fundação da construção leiamos o que diz o Apóstolo Paulo: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” I Co. 3:10 e 11. Veja que o apóstolo não deixou dúvidas sobre quem é o alicerce ou fundamento sobre o qual se deve construir a nossa vida e a nossa família, ao afirmar que o fundamento é Cristo. Nesse caso, a construção sobre a areia significa aquelas que têm como material em sua construção, apenas o conhecimento humano e secular produto de filosofias humanas e tradições religiosas desprovidas de qualquer virtude espiritual, que ao invés de formar cidadãos íntegros e uma família bem estruturada e feliz, apenas maquiam a realidade de sofrimentos e angústias vivenciadas por essas pessoas. São lares destruídos pela jogatina, entorpecentes, o adultério, brigas, ciúmes e uma série de problemas relacionados à falta do conhecimento e da prática dos princípios bíblicos.

Quem não conhece pelo menos através dos meios de comunicação a crise moral pela qual vive a sociedade? Conhecemos muito bem a história de divórcios, assassinatos por motivos passionais; brigas entre pais e filhos, filhos que abandonam o lar por motivos de agressões dos pais e passam a morar nas ruas e pontes, casos de políticos corruptos que furtam sem a menor dor na consciência, enfim, estamos presenciando uma sociedade extremamente caótica e decadente porque a maioria das famílias não teve uma boa formação embasada na palavra de Deus e nem se preocupam em formar o caráter de seus membros segundo os padrões morais e espirituais apresentados por Jesus; pelo contrário, tem-no como padrão moral e ético o comportamento dos artistas de novelas que tem como objetivo apenas, o lucro e a fama, sem se importar com os exemplos negativos que irão ser absorvidos pela sociedade. E assim suas vidas ficam expostas ao perigo da delinqüência que cada dia cresce assustadoramente conduzindo progressivamente de forma assustadora de pessoas às margens da sociedade.

UM EDIFÍCIO SOBRE A ROCHA

Construir sobre a rocha, muitas vezes, exige um trabalho árduo e persistente, contudo, o resultado se torna positivo e gratificante. No texto escrito pelo Apóstolo Lucas ele apresenta a parábola das duas construções, proferida pelo Mestre com maior riqueza de detalhes, quando escreve: “É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha” Lc. 6:48. Observe nessa passagem que o homem da parábola não apenas construiu sobre a rocha, mas teve o cuidado de cavar bem fundo sobre ela, para então, a partir daí, construir o alicerce. Acredito que naquela época em que não possuía equipamentos de perfuração com os recursos que temos hoje, aquele que pretendia construir a sua casa sobre uma rocha teria que trabalhar duro; mas finalmente tinha o prazer de morar tranquilamente sob um teto que realmente lhe garantia a segurança necessária. Podia ouvir o barulho das chuvas, as ameaças das enchentes e a impetuosidade dos ventos sem ter a necessidade de se incomodar com o perigo de desmoronamento.

No reino de Deus nossa família precisa ter alicerces profundos sobre a rocha que é Jesus, pois Ele é a pedra inabalável que proporciona segurança a qualquer que nela se refugia. O Apóstolo Paulo ao escrever aos cristãos de Éfeso diz: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito” Ef. 2:20-22. Nesta passagem Paulo fala do fundamento dos apóstolos, ou seja, da doutrina de Jesus que era apresentada por eles, a qual apresenta o Mestre como a principal pedra de esquina, ou seja, a pedra principal de uma construção, da qual partia as medidas de todos os ângulos da construção. Pedro escreve: “Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido” I Pe. 2:6. Não temos dúvidas, portanto, que a rocha sobre a qual devemos edificar moral e espiritualmente a nossa família é sobre Jesus, ou melhor, sobre a sua Palavra, pois: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” Jo. 1:1-3. Esta é uma passagem das Escrituras sagradas que mostra Jesus como sendo a própria palavra de Deus quando afirma “NO PRINCIPIO ERA O VERBO (Palavra) E O VERBO ESTAVA COM DEUS (Jesus é quem estava com Deus) E O VERBO (Jesus) ERA DEUS. Bem, se sabemos que Jesus é a rocha que devemos construir sobre ela, resta então sabermos como, e que tipo de material devemos usar na construção.

Quando a Bíblia fala em rocha, pedra, construção, etc., nestes textos ora mencionados, refere-se a estes termos apenas figuradamente, de forma que o espiritual e abstrato possa ser mais bem compreendido. Observe que na versão de Lucas o moço da parábola cavou bem fundo sobre a rocha para à partir daquela vala poder construir a sua casa. Isso fala da família que mesmo estando firmada na doutrina de Cristo precisa cavar fundo, e então firmar alguns pilares que sirvam de estrutura para todo o edifício.

CAVANDO FUNDO E FIRMANDO OS PILARES

Como um edifício que precisa de bons materiais em sua estrutura a família precisa de bons materiais espirituais para poder estar bem edificada. Desses materiais consideramos três como os melhores e indispensáveis a uma boa estrutura espiritual, que são: O conhecimento de Deus, a santificação e a oração.

O conhecimento de Deus se adquire através do estudo de sua palavra e do bom relacionamento com Ele, por isso o cristão que deseja um lar feliz e uma família abençoada deve procurar conhecer a Deus a cada dia. Portanto, reserve parte do seu tempo para o estudo e meditação na Palavra de Deus e se possível compartilhando os seus conhecimentos aos seus filhos e demais membros da família.

O outro pilar é a santificação, termo que significa separação do pecado e dedicação a Deus. Se o cristão é somente ouvinte e não procura santificar a sua vida como Deus exige em sua Palavra é como aquele homem que construiu sobre a areia.

O homem precisa ser separado do pecado e dedicar a sua vida a Deus, caso contrário a sua vida será de sucessivas derrotas e decepções, tanto no seio da família como em outras áreas de sua vida.

Finalmente (Não porque esgotou o assunto) a oração é outra coisa que o cristão precisa colocar em prática, pois ela é o meio pelo qual nos comunicamos com Deus. É o inter-relacionamento da criatura e o seu Criador. O próprio Jesus mesmo sendo Deus, precisou se dedicar a oração para que pudesse receber auxilio do seu Pai nas horas mais tristes de sua vida. Contudo, a oração não é um diálogo do qual nos valemos apenas para pedir e implorar ajuda; mas também para expressar a nossa gratidão por tudo o que Deus tem feito por nós.

Não se esqueça uma família para ter alicerces bem firmes precisa cavar fundo com dedicação na busca de condições que favoreçam a boa estrutura, caso contrário, a ruína pode ocorrer em breve, e com danos irreparáveis.

