sexta-feira, 2 de abril de 2010

FAMILIA VERSUS IGREJA E SOCIEDADE

Inicia-se o segundo trimestre de 2010, e com ele, acaba de chegar a nossas mãos a revista da EBD, que tem como tema principal: “Família, Igreja e Sociedade”. Um assunto tão importante para a nossa geração que podemos considerá-lo um grande presente para a sociedade moderna. Isto porque os assuntos que serão abordados neste trimetre, trarão para nós cristãos, grandes ensinamentos capazes de impactar nossa estrutura familiar; a Igreja como uma família cristã e conseqüentemente influenciar a sociedade de modo geral.

Muito embora eu não tenha visto nenhuma estatística recente a respeito da população mundial; poço imaginar com base em uma, que vi há alguns anos; que temos hoje uma população de mais ou menos seis bilhões de habitantes. Um número bastante significativo e que até parece coincidir com os seis mil anos da formação da primeira família a habitar a terra. Isso mostra que o crescimento demográfico avançou assustadoramente; e poderia ser maior, se não fossem os métodos utilizados pelas gerações mais recentes para o controle da natalidade.

Com o grande crescimento demográfico veio também o crescimento de muitas coisas boas e outras bastante ruins. Como por exemplo, podemos afirmar que o mundo passa por uma crise moral nunca visto antes. Violência nas ruas, nos lares, nas escolas, no trabalho e até mesmo no âmbito de certas instituições religiosas; a imoralidade sexual é outro aspecto negativo da nossa geração, pois o que era considerado tabu poucos anos atrás, hoje é considerado normal. O sexo fora do casamento, por exemplo, era algo que trazia grandes constrangimentos para as famílias envolvidas; na sociedade atual o que é ignorado é o fato da moça e o rapaz se conservarem virgens na adolescência. O casamento que foi uma instituição divina exclusiva entre os sexos opostos, hoje está banalizado por algumas culturas que adotam o casamento entre pessoas do mesmo sexo; por outro lado, o casamento da forma legal, como foi instituído por Deus, nunca foi tão banalizado como em nossos dias. Homens e mulheres (Em sua maioria) não honram o pacto que fizeram perante do ministrante no casamento em que se casaram. Comprometeram-se a serem fiéis um ao outro até que a morte os separe; contudo, levam uma vida de promiscuidade e desrespeito para com a família e os mandamentos divinos. Como se não bastasse todas essas imoralidades. A corrupção permeia a nossa sociedade algo que presenciamos a todo instante pela mídia; e até mesmo somos vitimados, por pessoas que tentam a todo o momento subtrair aquilo que temos conquistado com muito esforço. E não são delitos praticados apenas por aqueles que vivem a margem da sociedade não, mas por quem criaram as leis e deviam estar zelando por elas; são os ladrões do colarinho branco, que metem a mão no dinheiro público como se tivesse pegando algo na despensa de sua própria casa.

Diante de toda essa crise de integridade moral que estamos presenciando só tem duas soluções: Uma boa educação familiar com base nos princípios bíblicos e uma boa educação cristã recebida na Igreja moldada nos ensinos de Jesus. O resultado seria uma sociedade mais solidária, ordeira, harmoniosa, feliz e isenta da maioria dos problemas que hoje enfrentamos.

Ao realizar o primeiro casamento no Édem, Deus tinha um propósito muito importante em mente – a perpetuação da espécie, quando disse: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra...”Gen. 1:28. Porém, o Seu principal desejo é que essa multiplicação acontecesse de maneira que o homem não se distanciasse Dele; pelo contrário, que continuasse em comunhão com Ele por meio da obediência aos seus mandamentos. Entretanto, depois que o primeiro casal caiu em pecado, percebemos por meio das histórias, bíblica e profana, que junto ao crescimento populacional, veio também o crescimento da corrupção e o distanciamento cada vez mais; da criatura do Seu Criador. Mas como Deus nunca desiste dos seus planos para fazê-los cumprir, cerca de dois mil anos após a queda, já com um povo que escolhera para dele fazer uma nação santa, e sabendo da possibilidade dele abandonar os seus mandamentos , disse através de Moisés: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E ESTAS PALAVRAS, QUE HOJE TE ORDENO, ESTARÃO NO TEU CORAÇÃO; E AS ENSINARÁS A TEUS FILHOS E DELAS FALARÁS ASSENTADO EM TUA CASA, E ANDANDO PELO CAMINHO, E DEITANDO-TE E LEVANTANDO-TE. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas. Quando, pois, o SENHOR teu Deus te introduzir na terra que jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu não edificaste, e casas cheias de todo o bem, que tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivais, que tu não plantaste, e comeres, e te fartares, guarda-te, que não te esqueças do SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” Deut. 6:4-12. Tal preocupação tinha como objetivo formar um povo que pudesse influenciar positivamente as nações através de um padrão de vida completamente diferente. Um povo que pudesse refletir o caráter de Deus e fazer com que a sua imagem perdida no Édem pudesse ser notada por um povo que não O conhecia. Portanto, uma das funções básicas mais importantes da família é a transmissão dos valores espirituais ensinados por Deus em sua Palavra.

A família contemporânea tem sofrido as conseqüências dos avanços que o mundo vem sofrendo de maneira bastante acentuada. Os homens parecem ter chegado ao ápice do conhecimento, pois parece não haver mais o que inventar; contudo, sabemos que o conhecimento é infinito e Deus sempre o dispensa a humanidade com o objetivo de que ela possa contribuir para o bem coletivo. Mas será que os grandes avanços tem nos proporcionado somente benefícios? Claro que não! Enquanto a humanidade usufrui dos benefícios que os avanços do conhecimento vêm proporcionando, gradativamente os valores espirituais, morais e sociais estão perdendo o seu real valor. Por exemplo, as grandes transformações no poder aquisitivo das pessoas e a inserção da mulher no campo profissional, proporcionando-lhe independência financeira, e a transformando em uma grande competidora do seu próprio marido, têm feito com que ela se sinta independente, a tal ponto de não suportar ao seu esposo quando por ele é reclamada. Pelo contrário, inspirada no movimento feminista em evidência, e amparada pela nossa Constituição Federal e pela independência financeira, tornam-se intolerantes, ao ponto de por qualquer motivo pedir o divórcio, apenas para se sentir livre para cumprir os seus caprichos.

Como conhecedores das Escrituras sagradas e como membros da família cristã, não podemos deixar que essas evoluções venham influenciar nossas vidas de tal forma que venham nos fazer perder as verdadeiras características de filhos de Deus. Precisamos nos conscientizar que temos uma Constituição (Lei de Deus) que está acima das leis que regem o nosso país e que jamais devemos desrespeitá-la. Devemos saber que sua importância para as nossas vidas é imensurável e que devemos pensar, agir e falar como Pedro e os demais apóstolos que disseram: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” Atos 5:29.

A Igreja é uma agência do Reino de Deus neste mundo tenebroso, por isso ela deve se valer das armas espirituais que Deus a entregou e utilizá-las no sentido de procurar destruir as fortalezas erguidas pelo inimigo e libertar as almas que estão escravizadas e sem esperança de vida eterna. No entanto, como qualquer instituição, ela é formada por famílias. E essas, devem reconhecer a sua importância no crescimento numérico e qualitativo da Igreja, e para isso, o chefe de família, digo, não apenas o pai, mas também a mãe deve desempenhar o papel de verdadeiro sacerdote e mãe dedicada à obra de Deus; que ensinem seus filhos a serem bons cristãos e cidadãos exemplares.

Para manter os filhos num padrão moral e espiritual que exalte o nome de Deus; o pai deve impor sua autoridade com o amor que o pai verdadeiramente deve ter pelo seu filho. Pois Deus como nosso Pai, jamais deixou de impor a sua autoridade e soberania, mas sempre demonstrando amor por nós, esperando que esse amor seja correspondido.

Assim como a família contribui para o desenvolvimento da Igreja, a Igreja tem uma participação muito maior na formação do caráter dos seus fiéis. Porque falo isso? Porque uma pessoa pode ter recebido uma má educação no lar e por isso, possuir um mau caráter; mas quando aceita a Cristo e recebe bons ensinamentos, sua vida passa por uma transformação radical, por que: “...Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” II Co. 5:17.

Quando uma pessoa, por algum motivo, como: Deficiência da educação recebida no lar, mau exemplo dos seus genitores; ou quem sabe seja uma pessoa que recebeu tudo o que precisava para ser um bom cristão e bom cidadão, mas que por decisão própria ou por não ter resistido à sedução mundana, passou a viver dissolutamente; quando ela aceita a Cristo de coração, todas essas deficiências são supridas e ela passa a ser uma pessoa completamente diferente. Esse é um trabalho que a escola secular não consegue fazer. Mas somente a Igreja de Cristo que possui todos os elementos necessários para a formação do caráter que é ação poderosa do Espírito Santo através da Palavra de Deus.

Pela sua grande importância tanto na formação de bons pais de família, bons filhos, bons maridos e boas esposas, bons patrões e bons empregados e enfim bons cidadãos; e o mais importante na formação de verdadeiros filhos de Deus e cidadãos dos céus é que a Igreja deve se empenhar com dedicação no ensino bíblico sem mistura e sem rodeios.