P.A.B.J.-TO. 01.05.10

sábado, 24 de abril de 2010

A RESTAURAÇÃO DA FAMILIA


Quem conhece a história da criação sob o ponto de vista teológico sabe muito bem que no princípio a família usufruía de uma felicidade indescritível. O jardim com suas belas flores e borboletas multicores, proporcionava aos seus olhos uma paisagem infinitamente encantadora; o canto das aves ao se confundir com o sussurrar da brisa suave formavam uma melodia encantadora que lhe proporcionava uma sensação incomparável de bem estar e felicidade. Mas, o mais belo e valioso sentimento que a primeira família pode experimentar foi a comunhão com o seu Criador - que além de se deixar sentir a sua companhia quando estava ausente, todos os dias pela tarde, no fim do dia, vinha visitá-la e falar-lhe pessoalmente, e isso era algo que não se podia comparar a nada nesta terra.
A antiga serpente, inconformada com sua derrota e percebendo que não podia fazer nada contra a soberania de Deus, achou por bem levantar-se contra o que Deus tinha de mais precioso na terra – a família. Trazer-lhe sofrimentos e angustias era o que satanás mais queria, pois assim estaria se vingando de Deus, já que a raça humana possuía a imagem e semelhança do seu Criador.
Satanás é muito sagaz e por isso se personificou numa serpente que pelo que parece era um animal muito encantador, e isso ele fez para que pudesse atrair a Eva a se aproximar dele para que então um diálogo fosse iniciado e seu intento fosse concretizado. Após induz-la a pecar e conseqüentemente seu marido, o diabo encontrou na raça humana o direito de lhes causar dores e sofrimentos como assim afirmou Jesus: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir...” Jo. 10:10. Ao compará-lo ao ladrão, Jesus afirmou que o diabo é um ser de um caráter extremamente maligno que está sempre disposto a nos roubar alguma coisa que temos de precioso concedido por Deus; também para tirar a vida de qualquer um, tanto no sentido espiritual como no sentido físico, e mais ainda, antes de tirar a vida, procura causar significativas destruições.

A primeira família sofreu imediatamente duras experiências ao perceber que havia sido roubada, tanto os bens que estavam ao seu dispor ali no jardim, como a felicidade que possuía, resultante da sua comunhão com Deus, e ainda mais, a dura realidade de ser expulsa do jardim e ter de chorar a morte do seu filho assassinado pelo seu próprio irmão.
Como o inimigo não se contenta com seus feitos, ele continua a se utilizar de estratégias cada vez mais eficazes no sentido de arruinar a humanidade infringindo sofrimentos às famílias. E como todo efeito tem sua causa, sabemos que a causa das grandes catástrofes e sofrimentos que tomam conta da humanidade está no afastamento do homem, do seu Criador, algo que vem acontecendo paulatinamente.
Sabedor de que enquanto mais o homem se afasta de Deus, mais liberdade ele encontra para lhes causar danos. Satanás a cada dia se levanta contra a família com estratégias cada vez mais imperceptíveis e maléficas, no intuito de banalizar as coisas sagradas, e para isso ele se utiliza dos veículos de comunicação de massa para divulgar suas idéias e conduzir o povo cada vez mais para bem longe de Deus. Ele é astuto e mau, portanto, não podemos duvidar da sua capacidade de engendrar ciladas contra a família; e uma delas é a negligencia dos pais na educação dos filhos e o desrespeito dos filhos para com seus pais, o que resulta em sérios prejuízos. Para ilustrar melhor esta verdade quero citar o caso de Eli, Sacerdote em Siló (ISam. 1:9); que mesmo ocupando um cargo de grande relevância no reino de Deus e perante o povo, não teve o cuidado necessário na educação dos seus filhos, os quais por não se importarem com a posição de seus cargos, pois também eram sacerdotes, nem com a obediência que era devida ao seu pai; praticavam os mais graves pecados, como está escrito: “Era, porém, Eli já muito velho, e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel, e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação. E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Pois ouço de todo este povo os vossos malefícios. Não, filhos meus, porque não é boa esta fama que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR. Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR os queria matar” I Sam. 2:22-25. Por isso Deus trouxe sobre toda aquela família total destruição.
Eli, quando soube que a Arca de Deus havia sido tomada pelos inimigos e que seus filhos, Ófine e Finéias haviam morrido na batalha, ele, que estava sentado em uma cadeira, caiu para traz, quebrou o pescoço e morreu (ISam.4:1-18.
A geração atual está saturada de doutrinas diabólicas que tentam levar os filhos a comportamentos semelhantes àqueles apresentados pelos filhos de Eli, e pais negligentes na educação dos filhos semelhantes a Eli. O resultado desses tipos de comportamentos é uma aversão a Deus cada vez maior e desvios dos seus sagrados princípios, atraindo cada vez mais males, e sérias ruínas ao mundo.

UMA SOLUÇÃO PARA A FAMILIA

Deus é soberano, e por isso os seus planos jamais serão frustrados. Quando Ele instituiu o casamento e conseqüentemente formou a primeira família, a instituiu com o propósito de adorá-lo, servi-lo e viver eternamente feliz. Por isso, no dia em que satanás a derrotou, deixando-a miseravelmente pobre e infeliz; Deus, por sua misericórdia e amor fez uma promessa ao casal: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” Gen 3:15. Neste texto, Deus promete a derrota de satanás (Serpente), e a vitória de Jesus (Descendente da mulher), que ferirá a cabeça da serpente; a derrota dos seguidores de satanás e a restauração e vitória dos seguidores de Jesus. No versículo (21) Deus veste o casal com roupas confeccionadas com peles de animal, indicando profeticamente que alguém no futuro teria que morrer para vestir espiritualmente o homem, nem somente isso, mas restaurá-lo completamente; devolvendo a comunhão com Deus, o lar que havia sido perdido, a felicidade e tudo de bom que Deus preparou para aqueles que o amam. Como escreveu Paulo dizendo: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” I Co. 2:9.
Durante toda a história da humanidade Deus sempre trabalhou no sentido de restaurar a família da sua condição de miséria; para isso, instituiu leis que garantissem a proteção da criança, do idoso da mulher, etc., e isso tudo se vê a partir das leis instituídas por Moisés, algumas delas ratificadas por Jesus e ensinadas pelos apóstolos. Deus e o diabo sabem muito bem do valor que a família representa para a sociedade e a Igreja, por isso enquanto satanás procura deteriorá-la o máximo que pode, por outro lado, Deus com o seu amor e misericórdia procura resgatá-la da mão do opressor e garantir-lhe aquilo que foi perdido pelo primeiro casal.
Por ser a primeira instituição divina o casamento é uma das mais belas; criada com a finalidade de proporcionar bem estar emocional, espiritual, garantir a perpetuação da espécie, enfim, proporcionar condições para a manutenção da subsistência de sua posteridade, e influenciar na ordem e harmonia social. O casamento é tão abençoado que o primeiro milagre de Jesus foi realizado num casamento em Caná da Galiléia, quando transformou água em vinho (Jo.2:1-11), mostrando aos convidados e aos cônjuges que por mais que a vida esteja arruinada Ele pode transformá-la de forma radical, dando-a o verdadeiro sentido de viver.
Para que Jesus possa encontrar lugar para a realização do milagre da restauração, é necessário no entanto, que o homem aceite o seu convite que diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” Mat. 11:28-30. Muitas vezes o problema de lares desfeitos e famílias desmoronadas estão presentes no contexto da Igreja de Jesus, e isso acontece quando não se faz uma entrega total; são pessoas apenas simpatizantes do Evangelho, mas que não permitiram Jesus fazer morada em seus corações. São pessoas que abriram seus corações apenas para os seus interesses próprios, em detrimento aos interesses do reino de Deus. Em sua carta a Igreja em Laudicéia Jesus deixou claro, que embora aqueles cristãos professassem o seu nome e gozassem de grande prosperidade material, ainda faltava o mais importante que era a prosperidade espiritual e para isso era necessário que eles abrissem a porta do seu coração e permitisse Ele fazer morada. Olha o que Ele disse: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” Ap.3:20.
Jesus ao se entregar no Calvário como sacrifício a Deus, O fez pela causa da humanidade em geral, que na pessoa de Adão e Eva, havia perdido todos os bens que Deus havia lhe concedido e que até então, vivia exposta aos ataques de satã. E isso Jesus Cristo fez por amor; e ao morrer e ressuscitar, trouxe consigo a bandeira da vitória sobre todos os seus inimigos e inimigos da família, basta tão somente deixar que Ele faça a obra de restauração, entregando-se a Ele de todo o coração.
P.A.B.J-TO. 24/04/10