A nossa sociedade vive um verdadeiro caos. Um caos originado pela libertinagem e violência, pelas práticas pagãs que vem sendo ensinadas nas escolas públicas como culturas, pelo desrespeito as autoridades, pelo grande número de religiosos sem compromisso com a mensagem do Evangelho e com Deus, pelas desenfreadas competições pelo dinheiro e poder, pelo egoísmo de forma acentuada, pela miséria que assola nosso país e outras partes do mundo, pelas desigualdades sociais que tem causado um distanciamento cada vez maior entre o pobre e o rico, pela preferência do Estado de forma disfarçada pela Igreja da maioria em detrimento das demais, etc. E aí você se pergunta: Qual é a origem de tudo isso? – No caso do Brasil, além da influência demoníaca que encontra guarida na natureza humana, outros fatores contribuíram para tudo isso. Considere uma coisa! Estude as origens dos povos que deram origem ao país. Quem eram de onde veio, qual era a sua cultura, qual era o seu caráter, etc. Quem foram os primeiros operários? – Pessoas condenadas por vários tipos de crimes e por isso foram degredadas e mantidas pelo resto da vida, e aqui constituíram famílias - E o resultado...! Creio que não precisa explicar. Juntando-se a outros povos de culturas e práticas pagãs, o resultado foi um país religioso, mas sem Deus. Uma religiosidade voltada para o diabo e as fábulas. Entretanto, nosso país é muito insignificante em relação a outras sociedades inclusive aquelas que existiram na época em que a história bíblica do Antigo Testamento foi escrita. Como assim mencionou o comentador de nossa lição: “Todas as provas bíblicas apontam para uma corrupção social generalizada (Rm 3:23)”

Por que as sociedades antediluvianas se corromperam tanto que foi necessário Deus trazer uma destruição em massa? Por ter uma natureza caída manchada pelo pecado. O homem sem Deus jamais terá condições de manter um padrão social, moral e espiritual que esteja em harmonia com o Criador. Mas e o que dizer de outras civilizações de tempos posteriores como: Babilônia, Egito, Assíria, Grécia, Roma, e até mesmo o próprio Israel que recebeu do próprio Deus uma Lei que nenhum outro povo teve o privilégio de receber? Poderíamos dizer que os demais países por não ter o conhecimento da vontade de Deus por meio de uma lei, a qual pudesse consultá-la no momento necessário. Mas, e Israel? Porque desprezou a Deus e falhou tantas vezes, como até agora, que aguarda a chegada do Messias que já veio e voltou; e segue uma lei que foi invalidada a dois mil anos?

Outras sociedades não tinham o conhecimento de Deus e por isso mantinham seus costumes e culturas baseados em fábulas contadas pelos seus ancestrais; mas se tivessem em suas mãos os mandamentos de Deus, fariam a mesma coisa que Israel; pois a maldade do coração do homem só o empurra para as coisas más deste mundo. Para o homem sem Deus, acreditar em dez mentiras é mais fácil do que acreditar em uma verdade; satisfazer as suas concupiscências carnais está acima de qualquer interesse; enfim, ouvir a voz satânica é tão suave e agradável o quanto é difícil para ouvir a voz de Deus.

Todos nós conhecemos muito bem a sociedade da qual fazemos parte e sofremos pelas injustiças praticadas pelas nossas autoridades e pelas barbaridades que são praticadas a todo instante; as quais ceifam dezenas e centenas de vidas todo dia; e pior ainda, a maioria está sendo conduzida para a eternidade sem Deus. Diante desta cruel situação, nós como Igreja de Cristo que conhecemos a sua Palavra e sabemos do poder que ela tem, temos que nos empenhar no resgate das almas que estão em desespero.



P.A.B.J – TO. 02.04.10

sábado, 27 de março de 2010

VIVENDO CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

Estamos em pleno século XXI, uma era marcada pela globalização resultante do grande avanço da ciência e da tecnologia, que fazem com que a informação alcance o mundo inteiro instantaneamente. A evolução das informações e do desenvolvimento dos estudos em todas as áreas das ciências vem deixando o mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Portanto, quem quiser sobreviver como profissional, terá que se adequar as novas exigências do mercado; se especializando, não somente em sua área específica, mas em muitas outras que vêem se universalizando a cada dia, como é o caso da informática,
por exemplo.
Para ocupar um lugar no reino de Deus não é necessário nenhuma formação secular; e nem acompanhar o desenvolvimento das coisas. Precisa-se de algo mais importante que qualquer formação acadêmica, ou até mesmo de uma coleção de diplomas. O que o homem precisa na verdade, é viver cheio do Espírito Santo.

Com o avanço do conhecimento o qual estamos presenciando, percebemos também o avanço do pecado de forma assustadora, bem como de todas as formas de rebelião contra o Criador. Os veículos de comunicação em massa tem se tornado em sua maioria, grandes armas para combater contra a fé cristã. Por isso quem quiser sobreviver espiritualmente precisa estar cheio do Espírito de Deus; caso contrário não terá como sobreviver em meio a tantas oposições declaradas e seduções disfarçadas apresentadas pelo inimigo de nossas almas. Sabedor da real situação a qual os cristãos de Éfeso enfrentavam, escreveu o apóstolo Paulo: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” Ef. 5:15-19.

Os grandes heróis da fé conseguiram sobreviver espiritualmente nos legar grandes exemplos de fé e vitória porque possuíam o Espírito de Deus em suas vidas.

No passado, no tempo do antigo Testamento muitos homens, em grande parte, humildes e insignificantes aos olhos humanos; receberam grandes missões e conseguiram cumpri-las, porque receberam de Deus a porção do seu Espírito. Por exemplo, quando Ele precisou de alguém para esculpir as peças de ouro, de prata e de cobre que serviriam como utensílios no Tabernáculo que seria construído no deserto; chamou Bezalel, e o encheu do seu Espírito. O próprio Jesus precisou ser cheio do Espírito Santo na ora da sua grande prova, como está escrito: “E JESUS, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto” Lc. 4:1, bem como para exercer o seu ministério terreno. Quando os apóstolos precisaram de sete diáconos para auxiliarem na parte material da Igreja, disseram: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” Atos 6:3. Quarenta dias depois de Jesus ter sido assunto ao céu, cumpriu-se na vida dos primeiros cristãos, o que escreveu o Profeta Joel que disse: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” Jl. 2:28 e 29. Segundo o Apóstolo Lucas o grande derramamento se deu da seguinte forma: “E, CUMPRINDO-SE o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” Atos 2:1-4.

Todos esses fatos, e muitos outros que não foram possíveis de serem mencionados aqui, apontam para a necessidade de estarmos vivermos cheios do Espírito de Deus. Mas aqui está uma questão aparentemente difícil de ser entendida. O que significa a expressão, “SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO”?

Ser cheio do Espírito Santo de Deus é ser guiado por Ele; é deixar-se ser influenciado por Ele e sentir a sua presença e uma verdadeira comunhão com Deus.

Os nossos antepassados que viveram antes de Cristo, não receberam a porção do Espírito de Deus da mesma forma em que os cristãos recebem neste tempo da graça. No passado eles O recebiam na proporção da necessidade que tinham de realizar a missão que Deus o havia incumbido; nada mais. Hoje, temos uma maior promessa, a qual começou se cumprir no dia de Pentecostes e se estenderá até o término do tempo da graça. No momento do seu retorno ao céu Jesus deixou esta promessa aos seus discípulos: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” Atos 1:4-8.

Esta profecia de Joel, agora confirmada pelo próprio Jesus, se cumpriu no dia de Pentecostes, e não parou por aí. Pois, o derramamento ou enchimento não estava restrito aquele grupo apenas, mas a todos que de coração aceitassem a Jesus. Em seu discurso apologético, o Apóstolo Pedro afirmou: “Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão” Atos 2:15 -18. Veja que ele reafirmou as seguintes palavras de Joel: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne”... “e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão”. Veja que a expressão foi: “Naqueles dias”, se referindo um derramamento contínuo; e não: “Naquele dia”, referindo-se apenas o primeiro acontecimento no dia de Pentecostes. Continuando o seu discurso de defesa afirmou Pedro: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” Atos 2:39. Então, todo cristão, a partir do Pentecostes, pode ser batizado no Espírito Santo e ser cheio dEle. Porém, precisamos saber de uma coisa, viver, ou ser cheio, não é o mesmo que ser batizado no Espírito de Deus. A pessoa pode ser batizada no Espírito Santo e depois se esvaziar dEle, como foi o caso de Nicolau, um dos primeiros diáconos, e de muitos outros cristãos que estiveram no dia de Pentecostes e foram batizados, mas, que depois se desviaram. Outros podem receber o batismo, ser cheio do poder, e mesmo permanecendo na Igreja, levar uma vida vazia, sem sentir a comunhão com Deus. Por outro lado, percebemos que às vezes o cristão não foi batizado no Espírito, como foram os irmãos primitivos que falaram em línguas estranhas e experimentaram outras manifestações sobrenaturais; contudo, são pessoas que mantém um padrão moral e espiritual em conformidade com o caráter do Espírito de Deus. Em Atos dos Apóstolos assim está escrito a respeito de Apolo: “E chegou a Éfeso certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor e, FERVOROSO DE ESPÍRITO, falava e ensinava diligentemente as coisas do SENHOR, CONHECENDO SOMENTE O BATISMO DE JOÃO” Atos 18:24 e 25. Observe aqui que Apolo era um eloqüente pregador, poderoso nas Escrituras, instruído no caminho do Senhor e FERVOROSO NO ESPÍRITO; contudo, não havia sido batizado no Espírito Santo ainda; mas conhecia apenas o batismo de João (Batismo nas águas para o arrependimento).

ENCHENDO DO ESPÍRITO SANTO E MANTENDO-SE CHEIO?

Antes de ter uma vida cheia do Espírito de Deus, é procurar se encher dEle. E para se encher é necessário que o homem esteja vazio; pois não se enche um vaso que esteja ocupado com outra coisa. Depois que alguém aceita a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, o primeiro passo para se encher do Espírito é procurar se esvazias das coisas mundanas e toda sorte de pecados.

Segundo o ensinamento paulino o ser humano pode estar cheio das obras da carne ou do Fruto do Espírito (Gl. 5:19-22). Enquanto o homem vive segundo o curso deste mundo e segundo as inclinações de sua natureza pecaminosa, Deus jamais o encherá do seu Santo Espírito.

Porque a maioria da humanidade prefere as obras da carne ao fruto do Espírito? Porque desconhece o valor da ação do Espírito de Deus. Por isso entendem que os valores oferecidos pelo mundo são mais excelentes. E assim procuram afogar suas paixões e mágoas com a bebida e outros tipos de entorpecentes. Mas o apóstolo Paulo mostra algo mais excelente quando afirma: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” Ef. 5:18. Ele fala isso porque a sensação de bem estar e alegria que o vinho produz na alma do homem, também é produzida pela ação do Espírito de Deus; e isso com uma vantagem incomparavelmente maior. Então, se todos conhecessem esses benefícios oferecidos por Deus na pessoa do seu Espírito, creio que a maioria procuraria se encher dEle.
O Espírito de Deus veio a terra com uma missão importante a ser realizada no seio da Igreja, que foi a de substituir uma lacuna deixada pelo retorno de Jesus ao céu. E isso, o próprio Jesus declarou, quando disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” Jo. 14:16 e 17. Observe que Jesus ao referir ao Santo Espírito, disse: “Outro consolador”. Isso porque enquanto os primeiros cristãos tinham a sua maravilhosa companhia em carne e osso, poderiam contar com o seu auxílio e consolo; mas ao partir, deixariam tristes e inconsolados. Por isso fez questão de prometer que rogaria ao Pai que mandasse outro consolador que as mesmas características sua; como personalidade e caráter. Uma pessoa que compreendesse nossas fraquezas e necessidades e pudesse se compadecer de nós.

Além do conhecimento das obras do Espírito, para que possa sentir o desejo de se encher dEle, o homem precisa também buscá-lo. Deus jamais dá algo para alguém que não busque ou demonstre qualquer interesse em possuí-lo. Certa vez afirmou Jesus: “Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” Mat. 7:8-11

Depois de se encher do Espírito de Deus o cristão para manter-se cheio é preciso fazer a vontade de Deus; procurando obedecer a Palavra escrita e a voz do seu santo Espírito que fala ao coração. Caso contrário o Espírito Santo se entristece, como está escrito: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção” Ef. 4:30.

P.A.B.J-TO. 27/03/10

sexta-feira, 19 de março de 2010

A NOSSA POSIÇÃO EM CRISTO

Desde os primórdios da história da humanidade Deus sempre se valeu dos seres humanos para auxiliá-lo na realização de seus propósitos. Quando precisou salvar um grupo de pessoas do grande dilúvio que destruiria o mundo de então; escolheu Noé e o incumbiu de construir uma grande arca e anunciar a sua justiça. Muitos anos depois precisou de alguém para ser o pai de um povo separado das outras nações e dos seus costumes pagãos; então, escolheu Abrão, morador de Ur dos Caldeus para se dirigir para um lugar distante, longe da sua parentela. Mais tarde a descendência de Abraão se dirigiu para o Egito por intermédio de José, para se livrar da fome que assolava a Palestina, mas depois de quatrocentos e trinta anos, se achou em uma condição de extrema opressão; foi quando Deus escolheu Moisés para libertá-lo e conduzi-lo de volta a terra prometida. Enquanto conduzia o povo, já na divisa de Canaã, Moisés foi substituído por Josué, que com mão forte conduziu o povo ao seu destino.

Depois que se estabilizaram na terra, os israelitas passaram a ser liderados por juízes e posteriormente por reis, todos eles escolhidos por Deus; até que ao completar quatro milênios da criação, enviou João Batista como precursor do Messias, o qual tinha como missão anunciar o novo pacto que Deus faria com a humanidade através de Jesus. Quando Jesus iniciou o seu ministério terreno escolheu doze homens para auxiliá-lo na grande missão de salvar o mundo, o qual antes de voltar para o céu os enviou as nações a anunciar o Evangelho a todo mundo. Depois que a Igreja foi inaugurada no dia de Pentecostes, Deus levantou outros homens com autoridade com o propósito de manter o bom andamento da obra de Deus na terra. Como está escrito: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” Ef. 4:11 e 12;

Depois desta retrospectiva para mencionar nomes e títulos de pessoas que ocuparam posições tão importantes no reino de Deus; eu quero com isso, deixar claro que todo cristão que um dia teve um encontro verdadeiro com Cristo, e O segue fielmente, tem uma posição no reino de Deus a qual deve ser reconhecida, tanto pelo próprio cristão como pelas pessoas que o cercam. Falo isso porque muitos cristãos não sabem que ocupam uma posição muito importante no reino de Deus, por isso dão prioridade a valores terrenos em detrimento aos celestiais.

Os casos ora mencionados foram de pessoas que tiveram uma chamada especifica para ocuparem posições importantes com o objetivo de cumprirem determinadas missões, no entanto, na chamada geral; quando perfeitamente aceita; que é o ingresso do homem no reino de Deus pela aceitação a Cristo; existem posições e títulos que nos diferenciam das demais pessoas em alguns aspectos. Dentre elas está a nossa posição como filhos de Deus.

É comum pessoas descrentes afirmarem que somos todos irmãos, pois todos foram criados por Deus. Contudo, existem passagens bíblicas que jogam por terra esse argumento. Pois segundo as Escrituras todos foram criados por Deus, portanto, todos nós somos criaturas dEle; mas filhos são somente aqueles que pelo Espírito Santo nasceram de novo; “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus” Rom. 8:14. Ou melhor, passaram pelo processo da nova criação, pois, “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” II Co. 5:17

A posição de filhos de Deus está reservada unicamente para aqueles que aceitam a Cristo e fazem a vontade de Deus; como está escrito: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” Jo. 1:12.
Como filhos, temos a liberdade de falar com Ele a qualquer momento que tivermos necessidade, sem termos de enfrentar a burocracia que teríamos de enfrentar, se tivéssimos que falar com o Presidente Lula. Basta tão somente nos dirigir a Ele em nome de Jesus; o único mediador entre o homem e Deus, e tudo será feito segundo a sua perfeita vontade.

QUAIS SÃO AS EVIDÊNCIAS DA NOSSA FILIAÇÃO?

Sabemos que fomos adotados como filhos, não pelos nossos próprios méritos, mas pela bondade e misericórdia de Deus, como escreveu o Apóstolo João: “VEDE quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele” I Jo.3:1. E como acaba de afirmar o apostolo do amor, o mundo não reconhece a nossa posição como filhos de Deus; pois se não conhece o Pai, não pode também conhecer os seus filhos. Entretanto, mesmo o mundo tendo essa dificuldade de reconhecer a nossa posição, tem algo em nós muito importante que não nos deixa confundidos. Como escreveu Paulo: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” Rom. 8:16. No verso (19) ele completa: “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”.


No passado antes de Jesus vir a este mundo para entregar a sua vida por nós, o homem, por mais intimidade que tinha com Deus; não podia chamá-lo de Pai; isso porque o acesso a Deus ainda estava impedido por uma grande barreira que era o pecado. Mas quando Cristo morreu, o véu do templo se rasgou de alto abaixo (Mat.27:51) indicado que Deus havia aceito o sacrifício do seu Filho em lugar da humanidade, e que a partir de então, todos poderiam ter acesso a Ele por meio de Jesus Cristo.

A partir do momento em que o pecador aceita a Cristo ele recebe a adoção de filho por meio do Espírito Santo: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” Rom. 8:15. Agora, como filho que tem um Pai amoroso e bom, pode chamá-lo de papai e pedir a sua ajuda a qualquer momento, na certeza de ser atendido. Portanto, não há mais motivo de viver em temor, pois a certeza de ter um Pai poderoso e amoroso inspira-nos segurança, coragem para enfrentar os problemas e felicidade pela certeza da sua proteção e cuidado.