sábado, 17 de abril de 2010

BRINCANDO COM A VIDA


Você em algum momento já ouviu alguém proferir esta expressão “brincando com a vida?” Parece um título meio estranho, não é? Bem, mas vamos explicá-lo: Nesta semana tive a oportunidade de ver um pára-quedista brasileiro fazer um salto-livre de um avião a quatro mil metros de altitude, sem pára-quedas, e nem mesmo uma roupa apropriada; ele usava apenas um bermudão. Mesmo sabendo que ele saltou confiado em dois amigos que se uniram a ele enquanto voavam livre no espaço e o amarraram em um deles; cheguei à conclusão de que muitas pessoas ao invés de brincar com a vida, estão brincando mesmo é com a morte. E dentre essas pessoas, vamos comentar nesta semana sobre Sansão, um dos juízes mais conhecidos de Israel.
Sansão foi um homem escolhido por Deus desde o ventre de sua mãe e consagrado para a missão de livrar Israel das mãos dos filisteus,como está escrito: “E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não tinha filhos. E o anjo do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho. Agora, pois, guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus (Jz. 13:2-5)... Depois teve esta mulher um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou. E o Espírito do SENHOR começou a incitá-lo de quando em quando para o campo de Maané-Dã, entre Zorá e Estaol”(vv. 24 e 25) .
Quando Sansão já havia crescido e se encontrava na idade de lutar, foi do agrado de Deus que ele se casasse com uma filistéia: “E DESCEU Sansão a Timnate; e, vendo em Timnate uma mulher das filhas dos filisteus, subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timnate, das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher. Porém seu pai e sua mãe lhe disseram: Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos” Jz. 14:1-3.
Sansão como nazireu não podia enquanto durasse o seu voto, ingerir vinho e nem cortar o seu cabelo. Quebrantar um desses mandamentos era perder o que Deus havia lhe concedido. No seu caso, a unção do Espírito Santo que o capacitava como juiz e o dotava de uma força especial que fazia dele o homem mais forte que a história já registrou.
Quando as pessoas se referem a Sansão, às vezes gostam de atribuir a sua derrota o fato dele ter se casado com uma pessoa estranha, o que era proibido pela Lei. A outra coisa é afirmar em tom de brincadeira, que enquanto Sansão estava mentido para sua mulher, Deus estava com ele, quando ele falou a verdade Deus o deixou. Portanto, antes de comentarmos outros pontos importantes quero mostrar que tais afirmações não passam de inverdades desprovidas de apoio teológico.
No caso da primeira questão, você acha que Sansão como um ungido de Deus e dotado de uma boa educação religiosa, e sempre assistido pelos seus pais faria o que fez, se casando com uma mulher pertencente a família dos seus inimigos? É certo que ele pensaria muitas vezes e dificilmente deixaria de desobedecer a Deus e o rogo de sua família. Mas o que levou Sansão contrair matrimônio com uma pessoa estranha, e contra a vontade dos seus pais? A Bíblia tem a resposta: “Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do SENHOR; pois buscava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel” v.4. Muito embora Sansão estivesse fazendo uma escolha que desagradasse aos olhos de sua parentela, por outro lado, estava sem saber, cumprindo em sua vida, o propósito Deus o qual encontrou naquela mulher, uma boa oportunidade para poder se vingar dos filisteus.
Quanto à afirmação de que Deus esteve com Sansão apenas enquanto ele mentia para enganar sua esposa, que na verdade se tratava de uma prostituta por nome Dalila, e não da sua primeira esposa; poço afirmar que essa brincadeira sem graça só pode ter tido origem na mente daqueles que por serem filhos do diabo, querem encontrar na Bíblia apoio para suas incontroláveis mentiras. O que na verdade aconteceu a Sansão foi a falta de vigilância no sentido de resistir suas insistentes perguntas. Ele poderia dizê-la apenas – O segredo da minha força não poço revelar a ninguém - não precisa insistir - eu poço retribuir o seu carinho de outras formas, menos contando isso a você.
Creio que todo ser humano possui um segredo que só ele e Deus sabem. E isso é normal na área profissional, religiosa, amorosa, pessoal, etc. Não é pecado guardar segredos, desde que ele não o prejudique e nem a outrem. O que não pode é a pessoa sair falando para as pessoas tudo que ela viu ou ouviu. Por exemplo, você não pode sair falando o que acontece no seu trabalho, no meio da sua família, no âmbito da igreja, para as pessoas estranhas, isso pode lhe causar um prejuízo irreparável; foi o que aconteceu com Sansão, se ele não tivesse contado o seu segredo, não teria sido tão humilhado pelos seus inimigos.
Brincar com a vida ou com a morte – Seja qual destas expressões você ache mais adequada, é algo muito perigoso e às vezes a pessoa sem que a perceba, caminha a passos largos para o abismo - para a ruína profissional, emocional, física, e pior – para o fracasso espiritual.
O QUE PODE FAZER ALGUEM BRINCAR COM COISAS SÉRIAS?
É possível que você já tenha presenciado ou mesmo ouviu falar de alguma criança que após ter se apossado da arma do seu pai, momentos depois ter sido morta com um disparo acidental. Claro, isso acontece pelo fato da criança ignorar o perigo que a arma oferece, e por isso acaba fazendo da mesma um brinquedo como outro qualquer. Quando nos referimos a pessoas adultas, no entanto, sabemos da existência de muitas, que mesmo cientes da realidade do perigo insistem em brincar com coisas sérias e acabam se dando mal; e isso, não apenas por brincar com coisas materiais, mas o mais sério - por brincar com coisas espirituais de valor eterno.
Sansão sabia muito bem do perigo que ele corria ao revelar seu segredo, mas encarou a situação sem muita importância, e o resultado foi ter a vida derrotada. Talvez você esteja dizendo consigo mesmo - Jamais eu comprometeria minha grande força, meu talento, minha espiritualidade, etc., em troca do carinho de uma mulher! Como o coração do homem é bastante enganoso, creio que a princípio Sansão teve esse mesmo pensamento, porém, a falta de domínio próprio mudou todos os seus planos e acabou se entregando as insistências de uma inimiga disfarçada que sem piedade arruinou toda a sua vida, o tornando fraco como qualquer homem natural.
A falta de domínio próprio tem sido a causa dos grandes problemas que tem afetado o mundo, como o grande crescimento da prostituição, pedofilia, assassinatos, roubos, envolvimento com o álcool e outros tipos de entorpecentes. Para evitar prejuízos a nossa vida e a de outrem, devemos manter uma vida cristã temperante e cheia de cautela. Evite andar por uma área minada se você não possui os equipamentos que garantam a sua integridade física. Se Sansão conhecesse a sua fragilidade emocional, e do perigo que ele corria ao revelar o que não devia, talvez tivesse agido de forma mais prudente com a mulher que havia agradado aos seus olhos.
Existe um adágio popular: “É melhor evitar a isca do que se debater no anzol”. Esse é um dos conselhos mais sábios para quem quer ter uma vida com maior tranqüilidade. Portanto, se você não quer ter uma vida de sofrimentos e dissabores, procure evitar as iscas que o diabo lhe apresenta. As coisas que constituem perigo para as nossas vidas geralmente são as que freqüentemente temos que conviver com elas; o que exige de nós muita prudência e uma boa dose de domínio próprio no sentido de evitá-las. Lembre-se de uma coisa – ao se debater no anzol, quando o peixe não cai nas mãos do pescador, escapa-se com o queixo rasgado.
Outro motivo que leva as pessoas brincarem com coisas sérias é o fato delas não darem o devido valor que Deus as deu. Às vezes por não reconhecer o valor da sua posição no reino de Deus, ou quem sabe por não valorizar um cargo ministerial ou pior ainda, não reconhecer o valor do sacrifício de Cristo no calvário; muitos acabam trocando esses valores, por algo neste mundo de valor efêmero, e que no fim só traz amargura para o resto de sua vida.
QUEM BANALIZA AS COISAS SÉRIAS ACABA TOMANDO SÉRIOS PREJUÍZOS
Sansão banalizou as coisas sérias ao revelar que dos seus cabelos longos dependia a sua grande força, colocando em jogo algo que era símbolo da presença de Deus em sua vida. Talvez tivesse duvidado de tudo aquilo que havia aprendido sobre Deus e sobre a importância do seu voto e como ele era determinante na manutenção da sua comunhão com o Criador; e isso custou muito caro para Sansão, pois caiu nas mãos dos seus inimigos, que além de vazar seus olhos, o fez instrumento de zombaria e diversão.