COMO FILHOS, TEMOS TAMBÉM DEVERES A CUMPRIR

Um dos deveres que temos como filho é a obediência aos nossos pais terrenos, sob a promessa de termos maior longevidade na terra e sermos abençoados. Se quisermos ter a Deus como o nosso Pai não é diferente. Ele só conhece como seus filhos aqueles que O obedecem por amor, aqueles que procuram ter uma vida moral e espiritual íntegra: “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” Flp. 2:15. Como filhos, temos a obrigação de fazer com que o caráter de nosso Pai celestial seja refletido em nós, de tal forma que o mundo veja o próprio brilho de Deus em nossas vidas. Por isso, aconselha Paulo: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” Ef. 5:1.

Conhecer nosso Pai é um direito e também um dever que nos compete. Enquanto maior for a nossa afinidade com Ele, maior será o nosso conhecimento sobre Ele; por isso precisamos procurar conhecê-lo de forma paulatina e constante; conhecer o seu caráter, sua vontade para a nossa vida e o tempo que Ele determinou para realizar suas obras em nossa vida. O filho não age com autoridade sobre o Pai, pelo contrário, ele submete com amor a vontade paterna.

Uma das coisas que mais nos alegra é o fato de sabermos que por sermos filhos de Deus, somos também irmãos de Jesus Cristo: “Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos” Heb. 2:11. Portanto se somos irmãos de Jesus, somos também irmãos uns dos outros (Mat.23:8). “ E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” Rom. 8:17.

Segundo nossas leis depois que o menino passa pelo processo de adoção, ele passa a ser considerado um membro da família, e possuir os mesmos direitos que tem o filho legítimo. No caso de nossa adoção como filhos de Deus ela nos dá o direito de herança dos bens que Deus reservou para o seu Filho Jesus e para aqueles que o amam. Porém, existe uma diferença no que se refere ao usufruto dos bens. Enquanto o filho só passa a ter direito após a morte do pai terreno, no reino de Deus, passa-se a usufruir dos direitos aos bens, a partir do momento em que se aceita a Cristo. E um dos direitos que o filho de Deus passa a gozar é a liberdade. Enquanto o homem vive segundo o curso deste mundo, fazendo a vontade de satanás, sua vida é comparada a uma folha seca que o vento leva para todos os lados. Ele não faz o que quer, pois é escravo do pecado e dos vícios. No caso dos filhos de Deus é diferente; pois: “E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” Rom. 6:18.

EM CRISTO, TEMOS OUTRAS POSIÇÕES NO REINO DE DEUS
Além da posição de filho de Deus, o cristão também é visto por Ele, por intermédio do sacrifício de Jesus Cristo; como: “justo” “ Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos” Rom. 5:19. E não somente isso, mas, somos também santos como se vê nessa saudação: “ Aos SANTOS e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”Col.1:2.

Dentre muitos outros adjetivos atribuídos ao cristão, uma merece uma atenção especial, pois não deve ser esquecida. Como irmão de Jesus e filho de Deus, o crente verdadeiro precisa saber que ele é um cidadão do céu, e que precisa viver de maneira que as pessoas percebam isso. O crente é um embaixador do céu na terra, por isso precisa viver conforme as leis do país que ele representa. Como embaixador e cidadão do céu, temos um código de leis (Escrituras Sagradas) que nos ensina tudo o que necessitamos saber para termos uma vida em conformidade com a vontade de Deus e o que precisamos, para termos uma vida íntegra em meio a sociedade em que vivemos.

P.A.B.J – TO. 19/03/10

sexta-feira, 12 de março de 2010

BUSCANDO O ARREPENDIMENTO


No plano de redenção da humanidade traçado por Deus, constatamos que existem exigências que parecem ser mais importantes do que outras; dentre elas o arrependimento parece ser a que mais causa impacto no processo de salvação. Pois, sem se arrepender dos seus pecados o pecador nunca terá condições de alcançar a comunhão com Deus e alcançar o perdão; por isso, o assunto mais abordado nos sermões pregados por João Batista e posteriormente por Jesus foi o arrependimento.

Mas o que é arrependimento do ponto de vista bíblico? Para entendermos melhor, vamos pegar como ilustração a parábola do filho pródigo, como segue: “E disse: Um certo homem tinha dois filhos; e o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades e foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos e desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.” Lc. 15:11-21.

Na situação do filho pródigo vemos o retrato da humanidade sem Deus, que por não valorizar as riquezas que o Criador a entregou, achou por bem desperdiçá-la na satisfação de suas paixões carnais. E tudo isso motivado pela ilusão da falsa aparência de prazer e felicidade que o pecado proporciona.

O rapaz da parábola depois de refletir um pouco sobre os valores mundanos decidiu exigir do pai a parte dos bens que lhes pertencia. Depois de haver se apropriado do valor de sua herança, partiu para um lugar distante, onde poderia, longe do seu pai, gastar o seu dinheiro como bem interessasse sem ter que ouvir qualquer opinião paternal. Acontece que como nem tudo o que reluz é ouro, dentro de pouco tempo em que se entregou as vaidades e delícias do mundo, o seu dinheiro desapareceu como num passe de mágica; vindo com isso, colher os frutos amargos de sua insensatez. Não havia mais dinheiro nem mesmo para satisfazer suas necessidades básicas e com isso perdeu também os amigos que havia conquistado com o seu dinheiro. É - a vida é assim! Geralmente o número de amigos que alguém possa conquistar está condicionado às possibilidades que ele tem a oferecer! Muito dinheiro ou influencia social e política é sinônimo de muitos amigos. Se você não tem nada disso, poucas pessoas se interessam em sua amizade. Mas, Deus é o Pai que não está interessado em bens materiais, ou qualquer valor secular, mas nos ama da maneira que somos; pois Ele mesmo é o verdadeiro dono do ouro e da prata.

Depois que o pródigo rapaz percebeu a sua real situação, diz que ele caiu em si. Ou seja, ele comparou a sua real situação com a vida em que levava antes quando esteve na casa do seu pai quando disse: “E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!”. O que percebemos nesse monólogo é a declaração de sua convicção sobre a situação de miséria em que vivia; ao que podemos denominar de CONVICÇÃO. Isso mesmo: A primeira coisa a ser sentida pelo pecador no caminho que o leva em direção ao verdadeiro arrependimento é ter a CONVICÇÃO de sua real situação de pecados. Como alguém procuraria o médico sem que se sinta doente? Assim é o pecador – Enquanto ele não perceber que está em pecado nunca ele irá procurar se interessar mudar de vida. E essa convicção não depende unicamente da pessoa, mas da obra de convencimento que o Espírito Santo faz no coração. Jesus ao referir desta obra maravilhosa disse: “Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” Jo. 16:7 e 8.

Sabemos que quando o Espírito de Deus nos faz cientes dos nossos pecados é porque Ele deseja que arrependemo-nos deles. E a partir do momento em que o pecador é convencido dos seus pecados atuais, ele deve fazer como o moço pródigo que disse consigo mesmo: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. Essa atitude interior demonstra a verdadeira tristeza pelo pecado. E isso explicarei mais adiante. Existe dois tipos de tristeza pelo pecado, no entanto, ambas tem motivos diferentes e resultados opostos. Uma é a tristeza segundo Deus; que ao ouvir a voz do Espírito no seu coração, o pecador se entristece peço fato de ter transgredido os mandamentos de Deus e ter perdido a comunhão com Ele. É o caso do jovem da parábola que após cair em si; lamentou o fato de estar sofrendo, enquanto que na casa do seu pai os seus empregados gozavam de uma vida próspera. Outro exemplo para esse tipo de tristeza produzida pelo Espírito de Deus foi o caso do Apóstolo Pedro que após ter negado a Cristo, chorou amargamente demonstrando uma atitude de verdadeiro arrependimento. Talvez o seu choro traduzisse um sentimento de indignação consigo próprio por faltar a vigilância e isso fazê-lo negar uma pessoa tão bondosa e amável que era o seu Mestre.

Existe outro tipo de tristeza, a tristeza segundo o mundo, e essa não produz nenhuma demonstração de arrependimento. É o caso de Judas que após negar a Cristo sentiu remorso ao perceber que havia cometido um grande erro em trair uma pessoa inocente e saber que esta pessoa era o próprio Filho de Deus. Mas o que demonstra que ele não se arrependeu? Primeiro, se o seu arrependimento fosse verdadeiro, ele teria aproveitado enquanto Jesus estava vivo e procurá-lo par pedir perdão por ter cometido tamanho pecado. No entanto, foi procurar as autoridades para devolver o dinheiro da traição; depois, correu para cometer o suicídio. Como se dissesse – já que não tem mais jeito para mim, vou dar cabo de minha vida!

O ser humano, principalmente aquele que conhece a Palavra de Deus pode sentir remorso por tantos pecados cometidos, que pode até sofrer de doenças psicossomáticas, e não querer abandoná-los. Muitos chegam a ter uma vida tão miserável e infeliz que acabam fazendo como Judas Iscariotes; tiram suas próprias vidas para se livrarem da angustia que os atormenta. Talvez você se pergunte: Porque Judas teve tamanha coragem de trair o seu Mestre, e depois não ter a coragem de confessá-lo e pedir perdão? Olha o caso do pecado de Judas não aconteceu do dia para a noite; acontece que ele não era um cristão verdadeiro. Durante a sua caminhada com Jesus, ele ficou conhecido como ladrão, pois era o tesoureiro e costumava subtrair parte do dinheiro arrecadado para seu próprio benefício, como está escrito: “Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” Jo. 12:4-5. Foi por levar uma vida mista que satanás encontrou espaço no coração de Judas para conduzi-lo a um abismo maior. “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze” Lc. 22:3. Como diz as escrituras: “Um abismo chama outro abismo”. Um pequeno pecado se não confessado e deixado a tempo pode levar o indivíduo a praticar coisas imagináveis e conduzi-lo ao fundo do poço. Deixando a margem da sociedade e excluído do reino de Deus.