O maior prejuízo sofrido por Sansão, no entanto, não foi os danos físicos, mas o espiritual, pois a partir do momento em que seus longos cabelos, símbolo da sua aliança com Deus foram cortados, automaticamente a comunhão divina sofreu interrupção e ele passou a ter uma vida amarga de humilhação e sofrimentos – o homem que era temido por todos agora é alvo de todo tipo de críticas. Muita gente neste mundo que hoje estão nas sarjetas sendo cuspido e pisoteado, no passado, fora pessoas exaltadas por Deus e possuíram uma vida feliz, mas não valorizaram a riqueza espiritual que possuíam e a trocaram pelas migalhas do mundo.

A ausência da força na vida de Sansão era um dos indícios mais fortes da perda da comunhão com Deus. Isso é natural na vida de toda pessoa que perde abandona a Deus, pois: “Deus é a minha fortaleza e a minha força, e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho” II Sam. 22:33. Sem Deus o homem se torna fraco; pois a lacuna que era preenchida pela presença maravilhosa do Espírito de Deus em seu coração se torna ocupada pelo temor, fragilidade, infelicidade e derrota; deixando-o vulnerável aos ataques do inimigo. O povo de Israel na época do seu governo teocrático sofreu por várias vezes nas mãos dos seus opressores como está relatado nos livros dos Juízes de Israel. Posteriormente pela ocasião da monarquia muitos reis caíram nas mãos inimigas pelo fato de permitir a apostasia nacional.

Ao tratar com Manassés pela sua idolatria, disse: “Porquanto Manassés, rei de Judá, fez estas abominações, fazendo pior do que tudo quanto fizeram os amorreus, que foram antes dele, e até também a Judá fez pecar com os seus ídolos; por isso, assim diz o SENHOR Deus de Israel: Eis que hei de trazer um mal sobre Jerusalém e Judá, que qualquer que ouvir, lhe ficarão retinindo ambos os ouvidos. E estenderei sobre Jerusalém o cordel de Samaria e o prumo da casa de Acabe; e limparei a Jerusalém, como quem limpa o prato, limpa-o e vira-o para baixo. E desampararei os restantes da minha herança, entregá-los-ei na mão de seus inimigos; e servirão de presa e despojo para todos os seus inimigos; porquanto fizeram o que era mau aos meus olhos e me provocaram à ira, desde o dia em que seus pais saíram do Egito até hoje” II Reis 21:11-15.

Diante de todas essas lições é bom que peguemos esses conselhos: “Mas ao SENHOR vosso Deus temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos” II Reis 17:39.

P.A.B.J. – TO. 17/04/10

sábado, 10 de abril de 2010

OS PADRÕES BÍBLICOS DE INTERAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS


O mundo vive uma crise de relacionamento nunca visto antes – crises nas relações entre as nações, crises nos relacionamentos entre os grupos étnicos, enfim, crises nos relacionamentos sociais de forma geral. Sobretudo, existe uma crise de relacionamento entre pais e filhos nunca presenciado na história da humanidade, onde ambos não se respeitam. Quase todos os dias, quando ligamos o nosso televisor, somos surpreendidos com mais um caso alarmante de pais que torturam e matam seus próprios filhos e filhos que agridem e tiram a vida de seus próprios pais. Tais casos nos surpreendem, não apenas pelo fato em si, mas pela barbárie e pelo requinte de crueldade como são praticados. Contudo, os problemas de menor gravidade vivido nos lares são presenciados de uma forma quase que generalizada. São filhos que tratam seus pais como se fosse um colega de escola ou até mesmo a um comparsa. Os pais por outro lado cometem erros de várias espécies, uns erram porque querem educar seus filhos como um domador doma o burro ou qualquer outro tipo de animal irracional; espancando-os e agredindo-os de todas as formas possíveis. Outros querem se passar por bonzinhos, por isso não corrigem seus filhos, deixam cometerem qualquer tipo de erro e apenas riem dos seus feitos como se dissessem: Muito bom - faça de novo! E com isso, incentivam seus filhos manterem um padrão moral de desrespeito as leis e as autoridades; e pior ainda, de não saberem discernir o que é certo do errado. Existem também aqueles que levam tudo para o lado da psicologia e utilizam apenas o diálogo e alguns tipos de castigo que apenas ensinam a criança obedecer quando houver algo que ela possa ser recompensada ou por medo de perder um direito de usufruir de algum benefício. Esquecem, no entanto, de corrigir e educar seus filhos utilizando o método tradicional do castigo com a vara (Um termo bíblico para o que popularmente chamamos de cipó), quando necessário, por acreditarem que a violência gera violência.
Como cidadãos têm as leis do nosso país para regular nossa conduta e o nosso procedimento diante dos problemas que porventura temos que enfrentar, promovendo, portanto, a ordem e o progresso que a sociedade precisa para a sua consolidação como nação legalmente organizada. Sobretudo, como cristãos, temos a Bíblia como a nossa única regra de fé e prática e nela encontramos respostas para todos os problemas que a humanidade enfrenta; dentre eles a crise de relacionamento existente entre pais e filhos, e que parece não haver mais solução.
Deus, em sua sabedoria formou a primeira família e teve o cuidado de instituir leis que pudessem distingui-la dos demais seres que não possui raciocínio; e através delas Ele pudesse também revelar o seu caráter. E a primeira coisa que percebemos na Bíblia é o princípio de que deve existir uma hierarquia nas instituições. No céu existe uma hierarquia, veja pela ordem decrescente: Deus (Pai), Deus (Filho), Deus (Espírito Santo), arcanjos, querubins, serafins e anjos em geral, e tudo isso com a finalidade de manter a organização através do respeito e a submissão que os demais devem ter ao seu Superior que é Deus o Pai.
Com respeito à hierarquia, até mesmo satanás que é um insubordinado e desordeiro possui a sua com o objetivo de melhor comandar a desordem e as tragédias no mundo.
Pelo motivo da grande importância da hierarquia na manutenção da ordem e da disciplina no mundo é que ao criar a família Deus a constituiu de uma hierarquia. O Pai em primeiro, a mãe em segundo, e os filhos pela faixa etária, visando com isso, à harmonia, o respeito mútuo e o progresso dos membros da família. Talvez você ignore o fato dessa classificação hierárquica feita por mim. Mas segundo as pessoas mais velhas existia o respeito e a consideração entre os irmãos mais novos para com os mais velhos; por exemplo, meu pai (falecido no último dia 25) tinha sua autoridade reconhecida por suas irmãs, que ao se dirigir a ele, tinha o velho costume de tomar a bênção. Mas, como argumentos sem embasamento bíblico não tem muita autoridade, veremos o que ela diz sobre o assunto.
Ao instituir as primeiras leis para o povo israelita, Moisés, sob a inspiração divina, disse: “Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá” Ex. 20:12. No texto acima mencionado vemos como Deus dá importância à autoridade do pai e da mãe como chefes de família quando usa a expressão “honrar”; e até promete abençoar com longevidade os filhos que assim o obedecerem. Jesus, ao contestar a atitude dos escribas e fariseus disse: “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós, também, o mandamento de Deus pela vossa tradição? Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá” Mat. 15:3 e 4; mais adiante, ao dialogar com o jovem rico disse: “Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe” Mat. 10:19. Posteriormente, ao instruir os crentes de Éfeso, escreveu o Apóstolo Paulo: “Honra o teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa” Ef. 6:2.
Essas reiterações feitas por Jesus e por Paulo acerca do relacionamento entre os filhos e seus pais, reforçam a idéia de que o mandamento que exige a obediência e o respeito, não fora invalidado; pelo contrário, os tornou enfático e válido também para os nossos dias.
O DEVER DOS FILHOS PARA COM SEUS PAIS
Nas linhas anteriores foi esclarecido o bastante para que todos saibam que os filhos devem obedecer aos pais, e como recompensa pela obediência, os mesmos receberão de Deus maior longevidade sobre a terra. No entanto, preciso ser mais específico com respeito a alguns deveres e direitos que envolvem as duas partes. Neste ínterim veremos alguns dos deveres dos filhos para com seus pais e o que eles podem receber de Deus quando este mandamento é cumprido.
Como cidadãos os filhos possui direitos e deveres garantidos por lei, mas como servos de Deus possui também direitos e deveres amparados pela maior legislação e a única que não contém inverdades e injustiças - a Bíblia sagrada. Dentre esses deveres está a obediência.
OBEDIÊNCIA: Parece que a palavra obedecer não faz parte do vocabulário da maioria dos filhos de hoje; talvez porque acharam maior facilidade em se adaptar as filosofias de vida moderna idealizadas por pessoas destituídas de Deus, e que estão a serviço de satanás e do sistema mundano de rebelião que impera neste século, do que aos princípios da moral, da ética e dos bons costumes ensinados por Deus. A cada nova geração se percebe que o espírito de insubordinação aos pais e as autoridades vem tomando um espaço maior no mundo. Isso não significa que num passado remoto não houvesse casos semelhantes; mas isso era mais raro, e quando aconteciam, tais filhos tinha uma punição mais severa; às vezes pagava até mesmo com a sua própria vida como assim estava escrito na lei: “Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; e dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e temerá” Deut. 21:18-21. Entretanto, hoje Deus nos trata uma forma diferente, pois aboliu as formas mais severas de punição, dando oportunidade para o arrependimento; reservando apenas os obstinados para o dia do julgamento final.
Quanto aos filhos que são obedientes e pelo fato de reconhecerem a autoridade paterna, os honram; Deus reservou para eles como recompensa, a possibilidade de ter uma vida mais a longa e abençoada sobre a terra. Portanto, filhos, obedeçam aos seus pais, pois eles quando criticam algumas de suas ações e às vezes se utilizam de alguma forma de castigo para os disciplinarem é porque querem o melhor para suas vidas. Jamais um bom pai deseja más coisas para seus filhos a quem os ama. Compreenda também que ao obedecê-los você está agradando ao próprio Jesus. Veja o que disse o Apóstolo Paulo: “Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor” Col. 3:20.
OS PAIS E SEUS DEVERES PARA COM OS FILHOS
Além do dever que a própria lei nos impõe como pais e cidadãos, que é o de dar aos nossos filhos o sustento, a educação, a proteção, etc. Aqueles que as sagradas Escrituras nos impõem, que é o de educá-los com base nos ensinos sagrados. Se os pais se preocupassem mais com a educação cristã de seus filhos, por meio da leitura e meditação na palavra de Deus e uma vida de integridade moral e espiritual, teríamos um mundo bem melhor. Outros às vezes tem o cuidado de ensiná-los, mas por ignorarem alguns preceitos sagrados acabam formando delinqüentes ao invés de bons cidadãos e bons servos de Deus. São pais que não tem a mínima educação, paciência e compreensão para com os filhos e os irritam com certas exigências tolas e até mesmo certos insultos. Sabendo disso Paulo, o Apóstolo, escreveu: “Vós, pais, não irriteis os vossos filhos, para que não percam o ânimo” Col. 3:21.
Que tenhamos pais com maior grau de sabedoria divina para que possam conduzir seus filhos no caminho reto, contribuindo para que eles sejam bons cidadãos e venham formar uma sociedade justa e harmoniosa.
P.A.B.J. – TO. 10/04/10

sexta-feira, 2 de abril de 2010

FAMILIA VERSUS IGREJA E SOCIEDADE

Inicia-se o segundo trimestre de 2010, e com ele, acaba de chegar a nossas mãos a revista da EBD, que tem como tema principal: “Família, Igreja e Sociedade”. Um assunto tão importante para a nossa geração que podemos considerá-lo um grande presente para a sociedade moderna. Isto porque os assuntos que serão abordados neste trimetre, trarão para nós cristãos, grandes ensinamentos capazes de impactar nossa estrutura familiar; a Igreja como uma família cristã e conseqüentemente influenciar a sociedade de modo geral.