Diante da possibilidade de nos envolvermos em uma dessas situações que podem determinar o nosso destino eterno, o Profeta Isaias nos aconselha: “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” Is. 55:6 e 7.

“Pai, pequei contra o céu e perante ti...” Essa foi a declaração do moço ao encontrar com seu Pai. Ele confessou o pecado que havia cometido ao sair de casa e dissipar todos os seus bens com os prazeres do mundo.

Prezado leitor, não existem indícios de um arrependimento sincero se o pecador não assumir o seu pecado e não confessá-lo a Deus. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” I Jo. 1:9.

A última evidência do verdadeiro arrependimento é a conversão. Ao justificar a cura do coxo perante as autoridades em Jerusalém, disse o Apóstolo Pedro: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” Atos 3:19. Converter é se dirigir para uma direção oposta; é fazer uma meia volta. O pecador arrependido após confessar os seus pecados os abandona e procura viver em novidade de vida. " Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós, Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” Ef. 4:28-32.

Jesus está voltando, portanto, tenha uma vida de comunhão com Deus. Ouça a voz do Espírito de Deus quando o advertir sobre o perigo que o cerca, pois os dias em que estamos vivendo são maus, o que exige de nós maior cuidado com a nossa vida espiritual. Se você tem se envolvido com algum tipo de pecado, procure o caminho do arrependimento o quanto antes, pois o amanhã só pertence a Deus, e depois que partirmos desta vida, o nosso destino estará selado até o encontro com Deus.

Tenham um bom fim de semana!

P.A.B.J. – TO. 12/03/10



sexta-feira, 5 de março de 2010

VIVENDO EM ORAÇÃO



Orai sem cessar” I Tes.5:17. Com esta recomendação o Apóstolo Paulo deixou claro, que o crente não pode viver sem a prática da oração. Por que a oração é tão importante? Por que não podemos viver sem orar? Para entendermos a importância da oração, devido o seu grande poder; veja o que escreveu o Apóstolo Tiago: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto” Tg. 5:16-18. Observe a expressão: “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Ou seja, quando o justo ora coisas extraordinárias acontecem. Elias era um profeta de Deus, mas como homem estava sujeito as mesmas paixões, que qualquer homem pode sentir. Contudo, para Deus era um homem justo, ou seja, procurava viver em conformidade com a sua lei. E por isso Deus o atendeu em suas orações; dentre elas está a estiagem de três anos e meio no Reino do Norte, e posteriormente a volta da chuva no final do período pré-determinado por ele.

O poder da oração não se resume apenas ao caso de Elias. A Bíblia registra casos extraordinários realizados pela intercessão de grandes homens de Deus: Moisés orou e as águas brotaram da rocha; codornizes surgiram do nada para alimentar a grande multidão de maldizentes; a terra abriu a sua boca para engolir vivos Coré, Datã e abirã e seus adeptos; Josué orou e o sol e a lua pararam; o Rei Ezequias orou e foram-lhe acrescentados quinze anos de vida, e como sinal da sua recuperação, Deus fez o sol retroceder dez graus no relógio de Acabe; Eliseu orou e o veneno saiu da panela; Pedro orou e o lugar em que estavam se moveu; Jesus orou e Lázaro ressuscitou. O que mais poderia falar sobre o poder da oração? É que não existe nada que uma oração feita com fé e por uma pessoa justa não possa fazer. Jesus deixou bastante claro: “porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível” Mt. 17:20b. Então, com base nestas palavras, concluímos que não existe nada que não se possa realizar através da oração. Assim como Deus não conhece limites para realizar algo, basta tão somente termos fé suficiente e uma vida que agrade a Deus, e tudo o que pedirmos segundo a Sua santa vontade será perfeitamente realizado.

Por que a oração é importante? Para melhor entendermos a sua importância na vida do crente precisamos entender a sua definição. “Oração” “(Do lat. orationem) prece dirigida pelo homem ao seu Criador com o objetivo de: 1) Pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas; 2) Agradecer-lhe pelos favores imerecidos; 3) Buscar proteção e uma comunhão mais íntima” Dic. Teológico, de Claudionor C. de Andrade.
É por meio da oração que o crente consegue se comunicar com Deus e contar a Ele a suas necessidades: Falar sobre suas tristezas e alegrias, sobre suas derrotas e vitórias, sobre seus temores e suas decepções, buscar o socorro para casos humanamente insolúveis, enfim, uma oportunidade para expressar a alegria de ter a oportunidade ter acesso a Sua presença e poder gozar da felicidade de tê-Lo como um Pai amoroso. Com base nessas possibilidades, concluímos que a oração é para o cristão algo de grande importância, pois sem ela o cristianismo deixaria de ser um povo vitorioso.

Por que o cristão não pode viver sem a oração? Para entendermos melhor sobre essa necessidade, meditemos sobre a vida de Jesus. Quem era Ele? Não era o Filho de Deus? Mas, o que você aprendeu sobre Ele e a prática da oração? Os Evangelistas deixaram registros que provam que a vida do Mestre era de constantes orações. Ele não orava apenas poucos minutos por dia, mas passava noites inteiras conversando com o seu Pai, buscando ajuda para que pudesse ter sucesso no cumprimento de sua missão. Olha, se o próprio Jesus, como Filho de Deus, e sendo Ele mesmo Deus, precisou ter uma vida de constante oração; o que será de nós se não orarmos? A oração é tão necessária em nossa vida como filhos de Deus, que o próprio Jesus nos ensinou a seguinte oração: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém” Mat. 6:9-13. Nesta oração Jesus nos ensina que a relação do cristão com Deus é a mesma de um pai e o seu filho. É um relacionamento onde o filho demonstra inteira dependência do Pai na resolução dos seus problemas e o Pai, por outro lado, demonstra o seu verdadeiro amor pelo filho e interesse em atendê-lo.

Junto com a oração deve acompanhar também o jejum, já que ele nos transporta do natural para o espiritual. A abstinência parcial ou total de alimentos como algo que deve fazer parte da oração tem sido praticada pelos mais respeitados homens do antigo Testamento como: Moisés, David, Elias, Daniel, Neemias, Jeremias, Isaias, etc. e no Novo Testamento, por Jesus e os apóstolos. O jejum é tão eficaz quando acompanhado pela oração, que duas nações foram salvas em certa ocasião, pelo fato de terem se dedicado a oração e o jejum acompanhado do verdadeiro arrependimento; como foi o caso da cidade de Nínive que tinha uma população de cento e vinte mil habitantes condenados a destruição. Contudo, Deus, ao ver a humilhação coletiva demonstrada através do jejum, resolveu revogar a sentença que havia determinado sobre a cidade.

ORANDO CORRETAMENTE
A oração é o diálogo entre o homem e Deus, por isso alguns acham muito fácil se dirigir a Ele e pedir o que quiser. Mas como existem regras de etiqueta para falarmos com alguma autoridade terrena, com Deus não é diferente. Deus nos considera como seus filhos, por isso requer, que O reconheçamos como Pai e tenhamos o respeito que o Pai verdadeiramente merece. Por isso não podemos nos dirigir a Ele de qualquer maneira. Sabedor da importância de uma oração que se encaixe na vontade de Deus é que Jesus fez questão de ensinar seus discípulos a orar, como vimos logo acima na oração do Pai nosso.

Para que possamos aprender mais alguns detalhes importantes sobre a oração que agrada a Deus, voltemos a mais ou menos cinco mil anos na história do povo Judeu; no tempo de Moisés, quando por ordem de Deus construiu o Tabernáculo, um local onde os israelitas pudessem prestar cultos e oferecer sacrifícios ao Deus verdadeiro.

O Tabernáculo foi construído segundo as medidas e materiais cuidadosamente escolhidos pelo próprio Deus, pois cada detalhe possuía um simbolismo espiritual para os nossos dias. E dentre as peças e materiais usados no culto, havia o incenso sagrado contendo uma composição única e exclusiva para aquele fim. Ninguém poderia fazer outro igual, como se vê na descrição a seguir: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e onicha, e galbano; estas especiarias aromáticas e o incenso puro, em igual proporção; E disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; E uma parte dele moerás, e porás diante do testemunho, na tenda da congregação, onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. Porém o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo será para o SENHOR” Exo.30:34-37.

Muito embora o Tabernáculo e suas peças e tudo o que nele existia consistisse em primeiro plano, em instrumentos tipológicos que apontavam para Jesus; muitos deles representavam também o cristão e seu relacionamento com Deus. E nessa passagem podemos extrair lições importantes que podem ser aplicadas a oração.