Muito embora eu não tenha visto nenhuma estatística recente a respeito da população mundial; poço imaginar com base em uma, que vi há alguns anos; que temos hoje uma população de mais ou menos seis bilhões de habitantes. Um número bastante significativo e que até parece coincidir com os seis mil anos da formação da primeira família a habitar a terra. Isso mostra que o crescimento demográfico avançou assustadoramente; e poderia ser maior, se não fossem os métodos utilizados pelas gerações mais recentes para o controle da natalidade.

Com o grande crescimento demográfico veio também o crescimento de muitas coisas boas e outras bastante ruins. Como por exemplo, podemos afirmar que o mundo passa por uma crise moral nunca visto antes. Violência nas ruas, nos lares, nas escolas, no trabalho e até mesmo no âmbito de certas instituições religiosas; a imoralidade sexual é outro aspecto negativo da nossa geração, pois o que era considerado tabu poucos anos atrás, hoje é considerado normal. O sexo fora do casamento, por exemplo, era algo que trazia grandes constrangimentos para as famílias envolvidas; na sociedade atual o que é ignorado é o fato da moça e o rapaz se conservarem virgens na adolescência. O casamento que foi uma instituição divina exclusiva entre os sexos opostos, hoje está banalizado por algumas culturas que adotam o casamento entre pessoas do mesmo sexo; por outro lado, o casamento da forma legal, como foi instituído por Deus, nunca foi tão banalizado como em nossos dias. Homens e mulheres (Em sua maioria) não honram o pacto que fizeram perante do ministrante no casamento em que se casaram. Comprometeram-se a serem fiéis um ao outro até que a morte os separe; contudo, levam uma vida de promiscuidade e desrespeito para com a família e os mandamentos divinos. Como se não bastasse todas essas imoralidades. A corrupção permeia a nossa sociedade algo que presenciamos a todo instante pela mídia; e até mesmo somos vitimados, por pessoas que tentam a todo o momento subtrair aquilo que temos conquistado com muito esforço. E não são delitos praticados apenas por aqueles que vivem a margem da sociedade não, mas por quem criaram as leis e deviam estar zelando por elas; são os ladrões do colarinho branco, que metem a mão no dinheiro público como se tivesse pegando algo na despensa de sua própria casa.

Diante de toda essa crise de integridade moral que estamos presenciando só tem duas soluções: Uma boa educação familiar com base nos princípios bíblicos e uma boa educação cristã recebida na Igreja moldada nos ensinos de Jesus. O resultado seria uma sociedade mais solidária, ordeira, harmoniosa, feliz e isenta da maioria dos problemas que hoje enfrentamos.

Ao realizar o primeiro casamento no Édem, Deus tinha um propósito muito importante em mente – a perpetuação da espécie, quando disse: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra...”Gen. 1:28. Porém, o Seu principal desejo é que essa multiplicação acontecesse de maneira que o homem não se distanciasse Dele; pelo contrário, que continuasse em comunhão com Ele por meio da obediência aos seus mandamentos. Entretanto, depois que o primeiro casal caiu em pecado, percebemos por meio das histórias, bíblica e profana, que junto ao crescimento populacional, veio também o crescimento da corrupção e o distanciamento cada vez mais; da criatura do Seu Criador. Mas como Deus nunca desiste dos seus planos para fazê-los cumprir, cerca de dois mil anos após a queda, já com um povo que escolhera para dele fazer uma nação santa, e sabendo da possibilidade dele abandonar os seus mandamentos , disse através de Moisés: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E ESTAS PALAVRAS, QUE HOJE TE ORDENO, ESTARÃO NO TEU CORAÇÃO; E AS ENSINARÁS A TEUS FILHOS E DELAS FALARÁS ASSENTADO EM TUA CASA, E ANDANDO PELO CAMINHO, E DEITANDO-TE E LEVANTANDO-TE. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas. Quando, pois, o SENHOR teu Deus te introduzir na terra que jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu não edificaste, e casas cheias de todo o bem, que tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivais, que tu não plantaste, e comeres, e te fartares, guarda-te, que não te esqueças do SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” Deut. 6:4-12. Tal preocupação tinha como objetivo formar um povo que pudesse influenciar positivamente as nações através de um padrão de vida completamente diferente. Um povo que pudesse refletir o caráter de Deus e fazer com que a sua imagem perdida no Édem pudesse ser notada por um povo que não O conhecia. Portanto, uma das funções básicas mais importantes da família é a transmissão dos valores espirituais ensinados por Deus em sua Palavra.

A família contemporânea tem sofrido as conseqüências dos avanços que o mundo vem sofrendo de maneira bastante acentuada. Os homens parecem ter chegado ao ápice do conhecimento, pois parece não haver mais o que inventar; contudo, sabemos que o conhecimento é infinito e Deus sempre o dispensa a humanidade com o objetivo de que ela possa contribuir para o bem coletivo. Mas será que os grandes avanços tem nos proporcionado somente benefícios? Claro que não! Enquanto a humanidade usufrui dos benefícios que os avanços do conhecimento vêm proporcionando, gradativamente os valores espirituais, morais e sociais estão perdendo o seu real valor. Por exemplo, as grandes transformações no poder aquisitivo das pessoas e a inserção da mulher no campo profissional, proporcionando-lhe independência financeira, e a transformando em uma grande competidora do seu próprio marido, têm feito com que ela se sinta independente, a tal ponto de não suportar ao seu esposo quando por ele é reclamada. Pelo contrário, inspirada no movimento feminista em evidência, e amparada pela nossa Constituição Federal e pela independência financeira, tornam-se intolerantes, ao ponto de por qualquer motivo pedir o divórcio, apenas para se sentir livre para cumprir os seus caprichos.

Como conhecedores das Escrituras sagradas e como membros da família cristã, não podemos deixar que essas evoluções venham influenciar nossas vidas de tal forma que venham nos fazer perder as verdadeiras características de filhos de Deus. Precisamos nos conscientizar que temos uma Constituição (Lei de Deus) que está acima das leis que regem o nosso país e que jamais devemos desrespeitá-la. Devemos saber que sua importância para as nossas vidas é imensurável e que devemos pensar, agir e falar como Pedro e os demais apóstolos que disseram: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” Atos 5:29.

A Igreja é uma agência do Reino de Deus neste mundo tenebroso, por isso ela deve se valer das armas espirituais que Deus a entregou e utilizá-las no sentido de procurar destruir as fortalezas erguidas pelo inimigo e libertar as almas que estão escravizadas e sem esperança de vida eterna. No entanto, como qualquer instituição, ela é formada por famílias. E essas, devem reconhecer a sua importância no crescimento numérico e qualitativo da Igreja, e para isso, o chefe de família, digo, não apenas o pai, mas também a mãe deve desempenhar o papel de verdadeiro sacerdote e mãe dedicada à obra de Deus; que ensinem seus filhos a serem bons cristãos e cidadãos exemplares.