Como sabemos, o incenso representa as orações dos santos, como está escrito: E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” Ap. 5:8. Por isso vamos ao significado dos três principais ingredientes:
ESTORAQUE – Era uma resina extraída de uma planta Storax officinale. O perfume dessa planta era exalado a partir do momento que ela passava pelo processo de esmagamento. Isso fala das nossas orações que devem partir de um coração quebrantado, livre de qualquer tipo de orgulho e prepotência. Como disse o Salmista: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” Sl. 51:17. Quebrantamento é o mesmo que humildade e sem ela jamais o homem conseguirá alguma coisa da parte de Deus.
GÁLBANO – Era uma planta que exalava o seu cheiro espontaneamente. Isso sugere que nossas orações devem partir de um coração voluntário e cheio de ações de graça. Deus jamais atenderá alguém que se dirige a Ele com um coração endurecido pela incredulidade e a falta de amor. Para ter a sua oração respondida o cristão precisa ter prazer de se comunicar com o seu Pai, e isso de forma espontânea. Nada de formalidades ou gestos forçados.
ONICHA – Era um perfume extraído de um molusco que existe no fundo mar. Pelo fato de ser tirado das profundezas do oceano, fala de nossas orações, pedidos e ações de graças que devem sair do fundo de nosso coração. Deus nos conhece, até mesmo o que vamos pensar Ele já sabe; portanto, quando oramos; Ele conhece muito bem os nossos sentimentos. Ele sabe quando oramos apenas para cumprir uma obrigação e sabe quando O pedimos de coração.

Ore, fale com Deus – Conte a Ele suas necessidades, mas tenha um espírito de submissão a sua vontade; não se esquecendo que Ele não houve ao pecador. Mas se o pecador se arrepender dos seus pecados e procurar viver de forma piedosa Ele estará pronto para ouvi-lo e abençoá-lo.

P. A. B. J. – TO. 05/03/10

segunda-feira, 1 de março de 2010

AS CARACTERÍSTICAS DO CRENTE VENCEDOR

Como cristão você já se sentiu derrotado alguma vez em sua vida? O que seria um crente derrotado? O que fazer para ser um vencedor? Quem em toda a sua vida conseguiu nos legar o maior exemplo de vitória? Você sabia da importância que temos de vivermos vitoriosamente?
Se você tem dúvidas a respeito dessas questões, saiba, portanto, que é necessário que tenhamos conhecimento do falso sentimento de derrota, e o que podemos aprender na Bíblia sobre derrota e vitória. Principalmente descobrirmos a pessoa certa na qual devemos nos espelhar para que tenhamos uma vida vitoriosa.

Se você se acha numa condição de derrotado, o que você entende por derrota? Uma adversidade que está enfrentando como: Uma dificuldade financeira? Uma crise no relacionamento familiar ou amoroso? Por ter se decepcionado com alguém, em quem você tanto confiava? Um deslize moral ou espiritual? Por sentir-se solitário? Por estar sendo perseguido? Porque se acha tão insignificante para as pessoas e para Deus?
Geralmente as pessoas que se enquadram em uma destas situações facilmente serão tentadas a terem um sentimento de derrota. No entanto, nem sempre isso significa uma derrota propriamente dita. Para que você entenda melhor o meu ponto de vista e possa assim, tirar suas próprias conclusões veja a seguir, algumas situações vivenciadas por respeitados homens de Deus - Em primeiro lugar vamos entender o que aconteceu a Jó, que segundo o testemunho do próprio Deus, era um homem íntegro, temente a Deus e que se desviava do mal. Além disso, era respeitado pelo seu grande poder econômico, ao se tornar o homem mais rico do oriente - Mas, um dia, Jó viu toda a sua riqueza desaparecer como um vapor, e com ela, o seu rol de amigos; se não bastasse, recebeu a notícia de que seus filhos haviam morrido juntamente com quase todos os seus criados. E enquanto meditava no que havia conduzido a condição de um dos mais paupérrimos de sua nação; Jó percebeu que coisa pior ainda estava por vir, quando olhando para si, percebeu que o seu corpo já não era mais o mesmo, mas uma chaga começava a alastrar-se, o deixando completamente leproso. Diante de um quadro tão deplorável pelo qual Jó vivenciou, pergunto: Você acha que aquilo era sinônimo de derrota? Creio que muitos cristãos hodiernos, se houvessem passado pela mesma situação, diriam que estavam completamente derrotados; que Deus já havia se esquecido deles e que não havia mais saída para a sua situação. Mas, não foi assim que Jó se sentiu, pelo contrário, ele sabia que não eram bens materiais que podiam determinar sua vitória ou derrota. Por isso afirmou: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” Jó 19:25. Tais palavras revelam a esperança de um homem imbatível diante do sofrimento e a certeza de que quando tudo terminasse, o seu Criador estaria de braços abertos para retribuí-lo por toda a paciência demonstrada diante do sofrimento.

Outro que faz jus mencioná-lo é José, que durante grande parte de sua vida pode experimentar o ódio dos seus irmãos que por muito tempo o odiaram a ponto tentarem matá-lo, o que tiveram seus planos frustrados, mas, que acabaram vendendo-o como escravo aos mercadores que se dirigiam para o Egito. Ao se encontrar em terra estranha, pensando que estivesse distante das perseguições, de repente ele se encontra em um beco sem saída – Mais uma injustiça batia a sua porta. Pois, acabara de ser vítima de uma grave calúnia que o conduziu a prisão. Entretanto, José jamais se deu por vencido, pois cria em um Deus justo e verdadeiro.

Daniel era um jovem íntegro e temente a Deus, mas quando foi conduzido cativo a Babilônia, foi proibido de fazer suas orações ao Deus verdadeiro. E tudo isso, porque tinham inveja dele e não acharam nada que pudessem incriminá-lo. Certo dia seus inimigos perceberam que Daniel continuava orando a Deus, e resolveram denunciá-lo ao rei; que para fazer cumprir seu edito, tentou matá-lo, jogando-o na cova dos leões. Creio que muitos naquele dia puderam dizer: Daniel foi vencido! Daniel foi derrotado!

Diante de tudo que já foi mencionado, talvez você queira justificar a sua derrota ao afirmar que o seu problema é de caráter moral ou espiritual. Mas eu pergunto: Esses são motivos para determinar a sua derrota? – Em parte sim; mas para que você entenda melhor, quero citar o caso de três homens apenas: Noé, Abraão e David.
Segundo a Bíblia Noé era um homem justo diante de sua geração e por isso foi escolhido por Deus para liderar o grupo que seria salvo do dilúvio. Mas, você sabe o que ele fez? Certo dia bebeu tanto vinho que acabou se embriagando a ponto de ficar despido. O outro foi Abraão, que por sua grande fé foi escolhido por Deus para ser o pai de uma grande nação da qual nasceria o Messias; ele caiu tanto na graça de Deus que Ele o chamou de amigo. Entretanto, Abraão ao descer para o Egito, mentiu sobre sua mulher, pois temeu ser morto pelo rei; repetindo esta prática uma ou duas vezes quando de retorno a Palestina. Contudo, suas faltas não pararam por aí; pois coabitou com sua empregada na tentativa de dar um filho a sua senhora Sara. Pois resolveram tentar ajudar a Deus, já que não acreditaram de todo o coração que Ele pudesse fazer cumprir a sua promessa na vida de sua esposa legítima; fazendo gerar filhos numa idade tão avançada.

O caso mais grave foi o de Davi – homem a quem Deus disse: “Achei um homem segundo o meu coração”. E você sabe o que ele fez? Ao ver a mulher de Urias, um dos seus soldados tomando banho, ficou tão atraído pela sua beleza, que deu ordem ao seu general para colocar Urias na frente da batalha para que ele morresse e ele pudesse tomar sua mulher como esposa.

Diante dos relatos feitos aqui você pode estar se perguntando: Se os casos de adversidades e deslizes morais e espirituais não constituem motivos de derrota; o que seria derrota então? Deixe-me explicar – Em primeiro lugar, acredite, perca de valores temporais que são terrenos e passageiros não é motivo para o cristão se considerar derrotado. Quanto aos valores morais e espirituais, sim, esses podem determinar a sua vitória ou derrota. No entanto, o termo vencido deve ser aplicado apenas a Satanás e seus anjos. Quanto às pessoas, por mais que elas sofram danos morais e espirituais ainda existe uma forma de fazer com que a situação seja invertida. Basta reconhecer seus erros, confessá-los e retornar para Deus então sua vida retomará o rumo da vitória. O que aconteceu aos homens citados acima é que eles não permaneceram no pecado. Pelo contrário, passaram a ter uma vida de verdadeira obediência a Deus e a sua Palavra.