Para manter os filhos num padrão moral e espiritual que exalte o nome de Deus; o pai deve impor sua autoridade com o amor que o pai verdadeiramente deve ter pelo seu filho. Pois Deus como nosso Pai, jamais deixou de impor a sua autoridade e soberania, mas sempre demonstrando amor por nós, esperando que esse amor seja correspondido.

Assim como a família contribui para o desenvolvimento da Igreja, a Igreja tem uma participação muito maior na formação do caráter dos seus fiéis. Porque falo isso? Porque uma pessoa pode ter recebido uma má educação no lar e por isso, possuir um mau caráter; mas quando aceita a Cristo e recebe bons ensinamentos, sua vida passa por uma transformação radical, por que: “...Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” II Co. 5:17.

Quando uma pessoa, por algum motivo, como: Deficiência da educação recebida no lar, mau exemplo dos seus genitores; ou quem sabe seja uma pessoa que recebeu tudo o que precisava para ser um bom cristão e bom cidadão, mas que por decisão própria ou por não ter resistido à sedução mundana, passou a viver dissolutamente; quando ela aceita a Cristo de coração, todas essas deficiências são supridas e ela passa a ser uma pessoa completamente diferente. Esse é um trabalho que a escola secular não consegue fazer. Mas somente a Igreja de Cristo que possui todos os elementos necessários para a formação do caráter que é ação poderosa do Espírito Santo através da Palavra de Deus.

Pela sua grande importância tanto na formação de bons pais de família, bons filhos, bons maridos e boas esposas, bons patrões e bons empregados e enfim bons cidadãos; e o mais importante na formação de verdadeiros filhos de Deus e cidadãos dos céus é que a Igreja deve se empenhar com dedicação no ensino bíblico sem mistura e sem rodeios.

A nossa sociedade vive um verdadeiro caos. Um caos originado pela libertinagem e violência, pelas práticas pagãs que vem sendo ensinadas nas escolas públicas como culturas, pelo desrespeito as autoridades, pelo grande número de religiosos sem compromisso com a mensagem do Evangelho e com Deus, pelas desenfreadas competições pelo dinheiro e poder, pelo egoísmo de forma acentuada, pela miséria que assola nosso país e outras partes do mundo, pelas desigualdades sociais que tem causado um distanciamento cada vez maior entre o pobre e o rico, pela preferência do Estado de forma disfarçada pela Igreja da maioria em detrimento das demais, etc. E aí você se pergunta: Qual é a origem de tudo isso? – No caso do Brasil, além da influência demoníaca que encontra guarida na natureza humana, outros fatores contribuíram para tudo isso. Considere uma coisa! Estude as origens dos povos que deram origem ao país. Quem eram de onde veio, qual era a sua cultura, qual era o seu caráter, etc. Quem foram os primeiros operários? – Pessoas condenadas por vários tipos de crimes e por isso foram degredadas e mantidas pelo resto da vida, e aqui constituíram famílias - E o resultado...! Creio que não precisa explicar. Juntando-se a outros povos de culturas e práticas pagãs, o resultado foi um país religioso, mas sem Deus. Uma religiosidade voltada para o diabo e as fábulas. Entretanto, nosso país é muito insignificante em relação a outras sociedades inclusive aquelas que existiram na época em que a história bíblica do Antigo Testamento foi escrita. Como assim mencionou o comentador de nossa lição: “Todas as provas bíblicas apontam para uma corrupção social generalizada (Rm 3:23)”

Por que as sociedades antediluvianas se corromperam tanto que foi necessário Deus trazer uma destruição em massa? Por ter uma natureza caída manchada pelo pecado. O homem sem Deus jamais terá condições de manter um padrão social, moral e espiritual que esteja em harmonia com o Criador. Mas e o que dizer de outras civilizações de tempos posteriores como: Babilônia, Egito, Assíria, Grécia, Roma, e até mesmo o próprio Israel que recebeu do próprio Deus uma Lei que nenhum outro povo teve o privilégio de receber? Poderíamos dizer que os demais países por não ter o conhecimento da vontade de Deus por meio de uma lei, a qual pudesse consultá-la no momento necessário. Mas, e Israel? Porque desprezou a Deus e falhou tantas vezes, como até agora, que aguarda a chegada do Messias que já veio e voltou; e segue uma lei que foi invalidada a dois mil anos?

Outras sociedades não tinham o conhecimento de Deus e por isso mantinham seus costumes e culturas baseados em fábulas contadas pelos seus ancestrais; mas se tivessem em suas mãos os mandamentos de Deus, fariam a mesma coisa que Israel; pois a maldade do coração do homem só o empurra para as coisas más deste mundo. Para o homem sem Deus, acreditar em dez mentiras é mais fácil do que acreditar em uma verdade; satisfazer as suas concupiscências carnais está acima de qualquer interesse; enfim, ouvir a voz satânica é tão suave e agradável o quanto é difícil para ouvir a voz de Deus.

Todos nós conhecemos muito bem a sociedade da qual fazemos parte e sofremos pelas injustiças praticadas pelas nossas autoridades e pelas barbaridades que são praticadas a todo instante; as quais ceifam dezenas e centenas de vidas todo dia; e pior ainda, a maioria está sendo conduzida para a eternidade sem Deus. Diante desta cruel situação, nós como Igreja de Cristo que conhecemos a sua Palavra e sabemos do poder que ela tem, temos que nos empenhar no resgate das almas que estão em desespero.



P.A.B.J – TO. 02.04.10

sábado, 27 de março de 2010

VIVENDO CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

Estamos em pleno século XXI, uma era marcada pela globalização resultante do grande avanço da ciência e da tecnologia, que fazem com que a informação alcance o mundo inteiro instantaneamente. A evolução das informações e do desenvolvimento dos estudos em todas as áreas das ciências vem deixando o mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Portanto, quem quiser sobreviver como profissional, terá que se adequar as novas exigências do mercado; se especializando, não somente em sua área específica, mas em muitas outras que vêem se universalizando a cada dia, como é o caso da informática,
por exemplo.
Para ocupar um lugar no reino de Deus não é necessário nenhuma formação secular; e nem acompanhar o desenvolvimento das coisas. Precisa-se de algo mais importante que qualquer formação acadêmica, ou até mesmo de uma coleção de diplomas. O que o homem precisa na verdade, é viver cheio do Espírito Santo.

Com o avanço do conhecimento o qual estamos presenciando, percebemos também o avanço do pecado de forma assustadora, bem como de todas as formas de rebelião contra o Criador. Os veículos de comunicação em massa tem se tornado em sua maioria, grandes armas para combater contra a fé cristã. Por isso quem quiser sobreviver espiritualmente precisa estar cheio do Espírito de Deus; caso contrário não terá como sobreviver em meio a tantas oposições declaradas e seduções disfarçadas apresentadas pelo inimigo de nossas almas. Sabedor da real situação a qual os cristãos de Éfeso enfrentavam, escreveu o apóstolo Paulo: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” Ef. 5:15-19.

Os grandes heróis da fé conseguiram sobreviver espiritualmente nos legar grandes exemplos de fé e vitória porque possuíam o Espírito de Deus em suas vidas.