O CRENTE VENCEDOR SE PARECE COM CRISTO QUE É O SEU MAIOR EXEMPLO
O
crente que se parece com Cristo jamais será vencido. A Bíblia diz que quando Jesus foi preso, Pedro o seguiu de longe, e em certo momento enquanto Jesus se encontrava no tribunal, Pedro estava no pátio e alguém o reconhecendo e querendo denunciá-lo as autoridades disseram a Pedro: “Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia” Mat. 26:73.
Você já percebeu que a maioria dos pregadores e até mesmo leigos, procuram imitar o seu líder principal? Imitam-no principalmente no estilo de pregar, como: Gestos, entonação de voz repetição de alguns chavões, etc. Na atualidade podemos constatar essa prática em várias denominações evangélicas e não evangélicas. Alguns procuram imitar seus líderes porque acham bonito o seu jeito de pregar, outros, porém, achando que se imitá-lo, conseguirá obter o mesmo poder demonstrado por eles. Mas não vamos entrar nesse mérito, porque isso não nos interessa. O que interessa mesmo são os valores espirituais que adquirimos como resultado de termos Jesus como nosso companheiro e amigo nesta jornada terrena.
Aquele que diz ser discípulo de Jesus precisa imitá-lo em quase todos os aspectos, e um deles é a sua maneira de falar. Com isso não estou me referindo ao sotaque, porque isso não causa nenhum efeito espiritual, além disso, não sabemos como era a maneira exata de Jesus se expressar. O que eu quero dizer é que quem parece com Jesus possui uma linguagem sadia, não se ocupa em falar de coisas profanas que entristeçam o Espírito Santo, pelo contrário, fala das coisas do céu com uma convicção tal, capaz de influenciar aos que o ouvem.

O crente só pode ser um vencedor se ele fizer parte da família de Jesus. Talvez você ache um pouco estranha esta minha afirmação e pergunte: Mas todo crente não faz parte da família de Jesus? – Claro que não! Veja o que disse Ele próprio: “estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe” Mt. 12:49-50.
Jesus deixou bem claro, que para ser parente dEle o indivíduo precisa obedecer ao seu Pai; e como sabemos, nem todo crente obedece a Deus. Os demônios também são crentes, pois eles crêem (Tg.2:19). Então, existe crente derrotado! A palavra crente significa alguém que crê. Você pode ser crente em qualquer coisa. Mas o crente vencedor é aquele que crê unicamente em Deus como seu Salvador e senhor da sua vida e tem uma vida de inteira dedicação a Ele.

Quem parece com Jesus é ousado em seu testemunho. Pedro e João quando discursaram no Sinédrio, testemunhando sobre Jesus e sua obra, foram tão ousados em seus pronunciamentos que as autoridades que os assistiam ficaram admiradas: “Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus” At. 4:13. Esse foi o resultado deles terem estado com Jesus, aprenderam a falar do amor de Deus sem acanhamento. O crente vencedor não deve ter medo ou vergonha de testemunhar daquilo que Jesus fez em sua vida. Se sente acanhado, talvez seja porque você acha que a sua classe social, seus amigos, vizinhos, etc., sejam mais importantes do que Jesus, ou porque não tem convicção daquilo que você diz acreditar.
O crente vencedor fala em auto e bom som do que Jesus fez em sua vida, como Ele próprio fez. Testemunhou com ousadia das obras do seu Pai, até que na cruz deu o brado: “Tudo está consumado”.

Com tudo o que já mencionei, o mais importante na vida do crente é o Espírito Santo, e ninguém pode recebê-lo, a não serem aqueles que se pareça com Jesus. Ele O recebeu quando para iniciar o seu ministério terreno. Veja o que relatou o Evangelista Mateus: “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele” Mat. 3:16.
Você sabia que todos os personagens do Antigo Testamento, que foram incumbidos de realizar alguma obra, primeiro Deus os deram certa porção do Espírito para que eles pudessem alcançar seus objetivos? Por isso, através da Bíblia podemos conhecer suas histórias de lutas e vitórias. Os que lutaram e foram derrotados foram somente aqueles que desobedeceram a Deus, e conseqüentemente perderam a companhia do seu Santo Espírito. Portanto, esta é a maior característica do crente vencedor.

Peço desculpas pelo atraso. Por motivo de força maior não foi possível postar na data prevista.


P. A. B. J. TO. 01/03/10

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

GIDEÃO, UM HOMEM TEMPERANTE

"Então os homens de Efraim lhes disseram: Que é isto que nos fizeste, que não nos chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele fortemente. Porém ele lhes disse: Que mais fiz eu agora do que vós? Não são porventura os rabiscos de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer? Deus vos deu na vossa mão os príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu fazer do que vós? Então a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta palavra”(1).
Foram com essas palavras que Gideão sabiamente conseguiu acalmar os ânimos daqueles que procuraram com veemência fazê-lo perder a razão. Ele era um homem que havia recebido o Espírito Santo em sua vida, e por isso não deixou que seus sentimentos falassem mais alto que a voz do Espírito. Um homem natural cheio de orgulho teria respondido à altura de suas ásperas palavras. Teria quem sabe, feito respeitarem a sua posição por meio da força física, já que como Juíz possuía homens ao seu serviço.
A atitude desse homem de Deus tornou-se um modelo perfeito para os cristãos hodiernos, já que fazemos parte de uma geração de homens e mulheres que procuram satisfazer mais a voz da natureza pecaminosa a deixar ser guiado pela voz suave e meiga do Espírito Santo. No texto que serviu como introdução para este estudo, o que mais me chamou a atenção foi atitude sensata tomada por Gideão, a qual demonstra claramente um dos traços mais importantes da sua personalidade – a temperança. Uma virtude que faz a diferença quando o cristão verdadeiro se encontra diante de uma situação de conflitos.
Você sabe reconhecer uma pessoa sem domínio próprio? Talvez você sinta dificuldade até mesmo em saber se você se enquadra nesta qualidade; então responda as seguintes questões:
- Ao ser tratado com ignorância e desafetos você é daquelas pessoas que procuram responder a altura, e quem sabe exceder um pouquinho mais?
- Ao ver uma mulher atraente e quase despida, você é daqueles que não consegue desviar o olhar; fitando os olhos; uma, duas, três e quantas vezes forem possíveis?
- Quando passa por perto de um copo de bebida alcoólica não consegue passar sem tomar um pouquinho?
- Você é daqueles que não consegue deixar o cigarro e outros tipos de vícios?
- Ao se apaixonar por alguém, se possível for, contraria os princípios bíblicos para satisfazer os caprichos dessa pessoa?
- Você é uma pessoa tagarela que não consegue refrear sua língua, mas fala de tudo e de todos?
- Você come demais a ponto de adoecer?
- Ao sentir-se prejudicado de alguma forma, você é daqueles que procura aliviar suas tensões se maldizendo e xingando?
- Você não consegue desviar a maioria dos maus pensamentos que vêem à sua mente?
- Você neste carnaval ficou tão atraído pelos encantos da folia que acabou se infiltrando nela?
Se você respondeu positivamente pelo menos uma destas questões você é uma pessoa sem temperança. Ou seja, sem domínio próprio, pois não consegue dominar suas vontades, emoções e demais inclinações carnais.
A palavra “temperança” significa moderação diante de qualquer situação que exija controle. Quem possui temperança controla: Sua ira, suas paixões, seu apetite, seu desejo lascivo, suas ambições, seu tempo, seus olhos, seus sentimentos, sua espiritualidade, etc.
Os seres humanos foram criados para dominar todas as outras criaturas, como está escrito: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra”(2).
Pelo fato do homem no princípio ter em si, a imagem do seu Criador, possuía também, a capacidade de domínio sobre si mesmo. O problema de Eva e posteriormente seu marido terem desobedecido a Deus, fora apenas, a falta de vigilância. Pois, se estivessem atentos a ordem de Deus jamais O teriam desobedecido. A culpa por tais transgressões herdadas por nós nos legou também a incapacidade do autodomínio. Contudo, Jesus, pelo seu Santo Espírito implantou em nós a sua própria natureza; a qual é capaz de dominar, assim como Ele dominou; toda a natureza má que herdamos de Adão.

O CRISTÃO E A PRÁTICA DA TEMPERANÇA
O cristão é nova criatura, por isso deve estar subordinado à voz de Deus que fala ao seu coração e através das sagradas Escrituras. Como a mudança que houve da água, para o melhor vinho ali na festa de casamento em Caná, a vida cristã precisa estar em constante novidade. Acerca desse assunto recomendou Paulo: “E vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (3). E ao escrever aos cristãos de Corinto, disse: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”(4). Então, se somos novas criaturas em Cristo Jesus, temos como obrigação apresentar um novo estilo em nosso viver diário. Os maus costumes que aprendemos com nossos contemporâneos no tempo da ignorância não devem fazer parte de nossas ações, pelo contrário, agora temos a Bíblia como a nossa única regra de fé e prática. Assim, como temos a Constituição da República que é um conjunto de leis, das quais precisamos estar em consonância para que possamos nos tornar bons cidadãos; A Bíblia é o cânon sagrado que nos ensina os bons costumes aceito por Deus, os quais, se obedecidos fielmente, nos fazem verdadeiros cidadãos dos céus.
Para que essas leis sejam cumpridas precisamos manter o domínio próprio; e uma das coisas que mais precisamos dominar é a língua - e a mais difícil de ser domada. O Apóstolo Tiago sabiamente escreveu: “Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal”(5). Quando ele afirma aqui que nenhum homem pode domar a língua significa dizer, que por mais que o ser humano esteja atento, no sentido de evitar cometer erros ao falar; acaba se decepcionando, ao ver que é impossível não cometer alguma falta que possa ofender a Deus e ao próximo. Por isso, a atenção com relação a língua deve ser muito grande, e para isso, o quanto menos a pessoa falar, menor será a possibilidade de cometer tais erros. Pois, “Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio” (6).
Dentre os cristãos existem aqueles que por se tornarem simpatizantes do cristianismo, fizeram como o Imperador Constantino, que aderiu ao cristianismo, mas não deixou que Cristo entrasse em seu coração para mudar o curso de sua vida. O resultado é uma vida cristã mista, uma parte para Cristo e outra para suas paixões. Tais pessoas se comprazem em se assentar nas calçadas e nas portas de suas casas, para junto com seus vizinhos falarem de Deus e mundo. Em suas conversas não fica ninguém que não receba um apelido ou um adjetivo que macule a sua imagem. As pessoas que assim procedem, são pessoas que não tem paz com Deus e nem consigo mesmas; falam do seu próximo porque não conseguem chegar aonde ele chegou. Difama-o, porque acha que denegrindo a sua imagem, ela possa elevar a sua própria a melhores condições. São essas pessoas falastronas que nunca prosperam na vida espiritual; sempre estão causando problemas para o ministério, e dando mau testemunho por onde passam. Para essas pessoas que possui esse mau costume, vejam o que dizem estas palavras: “Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno” (7). As pessoas que não refreiam a sua língua acabam revelando o que durante muito tempo conseguiram armazenar dentro do seu coração. Certa vez, Jesus disse aqueles que lhe opunham: “Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (8).
Portanto, prezado irmão e amigo, não deixe o seu corpo ser queimado no inferno por causa da desse pequeno membro que existe em sua boca. Fale apenas o necessário. Se você sentiu vontade de falar algo, primeiro faça uma análise se o que vai falar é do interesse de quem vai ouvir; se vai trazer alguma utilidade para o ouvinte e não vai trazer prejuízos para sua vida.
Dentre nossas faculdades, a mente é a que mais devemos ter cuidado em nosso dia a dia. Pois tudo que fazemos ou falamos primeiro teve que passar pelo processo mental. Pois ao receber as informações vindas do mundo exterior via alguns dos nossos cinco sentidos, a mente passa a iniciar o processo de concepção de alguma ação que deverá ser, ou não, praticada pelo nosso corpo. Portanto, temos na mente (intelecto) um campo de batalha onde temos que lutar com grandes inimigos. São inimigos que entraram por alguma das cinco portas: Olhos, ouvidos, olfato, tato e paladar. Ou, ainda pior, por algo abstrato, que é a voz do nosso maior inimigo que sussurra algo diretamente em nossa mente. Ele pode dizer para alguém: A sua vida não tem sentido - a melhor solução é se matar! Você é um derrotado! Pra você não tem mais jeito!
A Bíblia chama a mente de coração e nos recomenda a termos cuidado com ela: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”(9). Podemos compará-la também ao processador de um micro computador, o qual se encarrega de processar todas as informações passadas pelos periféricos responsáveis pelas entradas das informações e retornam em forma de comando aos hardwares responsáveis pela saída. O profeta Isaias foi mais longe quando escreveu: “Ninguém há que clame pela justiça, nem ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam na vaidade, e falam mentiras; concebem o mal, e dão à luz a iniqüidade. Chocam ovos de basilisco, e tecem teias de aranha; o que comer dos ovos deles, morrerá; e, quebrando-os, sairá uma víbora”(10). É isso mesmo, o profeta comparou os maus pensamentos a ovos de serpentes que estão sendo chocados; que depois de eclodidos, é claro - sairá deles, pequenas cobrinhas que mais tarde causarão sérios danos a quem os chocou. Os maus pensamentos causam sérios problemas, pois além de se transformarem em um tipo de pecado, deixam o cristão impotente diante das tentações. É certo que é algo impossível não termos algum tipo de pensamento mau em algum momento, contudo, podemos evitar uma grande parte deles. Como? Se a nossa mente precisa de informações passadas pelos nossos cinco sentidos para que ela possa projetar algo; se procurarmos evitar a nossa aproximação das coisas ilícitas, obviamente ela não terá muita coisa para imaginar. Portanto, ocupemo-nos das coisas celestiais, e teremos mentes se ocupadas com as coisas do céu. O grande apóstolo escreveu: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”(11). Ao escrever aos Filipenses, completou: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (12).
Não temos dúvidas de que nossas atitudes dependem das coisas que estão armazenadas em nossa mente e em nosso subconsciente. Portanto, cuidemos bem dela exercitando-a com a meditação na palavra de Deus; na beleza de suas obras, na imensidão do seu amor e na sua grande misericórdia.

OS AMARGOS FRUTOS DA INTEMPERANÇA
Um dos frutos mais amargos da intemperança, que neste contexto podemos denominá-la de falta de sobriedade, é o vicio do alcoolismo. Ele mata as pessoas aos poucos, antes, porém, faz com que suas vítimas se tornem insociáveis; perdendo a família, os bens, os cuidados pessoais, perdendo a amizade com as pessoas de bem, perdendo a vergonha, a saúde e por fim, acaba ficando à margem da sociedade; passando a dividir o espaço e o alimento com os cães que moram nas ruas.
Um dos piores problemas desse e de outros entorpecentes é o poder que eles têm de escravizar o indivíduo. Suas capacidades de domínio são tais, que se não houver um tratamento especializado ou então a intervenção divina; conforme a gravidade do caso, esses indivíduos jamais conseguiriam obter a libertação; exceto em alguns casos em que o indivíduo possui um grande autodomínio. Há poucos dias, um jovem de minha cidade, que por muitos anos deixou ser dominado por esses vícios; chorando pediu-me: Edes, fala pra eu deixar de beber? - Eu, sem saber o que fazer de imediato, falei de sua necessidade em abandonar aquele vício. E compreendi de imediato que o que ele na verdade estava querendo é que eu intercedesse a Deus em prol da sua libertação. Portanto, antes que você chegue a uma condição de dependência química como essa deste jovem. Procure obedecer à palavra de Deus que nos aconselha a nos enchermos do Espírito, não procurar nos alegrar com o vinho.
A obstinação no erro é algo que na maioria dos casos tem como origem a falta de temperança. Digo isso porque muitos, mesmo sabendo do erro que está cometendo, não têm a mínima vontade de abandoná-lo. Pelo contrário, tem prazer em praticá-lo. Mas, o maior perigo é quando a pessoa por não possuir o autodomínio; reincide no mesmo erro por muito tempo, mesmo sabendo do mal que está praticando e às vezes até, rejeitando a voz do Espírito Santo que o adverte a não praticá-lo. Esse tipo de teimosia é um caminho que não irá muito longe, pelo contrário, levará o infrator a um caminho sem volta. João Bunyan, em seu livro “O Peregrino” procurou descrever o estado de alguém que se encontra nessa condição da seguinte forma (Diálogo do Intérprete com Cristão):
“- Não. Espere, disse Intérprete, até que eu lhe mostre um pouco mais, e depois você retornará ao seu caminho. Então levou-o pela mão a um cômodo muito escuro onde um homem se achava sentado dentro de uma jaula de ferro. Parecia um homem muito triste. Cabisbaixo, as mãos cruzadas no colo, ele suspirava como se tivesse o coração prestes a rebentar.
- Que significa isso? Perguntou Cristão.
- Pode perguntar a ele mesmo, respondeu Intérprete.
Cristão caminhou até a jaula de ferro e indagou:
- Quem é você?
- Antigamente eu parecia ser um cristão bom e bem sucedido. Pensava estar no caminho para a Cidade Celestial, e a idéia de chegar lá me causava prazer.
- Mas hoje o que você é?
- Hoje sou um homem em desespero, porque deixei de vigiar e ser sóbrio. Dei rédeas soltas às minhas concupiscências. Pequei contra a luz da Palavra e contra a santidade de Deus. Tentei o diabo, e ele veio ter comigo. Entristeci o Espírito Santo e Ele se afastou. Endureci o coração de tal modo que não me posso arrepender.
- Mas você não pode ainda arrepender-se e voltar?
- Deus me negou o arrependimento. Ai de mim, pois Ele me encerrou nesta jaula. Ó eternidade! Eternidade! Como suportarei o castigo eterno?
Então disse Intérprete a Cristão:
- Que a infelicidade deste homem lhe fique na lembrança e lhe sirva de aviso.
- Isto é horrível! Disse Cristão. Que Deus me ajude a ser sóbrio. Peço-lhe, senhor, que agora me deixe seguir viagem”.(13)
Vale a pena deixar que o Espírito Santo domine o nosso ser, pois assim evitaremos sermos dominados pelo mal.

Anotações bibliográficas:
1 - Juízes 8:1-3
2 - Gênesis 1:23
3 - Efésios 4:23 e 24
4 - II Coríntios 5:17
5 - Tiago 3:8
6 - Provérbios 10:19
7 - Tiago 3: 5 e 6
8 - Mateus 12:34
9 - Mateus 15:19
10 - Isaias 59:4 e 5
11 - Colossenses 3: 2
12 - Filipenses 4:8
13 - BUNYAN, João – O Peregrino, PP. 71-73 – São Paulo -13ª Edição -Ed. Mundo Cristão – 1.995.

Ponte A. B. Jesus-TO., 18/02/10

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