No passado, no tempo do antigo Testamento muitos homens, em grande parte, humildes e insignificantes aos olhos humanos; receberam grandes missões e conseguiram cumpri-las, porque receberam de Deus a porção do seu Espírito. Por exemplo, quando Ele precisou de alguém para esculpir as peças de ouro, de prata e de cobre que serviriam como utensílios no Tabernáculo que seria construído no deserto; chamou Bezalel, e o encheu do seu Espírito. O próprio Jesus precisou ser cheio do Espírito Santo na ora da sua grande prova, como está escrito: “E JESUS, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto” Lc. 4:1, bem como para exercer o seu ministério terreno. Quando os apóstolos precisaram de sete diáconos para auxiliarem na parte material da Igreja, disseram: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” Atos 6:3. Quarenta dias depois de Jesus ter sido assunto ao céu, cumpriu-se na vida dos primeiros cristãos, o que escreveu o Profeta Joel que disse: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” Jl. 2:28 e 29. Segundo o Apóstolo Lucas o grande derramamento se deu da seguinte forma: “E, CUMPRINDO-SE o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” Atos 2:1-4.

Todos esses fatos, e muitos outros que não foram possíveis de serem mencionados aqui, apontam para a necessidade de estarmos vivermos cheios do Espírito de Deus. Mas aqui está uma questão aparentemente difícil de ser entendida. O que significa a expressão, “SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO”?

Ser cheio do Espírito Santo de Deus é ser guiado por Ele; é deixar-se ser influenciado por Ele e sentir a sua presença e uma verdadeira comunhão com Deus.

Os nossos antepassados que viveram antes de Cristo, não receberam a porção do Espírito de Deus da mesma forma em que os cristãos recebem neste tempo da graça. No passado eles O recebiam na proporção da necessidade que tinham de realizar a missão que Deus o havia incumbido; nada mais. Hoje, temos uma maior promessa, a qual começou se cumprir no dia de Pentecostes e se estenderá até o término do tempo da graça. No momento do seu retorno ao céu Jesus deixou esta promessa aos seus discípulos: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” Atos 1:4-8.

Esta profecia de Joel, agora confirmada pelo próprio Jesus, se cumpriu no dia de Pentecostes, e não parou por aí. Pois, o derramamento ou enchimento não estava restrito aquele grupo apenas, mas a todos que de coração aceitassem a Jesus. Em seu discurso apologético, o Apóstolo Pedro afirmou: “Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão” Atos 2:15 -18. Veja que ele reafirmou as seguintes palavras de Joel: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne”... “e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão”. Veja que a expressão foi: “Naqueles dias”, se referindo um derramamento contínuo; e não: “Naquele dia”, referindo-se apenas o primeiro acontecimento no dia de Pentecostes. Continuando o seu discurso de defesa afirmou Pedro: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” Atos 2:39. Então, todo cristão, a partir do Pentecostes, pode ser batizado no Espírito Santo e ser cheio dEle. Porém, precisamos saber de uma coisa, viver, ou ser cheio, não é o mesmo que ser batizado no Espírito de Deus. A pessoa pode ser batizada no Espírito Santo e depois se esvaziar dEle, como foi o caso de Nicolau, um dos primeiros diáconos, e de muitos outros cristãos que estiveram no dia de Pentecostes e foram batizados, mas, que depois se desviaram. Outros podem receber o batismo, ser cheio do poder, e mesmo permanecendo na Igreja, levar uma vida vazia, sem sentir a comunhão com Deus. Por outro lado, percebemos que às vezes o cristão não foi batizado no Espírito, como foram os irmãos primitivos que falaram em línguas estranhas e experimentaram outras manifestações sobrenaturais; contudo, são pessoas que mantém um padrão moral e espiritual em conformidade com o caráter do Espírito de Deus. Em Atos dos Apóstolos assim está escrito a respeito de Apolo: “E chegou a Éfeso certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor e, FERVOROSO DE ESPÍRITO, falava e ensinava diligentemente as coisas do SENHOR, CONHECENDO SOMENTE O BATISMO DE JOÃO” Atos 18:24 e 25. Observe aqui que Apolo era um eloqüente pregador, poderoso nas Escrituras, instruído no caminho do Senhor e FERVOROSO NO ESPÍRITO; contudo, não havia sido batizado no Espírito Santo ainda; mas conhecia apenas o batismo de João (Batismo nas águas para o arrependimento).

ENCHENDO DO ESPÍRITO SANTO E MANTENDO-SE CHEIO?

Antes de ter uma vida cheia do Espírito de Deus, é procurar se encher dEle. E para se encher é necessário que o homem esteja vazio; pois não se enche um vaso que esteja ocupado com outra coisa. Depois que alguém aceita a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, o primeiro passo para se encher do Espírito é procurar se esvazias das coisas mundanas e toda sorte de pecados.

Segundo o ensinamento paulino o ser humano pode estar cheio das obras da carne ou do Fruto do Espírito (Gl. 5:19-22). Enquanto o homem vive segundo o curso deste mundo e segundo as inclinações de sua natureza pecaminosa, Deus jamais o encherá do seu Santo Espírito.

Porque a maioria da humanidade prefere as obras da carne ao fruto do Espírito? Porque desconhece o valor da ação do Espírito de Deus. Por isso entendem que os valores oferecidos pelo mundo são mais excelentes. E assim procuram afogar suas paixões e mágoas com a bebida e outros tipos de entorpecentes. Mas o apóstolo Paulo mostra algo mais excelente quando afirma: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” Ef. 5:18. Ele fala isso porque a sensação de bem estar e alegria que o vinho produz na alma do homem, também é produzida pela ação do Espírito de Deus; e isso com uma vantagem incomparavelmente maior. Então, se todos conhecessem esses benefícios oferecidos por Deus na pessoa do seu Espírito, creio que a maioria procuraria se encher dEle.
O Espírito de Deus veio a terra com uma missão importante a ser realizada no seio da Igreja, que foi a de substituir uma lacuna deixada pelo retorno de Jesus ao céu. E isso, o próprio Jesus declarou, quando disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” Jo. 14:16 e 17. Observe que Jesus ao referir ao Santo Espírito, disse: “Outro consolador”. Isso porque enquanto os primeiros cristãos tinham a sua maravilhosa companhia em carne e osso, poderiam contar com o seu auxílio e consolo; mas ao partir, deixariam tristes e inconsolados. Por isso fez questão de prometer que rogaria ao Pai que mandasse outro consolador que as mesmas características sua; como personalidade e caráter. Uma pessoa que compreendesse nossas fraquezas e necessidades e pudesse se compadecer de nós.

Além do conhecimento das obras do Espírito, para que possa sentir o desejo de se encher dEle, o homem precisa também buscá-lo. Deus jamais dá algo para alguém que não busque ou demonstre qualquer interesse em possuí-lo. Certa vez afirmou Jesus: “Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” Mat. 7:8-11

Depois de se encher do Espírito de Deus o cristão para manter-se cheio é preciso fazer a vontade de Deus; procurando obedecer a Palavra escrita e a voz do seu santo Espírito que fala ao coração. Caso contrário o Espírito Santo se entristece, como está escrito: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção” Ef. 4:30.

P.A.B.J-TO. 27/03/10

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